SEMANA: Mercado suíno inicia setembro com lentidão nos negócios

Porto Alegre, 6 de setembro de 2018 – O mercado brasileiro de carne
suína iniciou o mês de setembro com lentidão nos negócios e preços
acomodados. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, a reposição
entre o atacado e o varejo apresentou ligeira melhora após a virada do mês,
mas não o suficiente para levar os frigoríficos a atuarem de uma maneira mais
efetiva na compra de animais. “A postura ainda é de administração de
estoques”, avalia.

Com a entrada de salários na economia nos próximos dias e o feriado desta
sexta-feira, a expectativa é de que demanda possa ficar mais aquecida. Por
outro lado, Maia salienta que o quadro de custos segue complicado, fator que
vem mantendo a margem operacional da atividade deteriorada. “O preço do milho,
principal insumo utilizado no arraçoamento animal, tende a continuar firme no
curto prazo, por conta da pouca fixação dos produtores”, afirma.

Conforme levantamento de SAFRAS & Mercado, a média de preços do quilo do
suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil ficou em R$ 3,26 nesta quarta-feira
(05), alta de 0,37% frente ao valor praticado na semana anterior, de R$ 3,25. A
média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado ficou em R$ 6,39, sem
alterações frente à semana passada. A carcaça registrou um valor médio de
R$ 5,41, também sem modificações perante à última semana.

Maia ressalta que o mercado está atento às notícias envolvendo a China.
Desde o início de agosto foram registrados sete casos de peste suína africana
em diferentes províncias chinesas, o que levou ao sacrifício de uma parcela da
produção. “Isso pode resultar em maior avidez de compra no mercado
internacional por parte da China, principal consumidor da proteína em escala
global, o que pode beneficiar o Brasil”, sinaliza.

Nas exportações, as vendas de carne suína in natura em agosto
totalizaram 54,1 mil toneladas, volume 8% menor que as 58,8 mil toneladas
embarcadas no mesmo período do ano passado, de acordo com dados da
Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A receita de agosto chegou a
US$ 98,2 milhões, número 31,3% inferior que os US$ 143 milhões obtidos no
oitavo mês de 2017.

No saldo acumulado entre janeiro e agosto, as exportações alcançaram
347,8 mil toneladas, volume 13,3% inferior às 401,3 mil toneladas embarcadas
entre janeiro e agosto de 2017. Em receita, o saldo do ano alcançou US$ 717,6
milhões, número 28,7% menor que o total obtido entre janeiro e agosto do ano
passado, com US$ 1 bilhão.

“Projetando as vendas dos demais produtos que compõem a exportação total
de carne suína em agosto, os embarques do setor devem superar 63 mil
toneladas no mês. As vendas para China e Hong Kong seguem em ritmo elevado,
reduzindo a lacuna deixada pela suspensão das vendas para a Rússia”, ressalta
o diretor-executivo da ABPA, Ricardo Santin.

A análise de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em
São Paulo foi cotada a R$ 69,00 nesta quarta-feira (5), ante os R$ 68,00
praticados na semana anterior. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo
seguiu em R$ 2,85. No interior a cotação permaneceu em R$ 3,15. Em Santa
Catarina o preço do quilo na integração continuou em R$ 2,85. No interior
catarinense, a cotação se manteve em R$ 3,20. No Paraná o quilo vivo
continuou em R$ 3,35 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo
seguiu em R$ 3,25.

No Mato Grosso do Sul a cotação na integração seguiu em R$ 2,75,
enquanto em Campo Grande o preço continuou em R$ 2,95. Em Goiânia, o preço
permaneceu em R$ 3,80. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno vivo
continuou em R$ 3,90. No mercado independente mineiro, o preço foi mantido em
mantido em R$ 3,80. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis
seguiu em R$ 3,00. Já na integração do estado a cotação permaneceu em R$
2,70.

Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS