SEMANA TRIGO: Sem negócios no Brasil, foco volta-se a safras de verão e mercado internacional

   Porto Alegre, 15 de março de 2024 – O mercado brasileiro de trigo não tem nada de diferente acontecendo. Isso é o que diz o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento.

   O trigo para moagem segue pouco negociado, com os moinhos bem abastecidos, portanto sem interesse de compra, e com os produtores “esperando por alguma coisa”. Conforme Bento, “não há muito o que esperar de tendência de altas, mas o produtor está na defensiva”.

   Enquanto isso, os vendedores de trigo feed colocam suas últimas cargas no mercado internacional a preços mais baixos. A janela para exportação do cereal está se fechando com a entrada da safra de soja.

   Conforme o analista, enquanto os agentes do mercado interno não demonstram interesse pelo trigo nacional, é importante ficar atento a algumas movimentações que vêm ocorrendo no quadro externo.

   “Uma delas é a manutenção dos preços agressivos do trigo russo”, disse. O cereal com 12,5% de proteína é negociado US$ 209/tonelada no FOB do Mar Negro.

   “Outro destaque fica por conta do bloqueio da fronteira entre a Polônia e a Ucrânia, feito pelos produtores do primeiro país. Sem a usual saída pelo Mar Negro, o cereal do país invadido busca alternativas de escoamento. O principal deles tem sido via Europa. O efeito disso é que o trigo ucraniano chega aos compradores europeus por um preço muito baixo”, explicou. A indicação FOB do produto da Ucrânia é de US$ 197,50/tonelada (o mais barato do mundo).

   “Para fechar, é interessante destacar uma leve alta do preço do trigo argentino, de US$ 210 para US$ 215/tonelada. Esse é um comportamento a ser monitorado de perto, pois, influenciará diretamente os preços brasileiros. O câmbio mais firme também corroborou para uma elevação das paridades com o país vizinho”, conforme Bento, aos preços atuais, para competir com trigo argentino no CIF de Curitiba, produtores paranaenses poderiam vender por volta de R$ 1.250 a tonelada no FOB. Gaúchos, a R$ 1.234/tonelada no interior.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Mercado brasileiro inicia março com lentidão e pontas afastadas

   Porto Alegre, 8 de março de 2024 – O mercado brasileiro de trigo chegou ao mês de março com lentidão no ritmo dos negócios. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, esse comportamento deve-se ao afastamento entre os interesses de compra e de venda.

   Os produtores, cientes de que haverá um déficit significativo entre a produção nacional e a necessidade de moagem  mesmo nas regiões de produção  adotam uma posição defensiva e demonstram pouca flexibilidade em suas pedidas. Os moinhos, de modo geral bem abastecidos, olham para o tombo das cotações internacionais e indicam um interesse de compra que fica distante da pedida do vendedor. Quando surgem negócios de oportunidade, por parte de produtores que precisam fazer caixa e/ou abrir espaço nos armazéns para receber a safra de verão, negócios pontuais são reportados.

   Bento explica que o argumento do produtor leva em consideração que, de um potencial de produção próximo a 11,5 milhões de toneladas, o país colheu apenas 8,6 milhões de toneladas. Com isso, mantendo o ritmo de moagem da temporada passada (12,6 milhões de toneladas), o déficit seria de 4 milhões de toneladas. Considerando que, desse montante, 3 milhões de toneladas não terão qualidade suficiente para a produção de farinha (feed wheat), o déficit nacional salta para 7 milhões de toneladas. Quando se estreita essa análise para os estados do sul do Brasil, mantendo os números de moagem da temporada passada (Abitrigo), os déficits estimados seriam: entre 1,0 e 1,3 milhão de toneladas no Rio Grande do Sul, entre 500 e 550 mil toneladas no Paraná e de 300 a 400 mil toneladas em Santa Catarina.

   “Nos mercados gaúcho e catarinense, muitos moinhos estão aumentando a utilização de grãos mais fracos. Isso pode levar a necessidade de uma maior compra de grãos de boa qualidade no exterior para atingir a qualidade de farinha. De olho nessa grande necessidade de aquisições internacionais, quem possui grãos de boa qualidade não demonstra interesse em reduzir suas pedidas”, disse.

   Na outra ponta do mercado, os moinhos contam com a queda dos preços internacionais para sustentar sua posição de inflexibilidade em relação a preços. Depois de uma temporada (22/23) em que exportou apenas 3,1 milhões de toneladas e ficou praticamente fora da concorrência com os grandes fornecedores globais, no atual ciclo comercial a Argentina tem um saldo exportável próximo a 10 milhões de toneladas. Sem cotas pré-estabelecidas para vendas internacionais, os preços no vizinho brasileiro estão bastante agressivos. Atualmente, em linha com as cotações do cereal russo, é um dos mais baratos do mundo. A queda em relação ao mês passado é próxima a 10%.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Preços caem de 5% a 6% nas principais praças de comercialização do Brasil em fevereiro

   Porto Alegre, 1 de março de 2024 – Os preços do trigo caíram de 5% a 6% no Rio Grande do Sul e no Paraná em fevereiro. Os dois estados são as principais referências na produção e comercialização do cereal no Brasil

   Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, após um começo de ano com preços elevados, desde outubro – quando foi confirmada a quebra de safra no Brasil -, o mercado brasileiro travou bastante em fevereiro. O ritmo de comercialização diminuiu e os preços, que vinham colados na paridade de importação, caíram.

   A formação de preços foi determinada por produtores precisando vender, para abrir espaços em seus armazéns para as culturas de verão, e moinhos bem abastecidos, esperando por negócios de oportunidade. Foi essa necessidade de venda que fez com que as cotações descolassem da paridade de importação e perdessem força. “Isso aconteceu, especialmente, durante a primeira quinzena. Na segunda, houve um maior equilíbrio de forças”, disse o analista.

   Os preço na Argentina também caíram no mês, cerca de 9,5%. Isso contribui para a queda da paridade de importação. “A expectativa de recuperação das cotações brasileiras foi obstada pois o trigo argentino ficou mais barato. Mesmo quando o Brasil não compra, apenas a sinalização da possibilidade de aquisição a menor preço no país vizinho já impede qualquer valorização”, explicou.

   Conforme Bento, a tendência é de que essa situação permaneça em março. “O mercado deve ficar muito ‘de lado’, com moinhos ainda aproveitando oportunidades. O foco segue sobre as safras de verão, com a logística ocupada no escoamento, e os produtores focados na colheita. Assim o trigo deve seguir em segundo plano”, projetou.

SEMANA TRIGO: Preço competitivo da Argentina reduz espaço para altas no Brasil

   Porto Alegre, 23 de fevereiro de 2024 – O mercado brasileiro de trigo segue sem grandes alterações na dinâmica de comercialização. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, os preços competitivos do cereal argentino e o câmbio comportado não deixam espaço para altas significativas das cotações no âmbito doméstico.

   A paridade de importação segue sendo a balizadora pare os valores de negociação do produto brasileiro. Nesta quinta-feira, para competir com trigo argentino (CIF Curitiba), o produtor paranaense teria que vender por cerca de R$ 1.240/tonelada no interior do estado. O gaúcho, CIF grande Porto Alegre, precisaria negociar por volta de R$ 1.230/tonelada.

   “Essas contas consideram que os grãos comercializados não têm diferenças de qualidade. Porém, é normal que o cereal brasileiro seja negociado com um deságio em relação ao importado. Nesse ano, em que as condições climáticas castigaram as lavouras brasileiras, esse deságio pode ser ainda maior”, disse.

ANEC

   Dados divulgados nesta semana pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) projetaram que o Brasil deve embarcar 715,863 mil toneladas de trigo em fevereiro. No mesmo mês do ano passado, o país exportou 522,988 mil toneladas do cereal.

   No acumulado de 2024, as exportações somam 1,401 milhão de toneladas, contra 2,497 milhões em igual período do ano passado.

   Na semana entre 11 e 17 de fevereiro, o Brasil embarcou 154,4 mil toneladas. Para esta semana, estão previstas 245,611 mil toneladas.

Argentina

   A safra de trigo da Argentina é estimada em 15,9 milhões de toneladas. Segundo relatório mensal do Ministério da Economia do país, em janeiro o número ficava em 15,5 milhões. A área também foi reajustada, de 5,8 para 5,9 milhões de toneladas. As correções devem-se ao processamento de dados de campo recolhidos recentemente. A colheita foi finalizada no final de janeiro.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Carnaval contribui para redução do ritmo de negócios no Brasil

   Porto Alegre, 16 de fevereiro de 2024 – O mercado brasileiro de trigo teve mais uma semana de poucos negócios, com o período reduzido pelo Carnaval. O cenário tem sido este desde a virada do ano, quando a indústria entrou em férias coletivas. Os moinhos, bem abastecidos, têm ido às compras apenas em situações pontuais, conforme necessidade.

   A expectativa é de que isso persista, ao menos, até meados de abril. Isso porque, agora, são os produtores que estão afastados dos negócios, focados nas safras de verão. Apenas contratos de ocasião são fechados, quando os vendedores precisam abrir espaço em seus armazéns.

   Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, no Paraná, já é possível perceber uma leve melhora nas cotações. No FOB interior, as indicações ficam por volta de R$ 1.280/tonelada de trigo tipo 01. Esses preços já se aproximam da paridade de importação em relação à Argentina, que está por volta de R$ 1.290/tonelada. No Rio Grande do Sul, os últimos reportes (para trigo com um mínimo de 77 de PH) ficaram entre R$ 1.180 e R$ 1.200 a tonelada.

   O destaque continua sendo a força das vendas internacionais. Os line-ups de exportação/cabotagem de trigo – programação de embarques pelos portos brasileiros  chegaram ao montante de 2,901 milhões de toneladas na temporada 2023/24 (até meados de março/24). Esse montante corresponde a um acréscimo de 112 mil toneladas quando comparado aos números fechados entre agosto/22 e março/23. O principal porto de origem é o de Rio Grande, com 2,224 milhões de toneladas (77%), seguido pelo de Imbituba/SC com 415 mil toneladas (14%) e Paranaguá/Antonina/PR com 263 mil toneladas (9%). Em janeiro, no total dos estados do Sul foram registradas 972 mil toneladas, em fevereiro (até o final da primeira quinzena) chegam a 848 mil toneladas e em março a 127 mil toneladas.

Fórum USDA

   A área a ser plantada com trigo nos Estados Unidos em 2024/25 deve totalizar 47 milhões de acres. Este é o primeiro número projetado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em seu Fórum anual. Em 2023/24, foram 49,6 milhões de acres.

   Os Estados Unidos devem produzir 1,9 bilhão de bushels com o cereal, acima dos 1,812 bilhão da safra anterior. Com exportações previstas em 775 milhões de bushels, os estoques finais devem totalizar 769 milhões de bushels. Em 23/24, o país exportou 725 milhões de bushels e teve estoques de passagem de 658 milhões de bushels.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Preços no Brasil ficam abaixo da paridade de importação; produtores precisam vender

Porto Alegre, 9 de fevereiro de 2024 – O mercado brasileiro de trigo teve negócios pontuais na última semana. Os preços ficam por volta de R$ 1.200 a tonelada nas regiões de produção. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, as cotações parecem ter encontrado um ponto de suporte para esse momento em que os moinhos estão abastecidos e muitos produtores precisam ir ao mercado para liberar espaço em seus armazéns.

   “Diante desse cenário, mesmo com um quadro apertado e com necessidade de aquisições internacionais para atender a moagem dos principais estados produtores do sul do país, os preços domésticos estão abaixo da paridade de importação em relação ao cereal argentino”, salientou. Atualmente essa paridade seria próxima de R$ 1.295/tonelada e de R$ 1.300/tonelada no interior gaúcho e paranaense, respectivamente.

   Bento considera que a percepção de que os preços domésticos tendem a ter na paridade de importação a sua principal referência é corroborada pelos volumes expressivos comprados no exterior pelos principais estados produtores do Sul brasileiro.

USDA

   O relatório de oferta e demanda de fevereiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe novos números para as safras 2022/23 e 23/24 de trigo global. A produção mundial de trigo em 2023/24 é estimada em 785,74 milhões de toneladas, acima das 784,91 milhões estimadas em janeiro. Para 2022/23, a estimativa ficou em 789,17 milhões de toneladas. Os estoques finais globais em 2023/24 foram estimados em 259,44 milhões de toneladas, contra 260,03 milhões em janeiro. O mercado esperava 260,1 milhões de toneladas. Para 2022/23, as reservas finais foram estimadas em 271,21,85 milhões de toneladas.

   A produção do cereal nos Estados Unidos em 2023/24 é estimada em 1,812 bilhão de bushels, mesmo número de janeiro. Para a safra 2022/23, a produção estadunidense ficou em 1,65 bilhão de bushels. Os estoques finais do país em 2023/24 foram projetados em 658 milhões de bushels. O mercado esperava 649 milhões. Em janeiro, foram 648 milhões. Em 22/23, 570 milhões de bushels.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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TRIGO: USDA eleva safra e corta estoques globais em 2023/24

Porto Alegre, 8 de fevereiro de 2024 – O relatório de oferta e demanda de fevereiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe novos números para as safras 2022/23 e23/24 de trigo global. A produção mundial de trigo em 2023/24 é estimada em 785,74 milhões de toneladas, acima das 784,91 milhões estimadas em janeiro. Para 2022/23, a estimativa ficou em 789,17 milhões de toneladas.

   Os estoques finais globais em 2023/24 foram estimados em 259,44 milhões de toneladas, contra260,03 milhões em janeiro. O mercado esperava 260,1 milhões de toneladas. Para 2022/23, as reservas finais foram estimadas em 271,21,85 milhões de toneladas.

   O consumo global em 2023/24 está estimado em 797,52 milhões de toneladas, contra 796,744 milhões em janeiro. Em 2022/23, o consumo global foi estimado em 790,71 milhões de toneladas.

   Para 2023/24, a produção de trigo no Brasil está estimada em 8,1 milhões de toneladas, contra 8,4 milhões em janeiro. As importações em 2023/24 estão apontadas em 5,6 milhões de toneladas. As exportações são previstas em 2,2 milhões de toneladas. Os estoques finais são projetados em 1,12 milhão de toneladas.

A Rússia deve produzir 91 milhões de toneladas e exportar 51 milhões, mesmos números de janeiro.

A Ucrânia deve produzir 23,4 milhões e exportar 15 milhões de toneladas. No mês passado, o USDA esperava as exportações em 14 milhões de toneladas.

    A safra 2023/24 do cereal na Argentina foi projetada em 15,5 milhões de toneladas, contra 15milhões em janeiro. As exportações do país foram elevadas de 10 para 10,5 milhões de toneladas.

   No Canadá, a projeção da safra 2023/24 foi mantida em 31,95 milhões de toneladas. A projeção da safra australiana do cereal ficou em 25,5 milhões de toneladas. Na União Europeia e no Reino Unido, a safra 22/23 está projetada em 134 milhões de toneladas.

   A China tem projeção de safra 2023/24 em 136,59 milhões de toneladas. O país deve importar 12 milhões de toneladas na temporada. Os estoques finais chineses estão estimados em 133,01 milhões de toneladas. Os Estados Unidos deverão colher 49,31 milhões de toneladas em 23/24. As exportações do país estão projetadas em 19,73 milhões de toneladas.

SEMANA TRIGO: Brasil seguem com poucos negócios e preços nominais

   Porto Alegre, 26 de janeiro de 2024 – O mercado brasileiro de trigo teve mais uma semana de lentidão. Os preços permaneceram firmes, mas apenas nominais.

   Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, a fraca demanda deve dar lugar a maior movimento a partir da metade de fevereiro. Por enquanto, os moinhos estão bem abastecidos; apenas alguns fazem compras pontuais visando recuperar seus estoques. O foco dos produtores está voltado às lavouras de soja e de milho safrinha.

   O trigo feed segue sendo o mais negociado, especialmente para exportação. A disponibilidade de trigo pão é limitada.

Argentina

   A colheita de trigo foi finalizada na Argentina. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o rendimento médio nacional fica em 2,84 toneladas por hectare. Ao todo, foram colhidas 15,1 milhões de toneladas ao longo de 5,311 milhões de hectares. A área plantada foi de 5,9 milhões de hectares.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Brasil seguem com poucos negócios e preços nominais

   Porto Alegre, 26 de janeiro de 2024 – O mercado brasileiro de trigo teve mais uma semana de lentidão. Os preços permaneceram firmes, mas apenas nominais.

   Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, a fraca demanda deve dar lugar a maior movimento a partir da metade de fevereiro. Por enquanto, os moinhos estão bem abastecidos; apenas alguns fazem compras pontuais visando recuperar seus estoques. O foco dos produtores está voltado às lavouras de soja e de milho safrinha.

   O trigo feed segue sendo o mais negociado, especialmente para exportação. A disponibilidade de trigo pão é limitada.

Argentina

   A colheita de trigo foi finalizada na Argentina. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o rendimento médio nacional fica em 2,84 toneladas por hectare. Ao todo, foram colhidas 15,1 milhões de toneladas ao longo de 5,311 milhões de hectares. A área plantada foi de 5,9 milhões de hectares.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Ritmo de negócios é lento no Brasil; retomada deve ser gradual

Porto Alegre, 19 de janeiro de 2024 – O mercado brasileiro de trigo sofre pressão da sequência recente de quedas em Chicago e está diante de uma demanda enfraquecida. A situação crítica no Canal do Panamá, agravada pela seca que atinge a América Central, tem elevado os custos finais devido ao aumento nos fretes, causando impactos negativos na bolsa.

   O preço de exportação do feed wheat (trigo para ração), trigo de qualidade inferior ao padrão moinho (PH abaixo de 76), mantém-se acima de R$ 1.000 nos portos.

   Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, internamente, o ritmo é mais lento. A perspectiva é de que maiores volumes de aquisições pela indústria ocorram a partir de meados de fevereiro.

   Os moinhos estão abastecidos, e a possibilidade de importação de trigo de qualidade a preços competitivos da Argentina segue sendo considerada. A oferta predominante é, sem dúvida, de feed wheat (trigo para ração, menor qualidade, PH 72), com dados da Conab sugerindo uma colheita de aproximadamente 3 milhões de toneladas dessa variedade no Brasil, salientou.

Line-up

   De acordo com levantamento realizado pela agência marítima Williams Brasil, foi agendada a exortação de 949,252 mil toneladas no período de 1º a 16 de janeiro. Já a importação agendada é de 368,944 mil toneladas no período. O Porto de Rio Grande (RS) deve liderar a movimentação total, com 778,083 mil toneladas, somando-se exportação e importação.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Line-ups confirmam bons volumes de venda de feed wheat ao exterior

   Porto Alegre, 12 de janeiro de 2024 – Os reportes de negócios com trigo seguem pontuais no mercado doméstico. Segundo o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, os moinhos estão abastecidos, demonstrando interesse apenas para grãos de boa qualidade e pouco flexíveis em relação aos preços. Quem possui este tipo de produto também não flexibiliza as suas pedidas, destaca.

   Nesta quinta-feira (11), tanto no Rio Grande do Sul quanto no Paraná, a indicação de compra ficou por volta de R$ 1.300 a tonelada CIF moinhos. Os preços FOB interior depende da localização do produto. O vendedor segue focando na venda de feed wheat para o mercado internacional, lembra o analista.

   O line-up, programação dos embarques de trigo ao Brasil, confirmam bons volumes de venda de feed wheat ao exterior. É projetada a exportação de 161,969 mil toneladas em fevereiro. O material foi elaborado por SAFRAS & Mercado. Em janeiro, o line-up indica 692,583 mil toneladas.

   No acumulado de agosto de 2023 a fevereiro de 2024, são estimadas 1,809 milhão de toneladas. O maior volume tem como porta de saída o porto de Rio Grande/RS, com 1,415 milhão de toneladas (78% do total). Vale lembrar que, devido à saturação da capacidade do porto de Paranaguá/PR, há registros de vendas de feed wheat paranaense pelo porto gaúcho, relata o consultor. Pelo porto de Imbituba/SC, os line-ups chegam a 220,269 mil toneladas. Por Paranaguá/PR, a 173,65 mil toneladas.

   No cenário internacional, mesmo com a boa alta na Bolsa de Mercadorias de Chicago na manhã desta sexta-feira, em meio ao aumento da tensão no Oriente Médio, a semana ainda é negativo. Por volta das 11 horas (horário de Brasília), a posição março/24 ainda tinha perda de quase 1% no acumulado da semana.

   Durante boa parte da semana, o mercado foi pressionado pela falta de demanda pelo produto dos Estados Unidos, conforme exemplificado pelo relatório de exportações semanais do Departamento de Agricultura do país (USDA), que ficaram bem abaixo do esperado.

   As vendas líquidas norte-americanas de trigo, referentes à temporada comercial 2023/24, que tem início em 1o de junho, ficaram em 128.100 toneladas na semana encerrada em 4 de janeiro. Destaque para a venda de 137.200 toneladas para a China. O mercado esperava exportações entre 200 mil e 475 mil toneladas.

Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Preços no Brasil sobem em novembro, mas paridade de importação limita alta

   Porto Alegre, 1 de dezembro de 2023 – O mercado brasileiro de trigo encerrou o mês de novembro com alta expressiva das cotações. No Paraná, o avanço foi de 19% e, no Rio Grande do Sul, de 12,36%.

   O analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, destaca que essa elevação ocorreu na primeira quinzena do mês. Nos últimos 15 dias, com as cotações domésticas tendo atingido a paridade de importação em relação à safra nova argentina, houve uma lateralização.

   “Isso ocorreu porque os agentes adotaram uma postura de inflexibilidade e discordavam entre as pedidas e as ofertas. A quebra expressiva da safra brasileira é o principal argumento para os produtores elevarem o interesse de venda. Contudo, depois que os preços domésticos se equipararam ao custo de aquisição externa do principal fornecedor de trigo ao brasil, os compradores passaram a ter respaldo para frear a escalada de alta das cotações do cereal. Com as forças de ambas as pontas do mercado se igualando na queda de braço para a formação de preços, o resultado foi a lateralização das cotações. Junto dela veio uma redução dos reportes de negócios. Com a proximidade do final do ano, quando muitos moinhos entram em férias coletivas para trabalhos de expurgo, a tendência é que o mercado siga operando com lentidão”, analisou.

Conab

   A colheita da safra 2022/23 de trigo está em 96,5% da área estimada para a temporada 2022/23 nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 26 de novembro. Na semana anterior, a ceifa estava em 94,2%. Em igual período do ano passado, o número era de 86,6%.

Rio Grande do Sul

   A colheita de trigo atinge 98% da área no Rio Grande do Sul. Na semana passada, os trabalhos chegavam a 93%. Em igual momento do ano passado, eram 84%. A média dos últimos cinco anos é de 95%.

   A primeira metade da semana, caracterizada por tempo seco, propiciou avanços na colheita, a qual se encontra próxima da conclusão. Nas regiões mais a Oeste e Noroeste do estado, a operação já foi concluída. Restam áreas a serem colhidas a Sul e Nordeste devido à prática de semeadura mais tardia nessas regiões. A Emater ressalta que a qualidade dos grãos permanece abaixo do padrão ideal, especialmente nas lavouras estabelecidas durante a segunda metade do período de semeadura, indicado no zoneamento agrícola.

Argentina

   A colheita de trigo atinge 36,4% da área na Argentina. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, os trabalhos avançaram 10 pontos percentuais desde a semana passada e estão 13,4 pontos percentuais adiantados em relação ao ano passado.

   A produtividade observada cresceu na última semana, superando as expectativas após as geadas recentes. Mantendo-se este nível, a Bolsa disse que pode reajustar a projeção de produção para cima. A safra é projetada em 14,7 milhões de toneladas. Já foram colhidas 4,45 milhão de toneladas ao longo de 2,059 milhões de hectares.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Brasil tem negócios pontuais e menor espaço para alta nos preços

   Porto Alegre, 17 de novembro de 2023 – O mercado brasileiro de trigo teve uma semana de negócios pontuais. Com o feriado de quarta-feira, o espaço para movimentações diminuiu. Além disso, vendedores mantém postura retraída diante das intervenções governamentais para garantia de preços mínimos e da recente quebra nas projeções de safra.

   Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, os vendedores seguem elevando as pedidas. Os compradores, demonstram certa flexibilização, mas em sua maioria estão reticentes em aceitar os preços indicados.

   O sentimento é de que, com o câmbio atual e com o início da oferta argentina, o espaço para altas no mercado doméstico deve encurtar, disse.

Conab

   A colheita da safra 2022/23 de trigo está em 87,2% da área estimada para a temporada 2022/23 nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 12 de novembro. Na semana anterior, a ceifa estava em 71,8%. Em igual período do ano passado, o número era de 58,9%.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que a colheita atingiu 99% da área cultivada de 1,412 milhão de hectares. A área deve ser 14% maior do que em 2022, quando cultivou 1,237 milhão de hectares.

   Segundo o Deral, 42% das lavouras estão em boas condições, 46% em situação média e 12% em situação ruim, com 100% em maturação. No dia 6 de novembro a colheita atingia 92% da área, com 38% das lavouras estavam em boas condições, 39% em situação média e 23% em situação ruim, divididas entre as fases de frutificação (2%) e maturação (98%).

   A safra 2023 de trigo do Paraná deve registrar uma produção 3,855 milhões de toneladas, 10% acima das 3,515 milhões de toneladas colhidas na temporada 2022. A produtividade média é estimada em 2.729 quilos por hectare, abaixo dos 2.847 quilos por hectare registrados na temporada 2022.

Rio Grande do Sul

   A colheita de trigo atinge 89% da área no Rio Grande do Sul. Na semana passada, os trabalhos chegavam a 82%. Em igual momento do ano passado, eram 51%. A média dos últimos cinco anos é de 80%.

   A área cultivada de trigo totaliza 1.516.236 hectares. A produtividade esperada era de 3.021 kg/ha, no entanto, a estimativa atual aponta 2.164 kg/ha, representando redução de 8,38%. Essa diminuição pode ser atribuída principalmente aos efeitos do fenômeno El Niño, como o excesso de chuvas e a ocorrência de geada, vento e granizo, que impactaram pontualmente a cultura em diversas fases do ciclo produtivo.

   Durante a semana, caracterizada por intervalos de tempo seco alternados com chuvas, a colheita progrediu. O produto colhido permanece com qualidade inferior e peso hectolitro (PH) abaixo dos padrões comerciais estabelecidos. As regiões Sul e Campanha apresentam alguns resultados qualitativos mais favoráveis.

Argentina

   A colheita de trigo atinge 20,2% da área na Argentina. Na semana passada, eram 14,4%. Devido ao aumento das temperaturas e à falta de chuvas em algumas regiões, os trabalhos estão 10,2 pontos percentuais adiantados em relação ao ano passado.

   Com a volta recente das chuvas, parte das áreas comprometidas tiveram alguma melhora durante o enchimento de grãos. Ainda assim, a avaliação do impacto das geadas trouxe rendimentos abaixo do previsto originalmente.

   Assim, a Bolsa de Buenos Aires cortou sua projeção de safra de 15,4 para 14,7 milhões de toneladas. Já foram colhidas 1,848 milhão de toneladas ao longo de 1,157 milhão de hectares.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Em meio a cortes de safra, preços no Brasil têm firmeza atípica para época do ano

   Porto Alegre, 10 de novembro de 2023 – O mercado brasileiro de trigo segue com lentidão no ritmo dos negócios e com preços apresentando uma firmeza atípica para essa época do ano. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, numa consulta à série histórica dos últimos 23 anos, não se encontra uma safra em que as cotações – de outubro para novembro – subiram os mais de 28% que se observa na média do sul do Brasil neste ano.

   As estatísticas comprovam o que se espera do impacto sazonal do ingresso de safra. Na atual temporada, contudo, o movimento é uma resposta à forte queda verificada entre o final de setembro e a primeira quinzena de outubro  que levou o trigo brasileiro a ser um dos mais baratos do mundo. Esse recuo era um ajuste à retração das cotações internacionais em um ano com potencial de recorde produtivo no Brasil. Entretanto, com os números de quebra de produção (quantitativa e qualitativa) devido ao excesso de chuva alcançando níveis recordes e com o governo ingressando no mercado com mecanismos que garantem preços elevados, em poucos dias a dinâmica de formação de preços mudou. Os preços que operavam em níveis de paridade de exportação passaram a flertar com a de importação, disse.

Projeção de SAFRAS

   O Brasil deve produzir 8,85 milhões de toneladas de trigo em 2023. Esta é a nova estimativa de SAFRAS & Mercado, após as lavouras gaúchas e paranaenses serem castigadas pelos efeitos do El Niño. Em meados de outubro, SAFRAS cortara a projeção para 10,355 milhões de toneladas. A expectativa inicial era de 12,07 milhões de toneladas. No ano passado, foram 11,417 milhões de toneladas. O número atual é pouco superior às 8,745 milhões de toneladas de 2021.

   O Rio Grande do Sul, que no ano passado foi o maior produtor nacional, com 6,01 milhões de toneladas, agora deve cair para a segunda posição, com apenas 3,33 milhões – uma queda de 44,6%. O Paraná deve assumir a liderança, com 3,65 milhões de toneladas, 1,4% acima das 3,6 milhões de toneladas do ano passado.

Projeção da Conab

   A produção brasileira de trigo em 2024 deverá ficar em 9,633 milhões de toneladas, segundo o 2o levantamento para a safra brasileira de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No mês anterior, a previsão era de 10,459 milhões. O número repete a safra anterior.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que a colheita atingiu 92% da área cultivada de 1,412 milhão de hectares. A área deve ser 14% maior do que em 2022, quando cultivou 1,237 milhão de hectares. Segundo o Deral, 23% das lavouras estão em boas condições, 39% em situação média e 38% em situação ruim, com 2% em frutificação e 98% em maturação. No dia 30 de outubro a colheita atingia 89% da área, com 42% das lavouras estavam em boas condições, 44% em situação média e 14% em situação ruim, divididas entre as fases de frutificação (7%) e maturação (93%).

Rio Grande do Sul

   A colheita de trigo atinge 82% da área no Rio Grande do Sul. Na semana passada, os trabalhos chegavam a 58%. Em igual momento do ano passado, eram 34%. A média dos últimos cinco anos é de 69%.

   Conforme a nova estimativa da safra 2023, realizada pela Emater/RS-Ascar, a estimativa de produção atualmente é de 3.280.655 toneladas, o que corresponde à redução de 27,88% em relação a 5.288.030 toneladas estimadas no momento do plantio. Essa diminuição pode ser atribuída principalmente aos efeitos do fenômeno El Niño, como o excesso de chuvas e a ocorrência de outros fatores, como geada, vento e granizo, que impactaram pontualmente a cultura em diversas fases do ciclo produtivo.

Argentina

   Segundo a Bolsa de Buenos Aires, a safra da Argentina é projetada em 15,4 milhões de toneladas. as lavouras argentinas se dividem entre condições boas ou excelentes (15%), normais (40%) e regulares ou ruins (45%). Na semana passada, eram 13%, 40% e 47%, respectivamente. Em igual momento do ano passado, 10%, 36% e 54%. O déficit hídrico atinge 43% da área. Na semana passada, eram 46%. Em igual momento do ano passado, 46%.

   A Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) cortou a projeção da safra de trigo da Argentina em 2023/24 de 14,3 para 13,5 milhões de toneladas. No ano passado, foram 11,8 milhões de toneladas. Conforme a entidade, a recuperação da umidade do solo chegou tarde para grande parte da região produtora. Além disso, a ocorrência de geadas comprometeu a produtividade e aumento a área que sequer foi semeada.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Conab divulga editais de leilões, CNA vê como positivos e indústria rejeita PEP

   Porto Alegre, 26 de outubro de 2023 – O destaque da semana no mercado brasileiro de trigo foi a divulgação dos editais para as licitações para escoamento do produto. As modalidades PEP (Prêmio por Escoamento de Produto) e Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) fazem parte das Políticas de Garantia de Preço Mínimo (PGPM) do governo federal.

   Os leilões devem acontecer em 31 de outubro, cada um para escoar 154,8 mil toneladas de trigo em grão. Porém, os prêmios serão divulgados somente dois dias úteis antes da operação.

   Conforme o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, o ponto de atenção é sobre o prêmio que precisa ser pago para tornar a operação atrativa. Atualmente, os preços indicados no mercado são cerca de R$ 350/tonelada abaixo do preço mínimo, lembra. Para compensar a burocracia da operação, o prêmio ofertado terá que ser superior a esse spread, destaca. Considerando um prêmio hipotético de R$ 370/tonelada, com R$ 400 milhões se escoaria 1,081 milhão de toneladas, pondera o analista.

   Em relação ao feed, se o preço de referência for o “trigo pão tipo 03”, é de R$ 927/tonelada. O spread em relação às indicações de mercado fica entre R$ 50 e R$ 100 a tonelada. Nesse caso, com um prêmio menor, por exemplo de R$ 150/tonelada, os recursos disponibilizados poderiam retirar quase 2,7 milhões de toneladas do mercado, comenta o consultor.

   Sendo assim, parece mais lógico que o Governo estabeleça parâmetros que tenham nos grãos de baixo padrão o foco das operações, frisa Bento. A retirada desses grandes volumes de feed das regiões de produção garante inclusive um alívio na armazenagem, num ano em que se espera uma safra cheia no verão. A expectativa por estes leilões fez com que os agentes saíssem do mercado.

CNA

   A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avaliou que os leilões de incentivo ao escoamento do trigo da safra 2023/2024 atendem ao pleito do setor produtivo, que se encontra em um cenário de queda de preços pagos ao produtor rural pelo cereal. Na avaliação da entidade, a medida é uma forma de garantir a renda ao produtor em um momento em que os preços pagos pelo cereal estão baixos, enquanto os custos de produção tiveram pequena redução, depreciando a margem de lucro.

Congresso da Abitrigo

   Nesta semana, a Agência SAFRAS realiza a cobertura in loco do 30º Congresso Internacional da Indústria do Trigo, em Atibaia (SP). Em entrevista, o presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) disse que a entidade pediu ao governo que não envolvesse a indústria de moagem nos leilões. Os moinhos não querem nem saber de PEP. Queremos que toda essa verba vá para os produtores, então seria o Pepro. O PEP distorce todo o mercado, a parte comercial, a competitividade relativa. Fora o processo é muito burocrático e retarda muito o recebimento do valor do governo. Por experiências passadas, rejeitamos essa possiblidade, disse.

   Entre os temas mais debatidos no congresso, estão os impactos do clima adverso sobre a produtividade e a qualidade do trigo brasileiro. Os agentes esperam por uma definição quanto ao volume de cada categoria a ser comercializado. A expectativa é de que haja a necessidade de um aumento das importações por parte da indústria, o que encareceria o preço médio do grão e de seus derivados.

   Outro ponto de interesse foram os gargalos logísticos e de infraestrutura no Brasil. Problema antigo, o tema ganhou força à medida que cresce a necessidade de um rápido escoamento da safra de trigo para a abertura de espaço nos armazéns para receber os grãos de verão. Da mesma maneira, os integrantes da cadeia defendem maiores investimentos na armazenagem para dar tranquilidade ao produtor, que poderia escolher os melhores momentos para negociar.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: SAFRAS corta produção brasileira em 2023 devido a excesso de chuvas

   Porto Alegre, 20 de outubro de 2023 – O mercado brasileiro de trigo segue operando com poucos negócios. Os produtores, além de focados nos trabalhos de colheita, se colocam na defensiva à espera de uma definição da safra, em meio ao clima adverso. Além disso, a expectativa em relação a intervenção do Governo Federal para a garantia dos preços mínimos faz com que o lado vendedor se retraia ainda mais.

   Os temores de que os efeitos do fenômeno El Niño trariam danos à produção de trigo no Brasil estão se consolidando. No Paraná, onde as estimativas iniciais apontavam para uma produção próxima a 4,4 milhões de toneladas, os novos números de SAFRAS & Mercado apontam para 3,7 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, números preliminares apontava para 5,4 milhões de toneladas e as projeções atuais sinalizam para cerca de 4,785 milhões de toneladas.

   Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, com a colheita ainda em andamento, esses números ainda devem sofrer novos ajustes. Se confirmados, comparada ao mesmo período do ano passado, a produção paranaense apresentaria um incremento de 100 mil toneladas enquanto a gaúcha recuaria 1,225 milhão de toneladas.

   A safra brasileira de trigo deve totalizar 10,355 milhões de toneladas em 2023. A expectativa de SAFRAS & Mercado foi reajustada para baixo devido ao excesso de umidade e às altas temperaturas no inverno. Anteriormente, eram esperadas 11,540 milhões de toneladas. No ano passado, o Brasil produziu 11,417 milhões de toneladas.

Paraná

   Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Paraná, até 17 de outubro, a colheita atingia 80% da área no estado. Na semana anterior, eram 73%. A maioria das lavouras está em boas condições. O Deral ainda estima a safra paranaense em 4,155 milhões de toneladas.

Rio Grande do Sul

   Já no Rio Grande do Sul, a colheita de trigo atingia 19% da área, até 19 de outubro. Na semana anterior, os trabalhos chegavam a 11%. Em igual momento do ano passado, eram 5%. A média dos últimos cinco anos é de 18%.

   Segundo a Emater/RS, os resultados obtidos nas áreas em colheita indicam a redução na produtividade em relação ao estimado inicialmente. Além disso, cresce a preocupação com a qualidade, especialmente em relação à eventual presença de micotoxina, derivada da alta umidade no período final do ciclo da cultura e da elevada incidência de giberela.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Incertezas sobre clima e qualidade travam negócios no Brasil

   Porto Alegre, 13 de outubro de 2023 – O mercado brasileiro de trigo teve poucos negócios nesta semana. Os agentes seguem na defensiva em meio às incertezas sobre a produção nacional. Isso deve-se ao clima adverso que predominou em setembro e se estende, em algumas regiões do Sul do Brasil, em outubro. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, a comercialização não avança no país devido às dúvidas sobre a qualidade do grão que vai sendo colhido.

Conab

   A colheita da safra 2022/23 de trigo está em 41% da área estimada para a temporada 2022/23 nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 7 de outubro. Na semana anterior, a ceifa estava em 35%. Em igual período do ano passado, o número era de 25,5%.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que a colheita atingiu 73% da área cultivada de 1,408 milhão de hectares. A área deve ser 14% maior do que em 2022, quando cultivou 1,237 milhão de hectares.

   Segundo o Deral, 75% das lavouras estão em boas condições, 20% em situação média e 5% em situação ruim, com 1% em floração, 45% em frutificação e 54% em maturação. No dia 2 de outubro a colheita atingia 69% da área, com 78% das lavouras estavam em boas condições, 17% em situação média e 5% em situação ruim, divididas entre as fases de floração (7%), frutificação (41%) e maturação (52%).

   A safra 2023 de trigo do Paraná deve registrar uma produção 4,155 milhões de toneladas, 18% acima das 3,515 milhões de toneladas colhidas na temporada 2022. A produtividade média é estimada em 2.951 quilos por hectare, acima dos 2.847 quilos por hectare registrados na temporada 2022.

Rio Grande do Sul

   A colheita de trigo atinge 11% da área no Rio Grande do Sul. Na semana passada, os trabalhos chegavam a 3%. Em igual momento do ano passado, eram 4%. A média dos últimos cinco anos é de 8%.

   Apesar da presença de precipitações em parte do período, os triticultores aproveitaram as janelas de tempo mais seco para prosseguir com o processo de colheita. A operação foi conduzida, mesmo sem as condições ambientais ideais, com o objetivo de assegurar a colheita de um produto que ainda atenda aos padrões de comercialização estabelecidos para a indústria de moagem.

   A cultura está evoluindo rapidamente em direção ao estágio de maturação, que alcançou 42%. Porém, devido às condições climáticas desfavoráveis, há estimativa de redução no potencial produtivo. À medida que as lavouras avançam para o final do ciclo, observam-se danos causados pela alta umidade, principalmente em termos de quantidade e de qualidade dos grãos. A diminuição no número de grãos por espiga é atribuída a falhas na polinização e à entrada de doenças nos órgãos reprodutivos, ambas consequências do grande volume de chuvas ocorrido durante os estágios reprodutivos da cultura.

Argentina

   A Bolsa de Buenos Aires cortou sua projeção para a safra de trigo da Argentina. Devido à falta de chuvas, à piora nas condições e ao aumento da área em déficit hídrico, a estimativa de produção passou de 16,5 para 16,2 milhões de toneladas. A produção segue estimada em 16,5 milhões de toneladas. A área plantada foi de 5,9 milhões de toneladas.

   As lavouras argentinas se dividem entre condições boas ou excelentes (13%), normais (44%) e regulares ou ruins (42%). Na semana passada, eram 19%, 49% e 32%, respectivamente. Em igual momento do ano passado, 12%, 39% e 50%. O déficit hídrico atinge 50% das plantas. Na semana passada, eram 38%. Em igual momento do ano passado, 53%.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Em meio à colheita, clima no sul do Brasil e principal ponto de atenção

Porto Alegre, 6 de outubro de 2023 – O mercado doméstico de trigo com lentidão no ritmo dos negócios e preços sem grandes alterações. No Paraná a indicação CIF moinho fica próxima a R$ 1.000/tonelada, com muitos compradores forçando o patamar de R$ 950/tonelada. No Rio Grande do Sul, as indicações (apenas nominais) no FOB ficam próximas a R$ 1.000/tonelada.

O analista de SAFRAS & Mercado destaca que a recente alta do dólar frente ao real tem favorecido os negócios de Feed Wheat gaúcho na exportação. Foram reportadas negociações entre R$ 1.050/1080 a tonelada sobre rodas em Rio Grande/PR para embarque em novembro. Esse valor corresponde a cerca de R$ 900/tonelada no FOB interior.

Conab

A colheita da safra 2022/23 de trigo está em 35% da área estimada para a temporada 2022/23 nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 1 de outubro. Na semana anterior, a ceifa estava em 29%. Em igual período do ano passado, o número era de 22,4%.

Paraná

O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que a colheita atingiu 69% da área cultivada de 1,408 milhão de hectares. A área deve ser 14% maior do que em 2022, quando cultivou 1,237 milhão de hectares.

Segundo o Deral, 78% das lavouras estão em boas condições, 17% em situação média e 5% em situação ruim, com 7% em floração, 41% em frutificação e 52% em maturação. No dia 25 de setembro a colheita atingia 60% da área, com 75% das lavouras estavam em boas condições, 20% em situação média e 5% em situação ruim, divididas entre as fases de crescimento vegetativo (1%), floração (9%), frutificação (38%) e maturação (52%).

Rio Grande do Sul

A colheita de trigo atinge 3% da área no Rio Grande do Sul. Segundo a Emater/RS, na semana passada os trabalhos chegavam a 1%. Em igual momento do ano passado, eram 3%. A média dos últimos cinco anos é de 3%.

Com a diminuição das precipitações e a continuidade de alguns dias ensolarados, houve aumento na área colhida. A cultura está progredindo rapidamente em direção aos estágios de enchimento de grãos e maturação, que representam respectivamente 58% e 23% do desenvolvimento. Nessas fases, determina-se a produtividade, incluindo o tamanho e a qualidade dos grãos, pois o número de plantas e a quantidade de grãos por planta já foram definidos nos estágios iniciais do crescimento. Em razão da possibilidade de aumento na pressão das doenças nas espigas e espiguetas, também se eleva o número de grãos afetados, comprometendo o potencial produtivo das lavouras.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Clima ameaça safras e agentes se mantêm cautelosos no Brasil

   Porto Alegre, 22 de setembro de 2023 – O mercado brasileiro de trigo segue com poucos negócios. Os agentes seguem preocupados com o clima adverso.

   O excesso de chuvas no Rio Grande do Sul ameaça a safra gaúcha. Segundo a Emater/RS, as lavouras já perderam potencial produtivo devido às intempéries da primeira metade de setembro. O aumento na incidência de doenças também acende um sinal de alerta.

   No Paraná, a situação é diferente. A cultura já está em estágios mais avançados, com a colheita já superando metade da área. Não há relatos relevantes de danos por chuvas no estado.

Preços em queda

   Os preços do trigo seguem em queda no Brasil, mas, segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, a competitividade do cereal paranaense, ao menos em tese, no mercado internacional, indica que a retração possa ser estancada em breve. De qualquer maneira, os agentes se mantêm cautelosos. A exportação só não é uma opção para o Paraná pois os grãos de verão ainda são mais atrativos neste cenário, dominando a logística portuária.

Momento de comprar

   Bento explica que o momento é propício para o comprador ir ao mercado, buscando reduzir seu preço médio de aquisição e se proteger de possíveis altas, uma vez que persiste a preocupação quanto à sanidade da safra nacional. Além disso, vai crescendo a chance de que os moinhos gaúchos precisem comprar trigo do Paraná.

Preço mínimo

   Os produtores seguem recusando negócios aos atuais patamares de preço. A cotação de venda do trigo no Paraná fica entre R$ 930,00 e R$ 950,00 por tonelada. No Rio Grande do Sul, o grão é vendido de R$ 1.050,00 a R$ 1.100,00 por tonelada.

   O preço mínimo, estabelecido pelo governo em julho, é de R$ 1.463,00 por tonelada. Desde então, o mercado brasileiro sempre esteve abaixo deste patamar. Bento observa que a última vez que o mínimo esteve acima do mercado foi na temporada 2016/17.

   Na última quarta-feira, o ministro da agricultura, Carlos Fávaro, disse que a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) prepara editais para apoio à comercialização do cereal no Rio Grande do Sul, no Paraná e em Santa Catarina. Os programas de garantia de preço mínimo pagam prêmios ao produtor para que ele consiga receber o mínimo previsto. Fávaro disse que seriam R$ 400 milhões de reais, com a intenção de escoar 1,5 milhão de toneladas.

   De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, os recursos anunciados não seriam suficientes para o volume pretendido. “Com o mercado a R$ 950 por tonelada e o mínimo de R$ 1.463, o prêmio precisa superar R$ 500 por tonelada. Com R$ 400 milhões, se escoariam, no máximo, 800 mil toneladas”, explicou.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Chuvas no Rio Grande do Sul deixam mercado brasileiro em alerta

   Porto Alegre, 15 de setembro de 2023 – Os negócios com trigo no Brasil seguem pontuais. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, os trabalhos de colheita seguem com um bom ritmo e já se encaminham para a reta final nas regiões norte e oeste do estado.

   “Agentes relatam que a produtividade das lavouras e a qualidade dos grãos são boas. A preocupação em relação ao clima fica por conta das lavouras que se colhem mais tarde, na metade sul do estado. O sentimento que se observa entre os agentes é de que na atual temporada, ao contrário da anterior, o Paraná poderá vender para o Rio Grande do Sul. Essa percepção tem como base os mapas climáticos que sinalizam para uma safra gaúcha com alto índice de pluviosidade”, observou o analista.

   As negociações no Rio Grande do Sul também estão travadas. “Ainda não se tem boletins que possam quantificar perdas. Porém, sabe-se que as chuvas volumosas causaram danos em lavouras nas fases de floração e de início da formação dos grãos, principalmente devido ao acamamento em certas áreas e à queda de flores das plantas. A extensão dos danos e o possível impacto na produtividade ainda não puderam ser avaliados com precisão, sendo necessária a melhoria das condições ambientais para aguardar a reação das lavouras após o fenômeno climático, o que permitirá a realização de vistorias de avaliação”, disse.

Conab

   A colheita da safra 2022/23 de trigo está em 17,9% da área estimada para a temporada 2022/23 nos sete principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 10 de setembro. Na semana anterior, a ceifa estava em 11,7%. Em igual período do ano passado, o número era de 11,8%.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que a colheita atingiu 35% da área cultivada de 1,41 milhão de hectares. A área deve ser 14% maior do que em 2022, quando cultivou 1,238 milhão de hectares.

   Segundo o Deral, 73% das lavouras estão em boas condições, 21% em situação média e 6% em situação ruim, com 6% em crescimento vegetativo, 10% em floração, 35% em frutificação e 49% em maturação. No dia 4 de setembro a colheita atingia 26% da área, com 72% das lavouras estavam em boas condições, 21% em situação média e 6% em situação ruim, divididas entre as fases de crescimento vegetativo (10%), floração (12%), frutificação (31%) e maturação (47%).

Rio Grande do Sul

   A cultura do trigo no Rio Grande do Sul encontra-se predominantemente em fases reprodutivas, abrangendo a de floração (41%) e a de enchimento de grãos (34%). A fase de desenvolvimento vegetativo representa atualmente 19%, e a de maturação compreende 6% das lavouras, localizadas no Oeste do Estado.

   A área cultivada na safra 2023 está estimada em 1.505.704 hectares, e a produtividade prevista é de 3.021 kg/ha.

   O período de tempo úmido contínuo e alta nebulosidade não foi favorável para as lavouras. As condições climáticas atuais são propícias ao desenvolvimento de doenças, especialmente nas espigas e espiguetas.

   Nas lavouras que estão no estágio final de enchimento de grãos e início da maturação, os sintomas de doenças nas espigas, como giberela e brusone, têm aumentado, causando atrofia ou morte dos órgãos reprodutivos e interrompendo o crescimento dos grãos. Há risco elevado de perdas na qualidade dos grãos em maturação, o que pode impedir seu aproveitamento na produção de farinha, restando apenas a opção de venda para ração, cujos preços são significativamente mais baixos.

Argentina

   A ocorrência de chuvas na Argentina proporcionou a melhora nas condições das lavouras de trigo. No entanto, as precipitações geraram um aumento na aparição de focos de doenças foliares, o que fez com que os produtores aumentassem a aplicação de fungicidas. Áreas que não receberam as chuvas, e que enfrentam altas temperaturas, tem o potencial de rendimento comprometido. A área é estimada em 5,9 milhões de hectares.

   As lavouras se dividem entre excelentes/boas (24%), normais (55%) e regulares/ruins (21%). Na semana passada, eram 18% entre excelentes e boas. Um ano atrás, 15%. Atualmente, são 31% em déficit hídrico, contra 30% na semana passada. Um ano atrás, eram 46%.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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