SEMANA TRIGO: Preços no Brasil sobem em novembro, mas paridade de importação limita alta

   Porto Alegre, 1 de dezembro de 2023 – O mercado brasileiro de trigo encerrou o mês de novembro com alta expressiva das cotações. No Paraná, o avanço foi de 19% e, no Rio Grande do Sul, de 12,36%.

   O analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, destaca que essa elevação ocorreu na primeira quinzena do mês. Nos últimos 15 dias, com as cotações domésticas tendo atingido a paridade de importação em relação à safra nova argentina, houve uma lateralização.

   “Isso ocorreu porque os agentes adotaram uma postura de inflexibilidade e discordavam entre as pedidas e as ofertas. A quebra expressiva da safra brasileira é o principal argumento para os produtores elevarem o interesse de venda. Contudo, depois que os preços domésticos se equipararam ao custo de aquisição externa do principal fornecedor de trigo ao brasil, os compradores passaram a ter respaldo para frear a escalada de alta das cotações do cereal. Com as forças de ambas as pontas do mercado se igualando na queda de braço para a formação de preços, o resultado foi a lateralização das cotações. Junto dela veio uma redução dos reportes de negócios. Com a proximidade do final do ano, quando muitos moinhos entram em férias coletivas para trabalhos de expurgo, a tendência é que o mercado siga operando com lentidão”, analisou.

Conab

   A colheita da safra 2022/23 de trigo está em 96,5% da área estimada para a temporada 2022/23 nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 26 de novembro. Na semana anterior, a ceifa estava em 94,2%. Em igual período do ano passado, o número era de 86,6%.

Rio Grande do Sul

   A colheita de trigo atinge 98% da área no Rio Grande do Sul. Na semana passada, os trabalhos chegavam a 93%. Em igual momento do ano passado, eram 84%. A média dos últimos cinco anos é de 95%.

   A primeira metade da semana, caracterizada por tempo seco, propiciou avanços na colheita, a qual se encontra próxima da conclusão. Nas regiões mais a Oeste e Noroeste do estado, a operação já foi concluída. Restam áreas a serem colhidas a Sul e Nordeste devido à prática de semeadura mais tardia nessas regiões. A Emater ressalta que a qualidade dos grãos permanece abaixo do padrão ideal, especialmente nas lavouras estabelecidas durante a segunda metade do período de semeadura, indicado no zoneamento agrícola.

Argentina

   A colheita de trigo atinge 36,4% da área na Argentina. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, os trabalhos avançaram 10 pontos percentuais desde a semana passada e estão 13,4 pontos percentuais adiantados em relação ao ano passado.

   A produtividade observada cresceu na última semana, superando as expectativas após as geadas recentes. Mantendo-se este nível, a Bolsa disse que pode reajustar a projeção de produção para cima. A safra é projetada em 14,7 milhões de toneladas. Já foram colhidas 4,45 milhão de toneladas ao longo de 2,059 milhões de hectares.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Brasil tem negócios pontuais e menor espaço para alta nos preços

   Porto Alegre, 17 de novembro de 2023 – O mercado brasileiro de trigo teve uma semana de negócios pontuais. Com o feriado de quarta-feira, o espaço para movimentações diminuiu. Além disso, vendedores mantém postura retraída diante das intervenções governamentais para garantia de preços mínimos e da recente quebra nas projeções de safra.

   Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, os vendedores seguem elevando as pedidas. Os compradores, demonstram certa flexibilização, mas em sua maioria estão reticentes em aceitar os preços indicados.

   O sentimento é de que, com o câmbio atual e com o início da oferta argentina, o espaço para altas no mercado doméstico deve encurtar, disse.

Conab

   A colheita da safra 2022/23 de trigo está em 87,2% da área estimada para a temporada 2022/23 nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 12 de novembro. Na semana anterior, a ceifa estava em 71,8%. Em igual período do ano passado, o número era de 58,9%.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que a colheita atingiu 99% da área cultivada de 1,412 milhão de hectares. A área deve ser 14% maior do que em 2022, quando cultivou 1,237 milhão de hectares.

   Segundo o Deral, 42% das lavouras estão em boas condições, 46% em situação média e 12% em situação ruim, com 100% em maturação. No dia 6 de novembro a colheita atingia 92% da área, com 38% das lavouras estavam em boas condições, 39% em situação média e 23% em situação ruim, divididas entre as fases de frutificação (2%) e maturação (98%).

   A safra 2023 de trigo do Paraná deve registrar uma produção 3,855 milhões de toneladas, 10% acima das 3,515 milhões de toneladas colhidas na temporada 2022. A produtividade média é estimada em 2.729 quilos por hectare, abaixo dos 2.847 quilos por hectare registrados na temporada 2022.

Rio Grande do Sul

   A colheita de trigo atinge 89% da área no Rio Grande do Sul. Na semana passada, os trabalhos chegavam a 82%. Em igual momento do ano passado, eram 51%. A média dos últimos cinco anos é de 80%.

   A área cultivada de trigo totaliza 1.516.236 hectares. A produtividade esperada era de 3.021 kg/ha, no entanto, a estimativa atual aponta 2.164 kg/ha, representando redução de 8,38%. Essa diminuição pode ser atribuída principalmente aos efeitos do fenômeno El Niño, como o excesso de chuvas e a ocorrência de geada, vento e granizo, que impactaram pontualmente a cultura em diversas fases do ciclo produtivo.

   Durante a semana, caracterizada por intervalos de tempo seco alternados com chuvas, a colheita progrediu. O produto colhido permanece com qualidade inferior e peso hectolitro (PH) abaixo dos padrões comerciais estabelecidos. As regiões Sul e Campanha apresentam alguns resultados qualitativos mais favoráveis.

Argentina

   A colheita de trigo atinge 20,2% da área na Argentina. Na semana passada, eram 14,4%. Devido ao aumento das temperaturas e à falta de chuvas em algumas regiões, os trabalhos estão 10,2 pontos percentuais adiantados em relação ao ano passado.

   Com a volta recente das chuvas, parte das áreas comprometidas tiveram alguma melhora durante o enchimento de grãos. Ainda assim, a avaliação do impacto das geadas trouxe rendimentos abaixo do previsto originalmente.

   Assim, a Bolsa de Buenos Aires cortou sua projeção de safra de 15,4 para 14,7 milhões de toneladas. Já foram colhidas 1,848 milhão de toneladas ao longo de 1,157 milhão de hectares.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Em meio a cortes de safra, preços no Brasil têm firmeza atípica para época do ano

   Porto Alegre, 10 de novembro de 2023 – O mercado brasileiro de trigo segue com lentidão no ritmo dos negócios e com preços apresentando uma firmeza atípica para essa época do ano. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, numa consulta à série histórica dos últimos 23 anos, não se encontra uma safra em que as cotações – de outubro para novembro – subiram os mais de 28% que se observa na média do sul do Brasil neste ano.

   As estatísticas comprovam o que se espera do impacto sazonal do ingresso de safra. Na atual temporada, contudo, o movimento é uma resposta à forte queda verificada entre o final de setembro e a primeira quinzena de outubro  que levou o trigo brasileiro a ser um dos mais baratos do mundo. Esse recuo era um ajuste à retração das cotações internacionais em um ano com potencial de recorde produtivo no Brasil. Entretanto, com os números de quebra de produção (quantitativa e qualitativa) devido ao excesso de chuva alcançando níveis recordes e com o governo ingressando no mercado com mecanismos que garantem preços elevados, em poucos dias a dinâmica de formação de preços mudou. Os preços que operavam em níveis de paridade de exportação passaram a flertar com a de importação, disse.

Projeção de SAFRAS

   O Brasil deve produzir 8,85 milhões de toneladas de trigo em 2023. Esta é a nova estimativa de SAFRAS & Mercado, após as lavouras gaúchas e paranaenses serem castigadas pelos efeitos do El Niño. Em meados de outubro, SAFRAS cortara a projeção para 10,355 milhões de toneladas. A expectativa inicial era de 12,07 milhões de toneladas. No ano passado, foram 11,417 milhões de toneladas. O número atual é pouco superior às 8,745 milhões de toneladas de 2021.

   O Rio Grande do Sul, que no ano passado foi o maior produtor nacional, com 6,01 milhões de toneladas, agora deve cair para a segunda posição, com apenas 3,33 milhões – uma queda de 44,6%. O Paraná deve assumir a liderança, com 3,65 milhões de toneladas, 1,4% acima das 3,6 milhões de toneladas do ano passado.

Projeção da Conab

   A produção brasileira de trigo em 2024 deverá ficar em 9,633 milhões de toneladas, segundo o 2o levantamento para a safra brasileira de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No mês anterior, a previsão era de 10,459 milhões. O número repete a safra anterior.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que a colheita atingiu 92% da área cultivada de 1,412 milhão de hectares. A área deve ser 14% maior do que em 2022, quando cultivou 1,237 milhão de hectares. Segundo o Deral, 23% das lavouras estão em boas condições, 39% em situação média e 38% em situação ruim, com 2% em frutificação e 98% em maturação. No dia 30 de outubro a colheita atingia 89% da área, com 42% das lavouras estavam em boas condições, 44% em situação média e 14% em situação ruim, divididas entre as fases de frutificação (7%) e maturação (93%).

Rio Grande do Sul

   A colheita de trigo atinge 82% da área no Rio Grande do Sul. Na semana passada, os trabalhos chegavam a 58%. Em igual momento do ano passado, eram 34%. A média dos últimos cinco anos é de 69%.

   Conforme a nova estimativa da safra 2023, realizada pela Emater/RS-Ascar, a estimativa de produção atualmente é de 3.280.655 toneladas, o que corresponde à redução de 27,88% em relação a 5.288.030 toneladas estimadas no momento do plantio. Essa diminuição pode ser atribuída principalmente aos efeitos do fenômeno El Niño, como o excesso de chuvas e a ocorrência de outros fatores, como geada, vento e granizo, que impactaram pontualmente a cultura em diversas fases do ciclo produtivo.

Argentina

   Segundo a Bolsa de Buenos Aires, a safra da Argentina é projetada em 15,4 milhões de toneladas. as lavouras argentinas se dividem entre condições boas ou excelentes (15%), normais (40%) e regulares ou ruins (45%). Na semana passada, eram 13%, 40% e 47%, respectivamente. Em igual momento do ano passado, 10%, 36% e 54%. O déficit hídrico atinge 43% da área. Na semana passada, eram 46%. Em igual momento do ano passado, 46%.

   A Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) cortou a projeção da safra de trigo da Argentina em 2023/24 de 14,3 para 13,5 milhões de toneladas. No ano passado, foram 11,8 milhões de toneladas. Conforme a entidade, a recuperação da umidade do solo chegou tarde para grande parte da região produtora. Além disso, a ocorrência de geadas comprometeu a produtividade e aumento a área que sequer foi semeada.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Conab divulga editais de leilões, CNA vê como positivos e indústria rejeita PEP

   Porto Alegre, 26 de outubro de 2023 – O destaque da semana no mercado brasileiro de trigo foi a divulgação dos editais para as licitações para escoamento do produto. As modalidades PEP (Prêmio por Escoamento de Produto) e Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) fazem parte das Políticas de Garantia de Preço Mínimo (PGPM) do governo federal.

   Os leilões devem acontecer em 31 de outubro, cada um para escoar 154,8 mil toneladas de trigo em grão. Porém, os prêmios serão divulgados somente dois dias úteis antes da operação.

   Conforme o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, o ponto de atenção é sobre o prêmio que precisa ser pago para tornar a operação atrativa. Atualmente, os preços indicados no mercado são cerca de R$ 350/tonelada abaixo do preço mínimo, lembra. Para compensar a burocracia da operação, o prêmio ofertado terá que ser superior a esse spread, destaca. Considerando um prêmio hipotético de R$ 370/tonelada, com R$ 400 milhões se escoaria 1,081 milhão de toneladas, pondera o analista.

   Em relação ao feed, se o preço de referência for o “trigo pão tipo 03”, é de R$ 927/tonelada. O spread em relação às indicações de mercado fica entre R$ 50 e R$ 100 a tonelada. Nesse caso, com um prêmio menor, por exemplo de R$ 150/tonelada, os recursos disponibilizados poderiam retirar quase 2,7 milhões de toneladas do mercado, comenta o consultor.

   Sendo assim, parece mais lógico que o Governo estabeleça parâmetros que tenham nos grãos de baixo padrão o foco das operações, frisa Bento. A retirada desses grandes volumes de feed das regiões de produção garante inclusive um alívio na armazenagem, num ano em que se espera uma safra cheia no verão. A expectativa por estes leilões fez com que os agentes saíssem do mercado.

CNA

   A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avaliou que os leilões de incentivo ao escoamento do trigo da safra 2023/2024 atendem ao pleito do setor produtivo, que se encontra em um cenário de queda de preços pagos ao produtor rural pelo cereal. Na avaliação da entidade, a medida é uma forma de garantir a renda ao produtor em um momento em que os preços pagos pelo cereal estão baixos, enquanto os custos de produção tiveram pequena redução, depreciando a margem de lucro.

Congresso da Abitrigo

   Nesta semana, a Agência SAFRAS realiza a cobertura in loco do 30º Congresso Internacional da Indústria do Trigo, em Atibaia (SP). Em entrevista, o presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) disse que a entidade pediu ao governo que não envolvesse a indústria de moagem nos leilões. Os moinhos não querem nem saber de PEP. Queremos que toda essa verba vá para os produtores, então seria o Pepro. O PEP distorce todo o mercado, a parte comercial, a competitividade relativa. Fora o processo é muito burocrático e retarda muito o recebimento do valor do governo. Por experiências passadas, rejeitamos essa possiblidade, disse.

   Entre os temas mais debatidos no congresso, estão os impactos do clima adverso sobre a produtividade e a qualidade do trigo brasileiro. Os agentes esperam por uma definição quanto ao volume de cada categoria a ser comercializado. A expectativa é de que haja a necessidade de um aumento das importações por parte da indústria, o que encareceria o preço médio do grão e de seus derivados.

   Outro ponto de interesse foram os gargalos logísticos e de infraestrutura no Brasil. Problema antigo, o tema ganhou força à medida que cresce a necessidade de um rápido escoamento da safra de trigo para a abertura de espaço nos armazéns para receber os grãos de verão. Da mesma maneira, os integrantes da cadeia defendem maiores investimentos na armazenagem para dar tranquilidade ao produtor, que poderia escolher os melhores momentos para negociar.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: SAFRAS corta produção brasileira em 2023 devido a excesso de chuvas

   Porto Alegre, 20 de outubro de 2023 – O mercado brasileiro de trigo segue operando com poucos negócios. Os produtores, além de focados nos trabalhos de colheita, se colocam na defensiva à espera de uma definição da safra, em meio ao clima adverso. Além disso, a expectativa em relação a intervenção do Governo Federal para a garantia dos preços mínimos faz com que o lado vendedor se retraia ainda mais.

   Os temores de que os efeitos do fenômeno El Niño trariam danos à produção de trigo no Brasil estão se consolidando. No Paraná, onde as estimativas iniciais apontavam para uma produção próxima a 4,4 milhões de toneladas, os novos números de SAFRAS & Mercado apontam para 3,7 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, números preliminares apontava para 5,4 milhões de toneladas e as projeções atuais sinalizam para cerca de 4,785 milhões de toneladas.

   Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, com a colheita ainda em andamento, esses números ainda devem sofrer novos ajustes. Se confirmados, comparada ao mesmo período do ano passado, a produção paranaense apresentaria um incremento de 100 mil toneladas enquanto a gaúcha recuaria 1,225 milhão de toneladas.

   A safra brasileira de trigo deve totalizar 10,355 milhões de toneladas em 2023. A expectativa de SAFRAS & Mercado foi reajustada para baixo devido ao excesso de umidade e às altas temperaturas no inverno. Anteriormente, eram esperadas 11,540 milhões de toneladas. No ano passado, o Brasil produziu 11,417 milhões de toneladas.

Paraná

   Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Paraná, até 17 de outubro, a colheita atingia 80% da área no estado. Na semana anterior, eram 73%. A maioria das lavouras está em boas condições. O Deral ainda estima a safra paranaense em 4,155 milhões de toneladas.

Rio Grande do Sul

   Já no Rio Grande do Sul, a colheita de trigo atingia 19% da área, até 19 de outubro. Na semana anterior, os trabalhos chegavam a 11%. Em igual momento do ano passado, eram 5%. A média dos últimos cinco anos é de 18%.

   Segundo a Emater/RS, os resultados obtidos nas áreas em colheita indicam a redução na produtividade em relação ao estimado inicialmente. Além disso, cresce a preocupação com a qualidade, especialmente em relação à eventual presença de micotoxina, derivada da alta umidade no período final do ciclo da cultura e da elevada incidência de giberela.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Incertezas sobre clima e qualidade travam negócios no Brasil

   Porto Alegre, 13 de outubro de 2023 – O mercado brasileiro de trigo teve poucos negócios nesta semana. Os agentes seguem na defensiva em meio às incertezas sobre a produção nacional. Isso deve-se ao clima adverso que predominou em setembro e se estende, em algumas regiões do Sul do Brasil, em outubro. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, a comercialização não avança no país devido às dúvidas sobre a qualidade do grão que vai sendo colhido.

Conab

   A colheita da safra 2022/23 de trigo está em 41% da área estimada para a temporada 2022/23 nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 7 de outubro. Na semana anterior, a ceifa estava em 35%. Em igual período do ano passado, o número era de 25,5%.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que a colheita atingiu 73% da área cultivada de 1,408 milhão de hectares. A área deve ser 14% maior do que em 2022, quando cultivou 1,237 milhão de hectares.

   Segundo o Deral, 75% das lavouras estão em boas condições, 20% em situação média e 5% em situação ruim, com 1% em floração, 45% em frutificação e 54% em maturação. No dia 2 de outubro a colheita atingia 69% da área, com 78% das lavouras estavam em boas condições, 17% em situação média e 5% em situação ruim, divididas entre as fases de floração (7%), frutificação (41%) e maturação (52%).

   A safra 2023 de trigo do Paraná deve registrar uma produção 4,155 milhões de toneladas, 18% acima das 3,515 milhões de toneladas colhidas na temporada 2022. A produtividade média é estimada em 2.951 quilos por hectare, acima dos 2.847 quilos por hectare registrados na temporada 2022.

Rio Grande do Sul

   A colheita de trigo atinge 11% da área no Rio Grande do Sul. Na semana passada, os trabalhos chegavam a 3%. Em igual momento do ano passado, eram 4%. A média dos últimos cinco anos é de 8%.

   Apesar da presença de precipitações em parte do período, os triticultores aproveitaram as janelas de tempo mais seco para prosseguir com o processo de colheita. A operação foi conduzida, mesmo sem as condições ambientais ideais, com o objetivo de assegurar a colheita de um produto que ainda atenda aos padrões de comercialização estabelecidos para a indústria de moagem.

   A cultura está evoluindo rapidamente em direção ao estágio de maturação, que alcançou 42%. Porém, devido às condições climáticas desfavoráveis, há estimativa de redução no potencial produtivo. À medida que as lavouras avançam para o final do ciclo, observam-se danos causados pela alta umidade, principalmente em termos de quantidade e de qualidade dos grãos. A diminuição no número de grãos por espiga é atribuída a falhas na polinização e à entrada de doenças nos órgãos reprodutivos, ambas consequências do grande volume de chuvas ocorrido durante os estágios reprodutivos da cultura.

Argentina

   A Bolsa de Buenos Aires cortou sua projeção para a safra de trigo da Argentina. Devido à falta de chuvas, à piora nas condições e ao aumento da área em déficit hídrico, a estimativa de produção passou de 16,5 para 16,2 milhões de toneladas. A produção segue estimada em 16,5 milhões de toneladas. A área plantada foi de 5,9 milhões de toneladas.

   As lavouras argentinas se dividem entre condições boas ou excelentes (13%), normais (44%) e regulares ou ruins (42%). Na semana passada, eram 19%, 49% e 32%, respectivamente. Em igual momento do ano passado, 12%, 39% e 50%. O déficit hídrico atinge 50% das plantas. Na semana passada, eram 38%. Em igual momento do ano passado, 53%.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Em meio à colheita, clima no sul do Brasil e principal ponto de atenção

Porto Alegre, 6 de outubro de 2023 – O mercado doméstico de trigo com lentidão no ritmo dos negócios e preços sem grandes alterações. No Paraná a indicação CIF moinho fica próxima a R$ 1.000/tonelada, com muitos compradores forçando o patamar de R$ 950/tonelada. No Rio Grande do Sul, as indicações (apenas nominais) no FOB ficam próximas a R$ 1.000/tonelada.

O analista de SAFRAS & Mercado destaca que a recente alta do dólar frente ao real tem favorecido os negócios de Feed Wheat gaúcho na exportação. Foram reportadas negociações entre R$ 1.050/1080 a tonelada sobre rodas em Rio Grande/PR para embarque em novembro. Esse valor corresponde a cerca de R$ 900/tonelada no FOB interior.

Conab

A colheita da safra 2022/23 de trigo está em 35% da área estimada para a temporada 2022/23 nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 1 de outubro. Na semana anterior, a ceifa estava em 29%. Em igual período do ano passado, o número era de 22,4%.

Paraná

O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que a colheita atingiu 69% da área cultivada de 1,408 milhão de hectares. A área deve ser 14% maior do que em 2022, quando cultivou 1,237 milhão de hectares.

Segundo o Deral, 78% das lavouras estão em boas condições, 17% em situação média e 5% em situação ruim, com 7% em floração, 41% em frutificação e 52% em maturação. No dia 25 de setembro a colheita atingia 60% da área, com 75% das lavouras estavam em boas condições, 20% em situação média e 5% em situação ruim, divididas entre as fases de crescimento vegetativo (1%), floração (9%), frutificação (38%) e maturação (52%).

Rio Grande do Sul

A colheita de trigo atinge 3% da área no Rio Grande do Sul. Segundo a Emater/RS, na semana passada os trabalhos chegavam a 1%. Em igual momento do ano passado, eram 3%. A média dos últimos cinco anos é de 3%.

Com a diminuição das precipitações e a continuidade de alguns dias ensolarados, houve aumento na área colhida. A cultura está progredindo rapidamente em direção aos estágios de enchimento de grãos e maturação, que representam respectivamente 58% e 23% do desenvolvimento. Nessas fases, determina-se a produtividade, incluindo o tamanho e a qualidade dos grãos, pois o número de plantas e a quantidade de grãos por planta já foram definidos nos estágios iniciais do crescimento. Em razão da possibilidade de aumento na pressão das doenças nas espigas e espiguetas, também se eleva o número de grãos afetados, comprometendo o potencial produtivo das lavouras.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Clima ameaça safras e agentes se mantêm cautelosos no Brasil

   Porto Alegre, 22 de setembro de 2023 – O mercado brasileiro de trigo segue com poucos negócios. Os agentes seguem preocupados com o clima adverso.

   O excesso de chuvas no Rio Grande do Sul ameaça a safra gaúcha. Segundo a Emater/RS, as lavouras já perderam potencial produtivo devido às intempéries da primeira metade de setembro. O aumento na incidência de doenças também acende um sinal de alerta.

   No Paraná, a situação é diferente. A cultura já está em estágios mais avançados, com a colheita já superando metade da área. Não há relatos relevantes de danos por chuvas no estado.

Preços em queda

   Os preços do trigo seguem em queda no Brasil, mas, segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, a competitividade do cereal paranaense, ao menos em tese, no mercado internacional, indica que a retração possa ser estancada em breve. De qualquer maneira, os agentes se mantêm cautelosos. A exportação só não é uma opção para o Paraná pois os grãos de verão ainda são mais atrativos neste cenário, dominando a logística portuária.

Momento de comprar

   Bento explica que o momento é propício para o comprador ir ao mercado, buscando reduzir seu preço médio de aquisição e se proteger de possíveis altas, uma vez que persiste a preocupação quanto à sanidade da safra nacional. Além disso, vai crescendo a chance de que os moinhos gaúchos precisem comprar trigo do Paraná.

Preço mínimo

   Os produtores seguem recusando negócios aos atuais patamares de preço. A cotação de venda do trigo no Paraná fica entre R$ 930,00 e R$ 950,00 por tonelada. No Rio Grande do Sul, o grão é vendido de R$ 1.050,00 a R$ 1.100,00 por tonelada.

   O preço mínimo, estabelecido pelo governo em julho, é de R$ 1.463,00 por tonelada. Desde então, o mercado brasileiro sempre esteve abaixo deste patamar. Bento observa que a última vez que o mínimo esteve acima do mercado foi na temporada 2016/17.

   Na última quarta-feira, o ministro da agricultura, Carlos Fávaro, disse que a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) prepara editais para apoio à comercialização do cereal no Rio Grande do Sul, no Paraná e em Santa Catarina. Os programas de garantia de preço mínimo pagam prêmios ao produtor para que ele consiga receber o mínimo previsto. Fávaro disse que seriam R$ 400 milhões de reais, com a intenção de escoar 1,5 milhão de toneladas.

   De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, os recursos anunciados não seriam suficientes para o volume pretendido. “Com o mercado a R$ 950 por tonelada e o mínimo de R$ 1.463, o prêmio precisa superar R$ 500 por tonelada. Com R$ 400 milhões, se escoariam, no máximo, 800 mil toneladas”, explicou.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Chuvas no Rio Grande do Sul deixam mercado brasileiro em alerta

   Porto Alegre, 15 de setembro de 2023 – Os negócios com trigo no Brasil seguem pontuais. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, os trabalhos de colheita seguem com um bom ritmo e já se encaminham para a reta final nas regiões norte e oeste do estado.

   “Agentes relatam que a produtividade das lavouras e a qualidade dos grãos são boas. A preocupação em relação ao clima fica por conta das lavouras que se colhem mais tarde, na metade sul do estado. O sentimento que se observa entre os agentes é de que na atual temporada, ao contrário da anterior, o Paraná poderá vender para o Rio Grande do Sul. Essa percepção tem como base os mapas climáticos que sinalizam para uma safra gaúcha com alto índice de pluviosidade”, observou o analista.

   As negociações no Rio Grande do Sul também estão travadas. “Ainda não se tem boletins que possam quantificar perdas. Porém, sabe-se que as chuvas volumosas causaram danos em lavouras nas fases de floração e de início da formação dos grãos, principalmente devido ao acamamento em certas áreas e à queda de flores das plantas. A extensão dos danos e o possível impacto na produtividade ainda não puderam ser avaliados com precisão, sendo necessária a melhoria das condições ambientais para aguardar a reação das lavouras após o fenômeno climático, o que permitirá a realização de vistorias de avaliação”, disse.

Conab

   A colheita da safra 2022/23 de trigo está em 17,9% da área estimada para a temporada 2022/23 nos sete principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 10 de setembro. Na semana anterior, a ceifa estava em 11,7%. Em igual período do ano passado, o número era de 11,8%.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que a colheita atingiu 35% da área cultivada de 1,41 milhão de hectares. A área deve ser 14% maior do que em 2022, quando cultivou 1,238 milhão de hectares.

   Segundo o Deral, 73% das lavouras estão em boas condições, 21% em situação média e 6% em situação ruim, com 6% em crescimento vegetativo, 10% em floração, 35% em frutificação e 49% em maturação. No dia 4 de setembro a colheita atingia 26% da área, com 72% das lavouras estavam em boas condições, 21% em situação média e 6% em situação ruim, divididas entre as fases de crescimento vegetativo (10%), floração (12%), frutificação (31%) e maturação (47%).

Rio Grande do Sul

   A cultura do trigo no Rio Grande do Sul encontra-se predominantemente em fases reprodutivas, abrangendo a de floração (41%) e a de enchimento de grãos (34%). A fase de desenvolvimento vegetativo representa atualmente 19%, e a de maturação compreende 6% das lavouras, localizadas no Oeste do Estado.

   A área cultivada na safra 2023 está estimada em 1.505.704 hectares, e a produtividade prevista é de 3.021 kg/ha.

   O período de tempo úmido contínuo e alta nebulosidade não foi favorável para as lavouras. As condições climáticas atuais são propícias ao desenvolvimento de doenças, especialmente nas espigas e espiguetas.

   Nas lavouras que estão no estágio final de enchimento de grãos e início da maturação, os sintomas de doenças nas espigas, como giberela e brusone, têm aumentado, causando atrofia ou morte dos órgãos reprodutivos e interrompendo o crescimento dos grãos. Há risco elevado de perdas na qualidade dos grãos em maturação, o que pode impedir seu aproveitamento na produção de farinha, restando apenas a opção de venda para ração, cujos preços são significativamente mais baixos.

Argentina

   A ocorrência de chuvas na Argentina proporcionou a melhora nas condições das lavouras de trigo. No entanto, as precipitações geraram um aumento na aparição de focos de doenças foliares, o que fez com que os produtores aumentassem a aplicação de fungicidas. Áreas que não receberam as chuvas, e que enfrentam altas temperaturas, tem o potencial de rendimento comprometido. A área é estimada em 5,9 milhões de hectares.

   As lavouras se dividem entre excelentes/boas (24%), normais (55%) e regulares/ruins (21%). Na semana passada, eram 18% entre excelentes e boas. Um ano atrás, 15%. Atualmente, são 31% em déficit hídrico, contra 30% na semana passada. Um ano atrás, eram 46%.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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MERCADO TRIGO: Incerteza sobre clima já reflete no posicionamento dos agentes no Brasil

   Porto Alegre, 12 de setembro de 2023 – O clima segue no foco das atenções dos agentes do mercado de trigo. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, essas incertezas já podem ser sentidas no posicionamento dos agentes de mercado.

   No Paraná, os produtores passaram a liquidar milho e segurar trigo. “A aposta é de que, com eventuais perdas em outras regiões, quem tiver o cereal de inverno com boa qualidade poderá encontrar momentos mais atrativos para a comercializar. Os moinhos, de um modo geral, também não têm demonstrado grande apetite comprador neste momento. A questão de espaço nos armazéns é um ponto sensível”, disse. As indicações de preços no Paraná ficam em torno de R$ 1.000/tonelada no FOB (safra nova).

   No Rio Grande do Sul os agentes estão fora do mercado. Na última sexta-feira foi reportado negócio a R$ 1.180/tonelada sobre rodas em Rio Grande/RS para embarque em novembro/dezembro e pagamento em janeiro. Neste início de semana, nas mesmas condições, a oferta era a R$ 1.130/tonelada. Esse valor corresponde a cerca de R$ 985/tonelada no interior do estado. Safra velha tem indicação de R$ 1.100/tonelada no FOB.

Chicago

   A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços mais altos. O mercado operava em forte alta até a divulgação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), publicado às 13h. Após muita volatilidade, os contratos se consolidaram no território positivo.

   O documento indicou redução expressiva na produção e nos estoques globais do grão. Importantes fornecedores mundiais tiveram suas safras e exportações cortadas.

   A produção do cereal nos Estados Unidos em 2023/24 é estimada em 1,734 bilhão de bushels, mesmo número de agosto. Para a safra 2022/23, a produção estadunidense ficou em 1,65 bilhão de bushels. Os estoques finais do país em 2023/24 foram projetados em 615 milhões de bushels. O mercado esperava 614 milhões. Em agosto, foram 615 milhões. Em 22/23, 580 milhões de bushels.

   A produção mundial de trigo em 2023/24 é estimada em 787,34 milhões de toneladas, abaixo das 793,37 milhões estimadas em agosto. Para 2022/23, a estimativa ficou em 790,59 milhões de toneladas. Os estoques finais globais em 2023/24 foram estimados em 258,61 milhões de toneladas, contra 265,61 milhões em agosto. O mercado esperava 265 milhões de toneladas. Para 2022/23, as reservas finais foram estimadas em 267,13 milhões de toneladas, enquanto a expectativa era de 268,3 milhões.

   No fechamento, os contratos com entrega em dezembro eram cotados a US$ 5,87 1/2 por bushel, alta de 3,00 centavos de dólar, ou 0,51%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em março de 2024 eram negociados a US$ 6,14 por bushel, ganho de 3,25 centavos, ou 0,53% em relação ao fechamento anterior.

Câmbio

   O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,47%, sendo negociado a R$ 4,9540 para venda e a R$ 4,9520 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,9353 e a máxima de R$ 4,9678.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Chuvas no Sul durante a colheita mantêm mercado em alerta

   Porto Alegre, 8 de setembro de 2023 – O excesso de chuva que atingiu as lavouras do Sul brasileiro continua no radar do mercado. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, ainda é cedo para se contabilizar perdas.

   “A principal preocupação é nas regiões em que as lavouras estavam prontas para serem colhidas. No Paraná era quase a metade da área plantada. No Rio Grande do Sul ainda não existem lavouras nesse estágio. Além do prejuízo à qualidade, o volume das precipitações e os ventos fortes podem gerar acamamento e maior incidência de doenças”, disse.

   Se os prejuízos ainda são difíceis de se contabilizar, a resposta do mercado ficou bastante clara. Na última semana, houve reportes expressivos de negócios. No Paraná, lotes da safra velha foram negociados entre R$ 1.150 e R$ 1.180 a tonelada. Safra nova de R$ 1.000 a R$ 1.050 a tonelada. Os volumes de safra nova não chegaram a ser de lotes de grande porte. Porém, muitos agentes estavam no mercado. No Rio Grande do Sul, os reportes eram pontuais. Safra velha por volta de R$ 1.150 a tonelada e nova entre R$ 1.000 e R$ 1.100 a tonelada.

   No início desta semana, o mercado esvaziou. Os produtores paranaenses passaram a fixar milho e segurar o trigo. No Rio Grande do Sul, os agentes do lado comprador indicam interesse a R$ 1.050/tonelada para pagamento em 30 dias e a R$ 1.150/tonelada para retirada em outubro e pagamento em novembro. Da mesma forma que no Paraná, os produtores saíram do mercado e abriram o spread de suas pedidas em relação às ofertas.

Conab

   A colheita da safra 2022/23 de trigo está em 11,7% da área estimada para a temporada 2022/23 nos sete principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 3 de setembro. Na semana anterior, a ceifa estava em 6,9%. Em igual período do ano passado, o número era de 8%.

   A produção brasileira de trigo em 2023 deverá ficar em 10,871 milhões de toneladas, segundo o 12o levantamento para a safra brasileira de grãos da Conab. No ano passado, a safra ficou em 10,554 milhões de toneladas. A Conab indica uma área plantada de 3,450 milhões de hectares. Em 2022, a área ocupou 3,086 milhões de hectares. A produtividade está estimada em 3.135 quilos por hectare, contra os 3.420 quilos estimados no ano.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que a colheita atingiu 26% da área cultivada de 1,409 milhão de hectares. A área deve ser 14% maior do que em 2022, quando cultivou 1,237 milhão de hectares.

Rio Grande do Sul

   As lavouras de trigo do Rio Grande do Sul estão, predominantemente em estágios reprodutivos. Segundo boletim semanal da Emater/RS, são 32% em germinação ou desenvolvimento vegetativo, 49% em floração, 18% em enchimento de grãos e 1% em maturação. O crescimento das plantas está adiantado na comparação com a média dos últimos anos. Na última semana, houve grande variação climática, com formação de geadas em partes do estado no amanhecer do dia 28 de agosto. De 1º a 3 de setembro, foram registradas chuvas torrenciais, gerando um ambiente desfavorável ao cultivo.

Argentina

   A Bolsa de Cereais de Buenos Aires cortou em 100 mil hectares a área plantada com trigo na Argentina, devido ao clima seco durante a semeadura. Na última semana, a ocorrência de chuvas favoreceu a melhora da condição hídrica do país. As lavouras se dividem entre excelentes/boas (18%), normais (58%) e regulares/ruins (25%). Na semana passada, eram 19% entre excelentes e boas.

Um ano atrás, 18%. Atualmente, são 30% em déficit hídrico, contra 35% na semana passada. Um ano atrás, eram 35%.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Expectativa de safra cheia no Brasil e queda externa derruba preços em agosto

   Porto Alegre, 1 de setembro de 2023 – Os preços do trigo caíram mais de 13% em agosto nas principais praças de comercialização do Brasil. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, a pressão sobre as cotações vem da expectativa de uma safra cheia no país, que gera a percepção de que os próximos meses serão de excesso de oferta. “Nesse cenário, o normal é que os preços domésticos busquem a paridade de exportação nas regiões de produção”, disse.

   Atualmente, essa paridade de exportação fica entre R$ 950 e R$ 1.100 a tonelada no sul do país. O preço mínimo de R$ 1.463/tonelada pressupõe uma intervenção governamental, a qual poderia ser uma alternativa para aliviar a pressão de oferta no mercado. Porém, os recursos disponibilizados para Programas de Garantia de Preços Mínimos (PGPMs) não são suficientes para escoar mais que 1% da produção estimada.

   Com isso, a pressão sobre as cotações persiste. Na última quinta-feira foi reportado negócio da safra velha gaúcha a R$ 1.150/tonelada no FOB, tendo como destino o Paraná. A retração mensal no Rio Grande do Sul foi de 11,5%. Para a safra nova os agentes seguem sem demonstrar interesse. Indicações entre R$ 1.000 e R$ 1.100/tonelada. No Paraná os lotes remanescentes da safra velha têm indicação de compra em R$ 1.190 e R$ 1.200 a tonelada. O tombo de agosto foi de 15,4%. Safra nova entre R$ 1.050 e R$ 1.100 a tonelada.

Chicago

   No mercado internacional, os preços caíram 12,97% em Chicago no acumulado de agosto. Foi a maior retração mensal na bolsa desde novembro do ano passado. A pressão sazonal de oferta, em meio à colheita no Hemisfério Norte, somada aos sinais de fraca demanda pelo grão dos Estados Unidos determinaram a queda. A ampla oferta russa tem inundado o mercado global, pressionando as cotações para baixo.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Cautela predomina no mercado brasileiro com expectativa de novas quedas

   Porto Alegre, 23 de agosto de 2023 – O mercado brasileiro de trigo tem agentes cautelosos e pouco ativos. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, o sentimento dos compradores é de que o ingresso da safra nova, que já é colhida, exerça pressão sobre as cotações. Da mesma forma, a expectativa de aumento da safra argentina e a acomodação das cotações internacionais são indicadores de barateamento do cereal.

   Conforme a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), até 22 de agosto, a colheita atingia 4,7% da área no Brasil. O avanço semanal foi de apenas 1,1 ponto percentual. O Paraná, atualmente o segundo maior produtor nacional, tem apenas 4% da área colhida. O Rio Grande do Sul, líder na produção brasileira, ainda não iniciou a ceifa, o que deve ocorrer apenas em setembro, se intensificando em outubro.

   As lavouras de trigo se desenvolvem com certa normalidade nos dois estados. Em algumas regiões, as temperaturas mais elevadas aceleraram o crescimento das plantas, o que demandou maior atenção dos produtores e engenheiros agrônomos nos tratos culturais. Também em áreas localizadas, há ocorrência de doenças, em função do clima. Ainda não há, no entanto, perspectiva de quebra de safra.

   A estimativa de SAFRAS & Mercado para a produção nacional é de 11,55 milhões de toneladas em 2023, 3,1% acima do ano anterior. A safra gaúcha deve cair 8,5% para 5,5 milhões de toneladas, mas a paranaense, deve se recuperar da quebra de 2022 e crescer 21,7%, somando 4,38 milhões de toneladas.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Fatores internos e externos pressionam preços no Brasil para baixo

   Porto Alegre, 18 de agosto de 2023 – O mercado brasileiro de trigo acompanha o início da colheita, que já começa a exercer pressão sobre os preços.  Segundo a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), até a última terça-feira, os trabalhos chegavam a 3,6%. O plantio já está finalizado.

   De um modo geral, as lavouras de trigo se desenvolvem dentro da normalidade no Brasil. Com um aumento de área nas principais regiões produtoras, a expectativa é de uma safra cheia. A oferta interna é uma das três variáveis formadoras de preços no cenário doméstico.

   As outras duas são câmbio e preços internacionais. No cenário externo, sentindo a pressão do ingresso da safra do Hemisfério Norte, as cotações nas Bolsas norte-americanas fecharam, ontem, no menor patamar desde o final de maio. No câmbio, depois de fechar o mês de julho com uma média de R$ 4,80, a moeda norte-americana volta a flertar com o patamar psicólogo de R$ 5,00. Se considerado o acumulado em agosto, o dólar valorizou 4% em relação ao real, enquanto queda do trigo em Kansas – referência para o trigo pão no Brasil – foi de 15%. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, a força baixista externa é mais forte do que a altista da taxa cambial.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, a colheita atingiu 1% da área cultivada de 1,396 milhão de hectares. A área deve ser 13% maior do que em 2022, quando cultivou 1,237 milhão de hectares.   Segundo o Deral, 83% das lavouras estão em boas condições, 15% em situação média e 2% em situação ruim, com 21% em crescimento vegetativo, 19% em floração, 35% em frutificação e 25% em maturação. No dia 7 de agosto, 90% das lavouras estavam em boas condições, 9% em situação média e 1% em situação ruim, divididas entre as fases de crescimento vegetativo (25%), floração (24%), frutificação (34%) e maturação (17%).

Rio Grande do Sul

   Após a finalização do plantio, as lavouras de trigo se desenvolvem dentro da normalidade no Rio Grande do Sul. Segundo a Emater/RS, 84% estão em germinação ou desenvolvimento vegetativo, 14% em floração e 2% em enchimento de grãos. Isso indica que ainda há um longo período pela frente até o início da colheita. Os produtores realizam os trabalhos de controles de pragas e doenças.

Argentina

   Desde a semana passada, o clima favoreceu a emergência e o desenvolvimento das lavouras no centro e no leste de Buenos Aires. Do centro ao norte, condições climáticas extremas afetam negativamente as condições. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires, estima a área em 6 milhões de hectares.

   As lavouras argentinas se dividem entre condições boas ou excelentes (20%), normais (65%) e regulares ou ruins (15%). Na semana passada, eram 21%, 64% e 15%, respectivamente. Em igual momento do ano passado, 19%, 63% e 18%. O déficit hídrico atinge 32% das plantas. Na semana passada, eram 29%. Em igual momento do ano passado, 29%.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Preços caem no Brasil e em Chicago com pressão de oferta

Porto Alegre, 11 de agosto de 2023 – O início, ainda que incipiente, da promissora colheita paranaense segue exercendo pressão sobre as cotações do trigo no estado. As indicações de compra FOB interior ficam entre R$ 1.250 e R$ 1.300 a tonelada.

   Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, o produtor segue relutando em negociar a esses valores. Os negócios antecipados também seguem demonstrando baixo apetite do vendedor.

   A paridade de importação, quando se olha para a safra nova argentina, fica por volta de R$ 1.300/tonelada no interior. “Isso mostra que, mesmo faltando quase quatro meses para a disponibilização da safra nova, o mercado já está alinhado com essa realidade. Essa antecipação é o resultado da safra nacional que se encaminha para um novo recorde”, disse.

   No Rio Grande do Sul, apesar da pressão, as cotações ainda se mantêm por volta de R$ 1.300/tonelada no FOB. “Uma preocupação recorrente nas regiões produtoras gaúchas é com as altas temperaturas, que tem aumentado a incidência de doenças. Essa condição pode aumentar a necessidade de aplicação de defensivos e, consequentemente, achatar as margens que já tendem a serem apertadas na atual temporada. Da mesma forma que no Paraná, os negócios antecipados seguem em ritmo lento”, observou o analista. O plantio está tecnicamente finalizado no Brasil. Na Argentina, o quadro é semelhante.

Mercado internacional

   No mercado internacional, a semana foi de retração. Sem novidades vindas do Mar Negro, os investidores aproveitaram para realizar lucros, pressionados pelos fundamentos baixistas de entrada de oferta e à espera do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Julho foi travado no Brasil com volatilidade e incertezas por Mar Negro

   Porto Alegre, 28 de julho de 2023 – O mercado brasileiro de trigo teve um mês de julho parado. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, os agentes evitaram aumentar sua exposição devido às incertezas vindas do Mar Negro.

   “A alta volatilidade do mercado internacional dificulta uma tomada de decisão. Como os moinhos estão abastecidos e o produtor não tem necessidade de vender, uma vez que começaram a receber o custeio agrícola para a safra de verão, a necessidade de fazer caixa diminuiu. Além disso, o foco dos produtores está voltado ao manejo das lavouras”, explicou.

Conab

   O plantio de trigo avançou para 97,9% da área estimada para a temporada 2022/23 nos sete principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 22 de julho. Na semana anterior, a semeadura estava em 93,6%. Em igual período do ano passado, o número era de 96,6% também.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório mensal de julho, que a safra 2023 de trigo do Paraná deve registrar uma produção de 4,577 milhões de toneladas, 30% acima das 3,515 milhões de toneladas colhidas na temporada 2022. Atualmente, 94% das lavouras estão em boas condições.

   A área cultivada deve ficar em 1,396 milhão de hectares, contra 1,237 milhão de hectares em 2022, alta de 13%. A produtividade média é estimada em 3.278 quilos por hectare, acima dos 2.847 quilos por hectare registrados na temporada 2022.

Rio Grande do Sul

   O plantio de trigo atinge 97% da área no Rio Grande do Sul. Segundo a Emater/RS, na semana passada, eram 95%. Em igual momento do ano passado, 93%. A média dos últimos cinco anos para o período é de 97%. A área cultivada na safra 2023 está estimada em 1.505.704 hectares, e a produtividade prevista é de 3.021 kg/ha.

Mar Negro

   A volatilidade do mercado internacional foi ditada pela escalada do conflito na região do Mar Negro. A Rússia bombardeou infraestruturas portuárias da Ucrânia, ameaçando o fornecimento de grãos do país. Os preços em Chicago dispararam na penúltima semana de julho, mas logo passaram a se acomodar. O analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, credita muito desta oscilação à especulação. Os fundamentos sazonais são baixistas, com a colheita da safra do Hemisfério Norte a pleno vapor.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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MERCADO TRIGO: Agentes no Brasil acompanham notícias do Mar Negro, mas mantém postura

Porto Alegre, 24 de julho de 2023 – O mercado brasileiro iniciou a semana com as atenções voltadas para o cenário internacional: o recrudescimento da tensão no Mar Negro, com ataques russos à infraestrutura portuária da Ucrânia e com drones ucranianos atacando Moscou e Criméia. O temor de que as exportações de trigo da Rússia também possam ser afetadas levou Chicago ao limite de alta.

   Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, no Brasil, os agentes acompanham de perto, porém, até o momento, sem grandes mudanças na postura. “Os compradores, especialmente no Paraná, contam com a proximidade de uma safra cheia e que transcorre sem grandes problemas”, observou.

   Além disso, conforme ele, há reportes de vendas de trigo da safra velha paraguaia a US$ 280/tonelada CIF moinhos (cerca de R$ 1.325/tonelada ao câmbio de hoje). “Apesar de serem volumes pequenos, servem de argumento para que os moinhos achatem suas ofertas”, explicou. A indicação para trigo paranaense no CIF fica entre R$ 1.460 e R$ 1.500 a tonelada. O produtor paranaense segue pedindo entre R$ 1.480/1500 no FOB. No Rio Grande do Sul o produtor segue pedindo R$ 1.300/tonelada e o moinho indica cerca de R$ 1.300/tonelada.

Chicago

   A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços acentuadamente mais altos. O mercado fechou, mais uma vez, no limite de alta para a sessão, reagindo aos ataques russos às instalações portuárias no rio Danúbio.

   Desde a semana passada, após a saída da Rússia do acordo para o corredor de grãos no Mar Negro, Moscou deflagrou diversos bombardeios a portos da Ucrânia. Os primeiros alvos foram a região de Odessa que, apesar do noticiado, ainda não representavam uma baixa expressiva às exportações do país.

   Conforme o diretor da SovEcon, Andrey Sizov, a Ucrânia pode escoar mais de 40 milhões de toneladas de grãos através de outras rotas. Os portos do Danúbio, no entanto, são um polo crucial.

   Na sexta-feira, Sizov dizia que eventuais ataques a eles seriam “divisores de água”. Concretizados na última madrugada, os bombardeios provocaram uma nova disparada nos preços, que chegaram ao maior nível desde 26 de junho.

   A busca por cargas de grãos no Mar Negro caiu 35% na comparação entre a semana passada e a anterior, impactada pela crescente incerteza sobre o tráfego comercial. Seguradoras já estudam a continuidade, ou não, da cobertura de embarcações na região. Os preços dos seguros devem continuar subindo.

   Completando o quadro altista, aparecem as inspeções de exportação dos Estados Unidos, que, apesar de acima do esperado, seguem abaixo do ritmo do ano passado. As inspeções somaram 358.796 toneladas na semana encerrada no dia 20 de julho, conforme relatório semanal divulgado pelo USDA. O mercado esperava 250 mil toneladas. Em igual período do ano passado, o total inspecionado fora de 475.526 toneladas. No acumulado do ano-safra, iniciado em 1o de junho, as inspeções somam 2.152.702 toneladas, contra 2.591.848 toneladas no acumulado do ano-safra anterior.

   No fechamento, os contratos com entrega em setembro eram cotados a US$ 7,57 1/2 por bushel, alta de 60,00 centavos de dólar, ou 8,6%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em dezembro eram negociados a US$ 7,77 1/2 por bushel, ganho de 59,75 centavos, ou 8,32% em relação ao fechamento anterior.

Câmbio

   O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 1,00%, sendo negociado a R$ 4,7330 para venda e a R$ 4,7310 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,7230 e a máxima de R$ 4,7830.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Movimento é lento no Brasil e Mar Negro traz volatilidade ao mercado global

   Porto Alegre, 21 de julho de 2023 – O mercado brasileiro de trigo teve mais uma semana de reportes pontuais de negócios no mercado doméstico de trigo. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, os moinhos reclamam da fraqueza dos preços da farinha; o produtor segue pouco flexível nas pedidas. O foco segue no plantio e no manejo das lavouras.

Conab

   O plantio de trigo avançou para 93,6% da área estimada para a temporada 2022/23 nos sete principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 15 de julho. Na semana anterior, a semeadura estava em 91,5%. Em igual período do ano passado, o número era de 93,6% também.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que o plantio da safra 2023 de trigo do estado foi concluído na área estimada de 1,389 milhão de hectares, contra 1,237 milhão de hectares em 2022, alta de 12%.

Rio Grande do Sul

   O plantio de trigo atinge 95% da área no Rio Grande do Sul. Segundo a Emater/RS, na semana passada, eram 88%. Em igual momento do ano passado, 90%. A média dos últimos cinco anos para o período é de 95%. A área cultivada na safra 2023 está estimada em 1.505.704 hectares, e a produtividade prevista é de 3.021 kg/ha.

Mar Negro

   O destaque da semana foi o Mar Negro. O mercado acreditava ter precificado a saída da Rússia do corredor de grãos, uma vez que Moscou vinha fazendo ameaças há semanas e a expectativa era de uma certa normalidade no fornecimento pela região. O acirramento do conflito, no entanto, trouxe muita volatilidade aos preços, justamente num momento em que começavam a se acomodar.

   Faz poucas semanas que o trigo em Chicago voltou a patamares pré-guerra. Os bombardeios russos à infraestruturas portuárias ucranianas e a troca de ameaças entre os dois países deixou os traders temerosos quanto à segurança do comércio de grãos pelo Mar Negro.

   O analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, disse que, mesmo não trazendo riscos imediatos ao abastecimento global, neste momento de entrada de safra global, a guerra e seus desdobramentos seguem gerando volatilidade às cotações. O contrato setembro/23 tocou, na quinta-feira, a resistência de US$ 7,50 3/4 e cedeu. Nesta sexta, os preços estão em forte queda.

   Os fundos investidores buscam um melhor posicionamento uma vez que estavam predominantemente vendidos, acreditando na queda dos preços com a pressão sazonal de oferta no Hemisfério Norte. Os bombardeios deflagaram um movimento de cobertura de posições, mas predomina a especulação. Analistas esperam ao menos três semanas de muita tensão e volatilidade.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Plantio avança no Brasil, clima preocupa e negócios são lentos

   Porto Alegre, 14 de julho de 2023 – O mercado brasileiro de trigo teve pouca movimentação nesta semana. Os compradores e os vendedores seguem pouco flexíveis, à espera das definições da safra nova. O clima adverso em regiões produtoras contribuiu com a lentidão. Os preços no período variaram pouco.

Conab

   O plantio de trigo avançou para 91,5% da área estimada para a temporada 2022/23 nos sete principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 8 de julho. Na semana anterior, a semeadura estava em 79,6%. Em igual período do ano passado, o número era de 88,1%.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que o plantio da safra 2023 de trigo do estado atinge 99% da área estimada de 1,389 milhão de hectares, contra 1,237 milhão de hectares em 2022, alta de 12%.

Rio Grande do Sul

   O plantio de trigo atinge 88% da área no Rio Grande do Sul. Segundo a Emater/RS, na semana passada, eram 82%. Em igual momento do ano passado, 87%. A média dos últimos cinco anos para o período é de 91%.

USDA

   O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou seu relatório mensal de oferta e demanda. A produção do cereal nos Estados Unidos em 2023/24 é estimada em 1,739 bilhão de bushels. O mercado esperava 1,677 bilhão de bushels. Em junho, a estimativa foi de 1,665 bilhão. Para a safra 2022/23, a produção estadunidense ficou em 1,65 bilhão de bushels. Os estoques finais do país em 2023/24 foram projetados em 592 milhões de bushels. O mercado esperava 565 milhões. Em junho foram 562 milhões. Em 22/23, foram 580 milhões, enquanto o mercado esperava 583 milhões.

   A produção mundial de trigo em 2023/24 é estimada em 796,67 milhões de toneladas, abaixo das 800,19 milhões estimadas em junho. Para 2022/23, a estimativa ficou em 790,2 milhões de toneladas. Os estoques finais globais em 2023/24 foram estimados em 266,53 milhões de toneladas. O mercado esperava 270,8 milhões de toneladas. Para 2022/23, as reservas finais foram estimadas em 269,31 milhões de toneladas, enquanto a expectativa era de 266,2 milhões.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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MERCADO TRIGO: Clima adverso contribui para lentidão dos negócios no Brasil

   Porto Alegre, 13 de julho de 2023 – O mercado brasileiro de trigo teve mais um dia de reduzido volume de negócios. No Paraná, os moinhos indicam interesse entre R$ 1.400/1420 a tonelada. Produtores a partir de R$ 1.500/tonelada no CIF. No Rio Grande do Sul os últimos negócios reportados foram por volta de R$ 1.300/tonelada.

   O analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, observa que as condições climáticas adversas devido ao ciclone extratropical que atinge o sul do país  também contribuíram para a lentidão nos negócios. “Além disso, a frente fria pode trazer geadas em regiões de produção do Paraná, onde quase 40% das lavouras estão em fases suscetíveis ao frio. O estado está na reta final do plantio da safra que tem potencial para ser a maior da história”, alertou.

   Se confirmada, a produção será quase 1 milhão de toneladas superior à moagem estadual. Na safra passada, o excesso de chuva obrigou a indústria local a comprar entre 850 mil toneladas e 1 milhão de toneladas no Rio Grande do Sul. “Qualquer frustração de safra pode mudar o quadro de abastecimento e, consequentemente, o comportamento dos preços, inclusive para os lotes remanescentes da safra velha”, explicou. No Rio Grande do Sul, o percentual das lavouras em fase crítica é muito pequeno.

Chicago

   A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços significativamente mais altos. A previsão de tempo seco em partes das regiões produtoras dos Estados Unidos favoreceu a recuperação das cotações que, ontem, chegaram ao menor nível em mais de um mês.

   Os investidores também repercutiram rumores de que a India possa zerar sua tarifa de importação do grão, com uma safra apertada em relação ao consumo. A queda do dólar, sinais de aumento da demanda nos EUA e a força do milho completam o quadro altista.

   Os números das exportações semanais dos Estados Unidos, que bateram com o esperado, superaram a média das últimas semanas. As vendas líquidas norte-americanas de trigo, referentes à temporada comercial 2023/24, que tem início em 1o de junho, ficaram em 395.700 toneladas na semana encerrada em 6 de julho. A Indonésia liderou as importações, com 63.000 toneladas. Analistas esperavam exportações entre 50 mil e 500 mil toneladas. As informações são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

   Além disso, de acordo com a Reuters, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, propôs ao presidente russo, Vladimir Putin, a extensão do acordo que possibilita a exportação segura de grãos da Ucrânia para o Mar Negro, em troca da integração de uma subsidiária do banco agrícola da Rússia ao sistema de pagamento internacional SWIFT. A proposta faz parte das exigências do país para uma possível prorrogação do acordo.

   No fechamento, os contratos com entrega em setembro eram cotados a US$ 6,39 3/4 por bushel, alta de 7,00 centavos de dólar, ou 1,1%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em dezembro eram negociados a US$ 6,59 1/2 por bushel, recuo de 7,25 centavos, ou 1,11% em relação ao fechamento anterior.

Câmbio

   O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 0,60%, sendo negociado a R$ 4,7900 para venda e a R$ 4,7880 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,7870 e a máxima de R$ 4,8270.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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