SEMANA TRIGO: Mercado brasileiro demonstra lentidão com produtores focados nos preparos da safra

   Porto Alegre, 16 de agosto de 2024 – O mercado brasileiro de arroz segue demonstrando sinais de lentidão, com negócios fluindo de maneira gradual e produtores focados na preparação para a próxima safra. Segundo o analista de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, essa situação tem gerado baixa liquidez, com o varejo resistindo a ajustes de preços e as unidades de beneficiamento enfrentando dificuldades para escoar o produto.

   “Nesse cenário, a demanda externa tem se tornado fundamental para a sustentação das cotações do cereal em casca. As exportações desempenham um papel crucial para evitar a formação de estoques elevados, que poderiam pressionar negativamente os preços no mercado interno”, explicou.

Exportações

   Os registros de exportação de arroz (base casca) na temporada comercial 2024/25 (entre os meses de março e agosto) somaram 665,06 mil toneladas. Em 2023/24, acumulado era de 796,86 mil toneladas. O mais recente relatório de embarques nos portos brasileiros (Line Up) apresentou dados importantes sobre as operações de exportação e importação de arroz. Entre os destaques, 20,6 mil toneladas de arroz branco foram enviadas para a República Dominicana, com chegada prevista para o dia 21 de agosto. Adicionalmente, 6 mil toneladas de arroz em casca foram embarcadas, embora o destino ainda não tenha sido revelado, com previsão de chegada para o dia 18 de agosto.

   No que se refere à importação, 32,7 mil toneladas de arroz foram adquiridas da Tailândia com expectativa de chegada para o dia 16 de agosto. Entre os embarques já realizados, 25 mil toneladas de arroz quebrado foram enviadas para a Gâmbia, 30,35 mil toneladas de arroz quebrado seguiram para o Senegal, 25 mil toneladas de arroz em casca foram destinadas à Costa Rica, e 34 mil toneladas de arroz branco foram enviadas para a Venezuela.

Preços

   A média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) iniciou a semana cotada a R$ 118,61, apresentando um avanço de 0,33% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, houve uma alta de 2,20% e um aumento de 29,78% quando comparado ao mesmo período de 2023. Em Santa Cruz do Sul, na Região Central do estado gaúcho, indicações entre R$ 109,50 e R$ 120,50 por saca de 50 quilos, enquanto na região de Porto dos Gaúchos, no estado do Mato Grosso, as cotações oscilam entre R$ 111,50 e R$ 125,50 por saca.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News

SEMANA TRIGO: Em meio a incertezas e foco no plantio, Brasil tem poucos negócios

Porto Alegre, 5 de julho de 2024 – O mercado brasileiro de trigo teve mais uma semana de poucos negócios. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, o cenário é cercado de incertezas e a safra nova é uma incógnita. Os produtores estão focados no plantio. Os demais agentes aguardam um cenário mais claro, em meio à volatilidade dos preços internacionais e do câmbio.

   Ontem, num dia sem o referencial dos preços internacionais, e com o dólar em queda, os reportes de negócios com trigo foram pontuais no Brasil. No mercado gaúcho, trigo de bom (PH entre 77/78) foi vendido entre R$ 1.520 e R$1.530 a tonelada. Para grãos com PH entre 76 por R$ 1.450. Cereal com qualidade inferior (74/75 de PH) a R$ 1.200 a tonelada. No Paraná, as indicações de compra seguem entre R$ 1.650 e R$ 1.700 por tonelada, dependendo da necessidade do moinho. Vendedores a partir de R$ 1.700 por tonelada.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que o plantio da safra 2023/24 de trigo do estado atingiu 96% da área estimada de 1,153 milhão de hectares. Ela deve ficar 19% abaixo dos 1,415 milhão de hectares cultivados em 2023.

   Segundo o Deral, 67% das lavouras apresentam boas condições, 24% situação média e 9% ruins, entre as fases de germinação (4%), crescimento vegetativo (71%), floração (23%) e frutificação (2%). No dia 24 de junho, o plantio atingia 94% da área, com 69% das lavouras em boas condições, 24% em situação média e 7% ruins, nas fases de germinação (6%), crescimento vegetativo (79%), floração (14%) e frutificação (1%).

Rio Grande do Sul

   O plantio do trigo atinge 69% da área no Rio Grande do Sul. Segundo a Emater/RS, na semana passada eram 56%. Em igual momento do ano passado, eram 82%. A média das últimas cinco temporadas é de 85%.

   A estimativa da safra 2024 é de 1.312.488 hectares. Os trabalhos programaram mais lentamente em regiões onde houve maior umidade relativa do ar e solo e com mais intensidade onde não ocorreram chuvas. O plantio está atrasado, mas há perspectiva de conclusão dentro do período definido no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC).

Argentina

   O plantio de trigo atinge 85,3% na Argentina. Segundo a Bolsa de Buenos Aires, a projeção de área foi é estimada em 6,3 milhões de hectares. Na semana passada, o percentual era de 81% da superfície anterior. No ano passado, foram plantados 5,9 milhões de hectares. Em número absolutos, já foram semeados 5,376 milhões de hectares.

   Já conforme levantamento semanal divulgado hoje pelo Ministério da Economia da Argentina, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, indicou que o plantio de trigo da safra 2024/25 atingiu 80% da área total prevista de 6,309 milhões de hectares. De acordo com o Ministério, na semana anterior a semeadura estava em 70%. No mesmo período da safra anterior, o plantio atingia 76% dos 5,916 milhões de hectares cultivados na temporada 2023/24.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News

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SEMANA TRIGO: Preços sobem forte no Brasil em junho com baixa oferta interna e alto custo de importação

   Porto Alegre, 28 de junho de 2024 – O mercado brasileiro de trigo encerrou junho com altas expressivas nos referenciais de R$ 1.653/tonelada. Nas regiões de produção do Rio Grande do Sul, a R$ 1.525/tonelada. A valorização acumulada durante o mês em ambos os estados foi de 8,5%.

   Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, essa alta das cotações decorre da baixa disponibilidade interna e do custo de importação elevado. “Em relação ao primeiro fator, moinhos com necessidade imediata encontram um produtor inflexível em relação às pedidas. As incertezas climáticas corroboram esse posicionamento. No Paraná, o clima seco no Norte/Sudoeste, onde entram os primeiros trigos, faz com que o comprador busque alongar os estoques. No Rio Grande do Sul, o excesso de umidade e o atraso do plantio estão no radar”, explicou.

   O ritmo dos negócios, em geral, foi baixo durante o mês. “Exceção feita para momentos pontuais, como o que ocorreu no Paraná, onde produtores precisaram vender trigo para abrir espaço para acomodar milho safrinha. A alta volatilidade das variáveis formadoras de preços justificam essa postura”, disse.

   A principal referência internacional para trigo hard (a Bolsa de Kansas), durante o tombo mensal, oscilou mais de 21% entre a máxima e a mínima. O dólar comercial, em uma escalada intensa de alta, teve uma amplitude mensal das cotações superior a 7%. Conforme Bento, qualquer tomada de decisão nesse ambiente de total volatilidade se torna arriscado.

   “Para o mês de julho o mercado interno de trigo deve apresentar menor volatilidade. As atenções seguirão voltadas para a evolução da safra brasileira e para o comportamento do câmbio e dos preços internacionais”, projetou o analista.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News

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SEMANA TRIGO: Produtores brasileiros focam no plantio e moinhos monitoram oportunidades de importação

   Porto Alegre, 21 de junho de 2024 – O mercado doméstico de trigo segue com reportes pontuais de negócios. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, o vendedor está pouco flexível em suas pedidas. “A sustentação dessa postura vem da escassez de oferta interna e do alto custo de importação”, disse. A alta do dólar em relação ao real  em um mês chega a 7% – também vai ao encontro do posicionamento do produtor.

   Na outra ponta, o moinho segue na defensiva. A recente queda das cotações norte-americanas mais de 15% em Kansas/Chicago em um mês  é acompanhada de perto.

   “O trigo de Kansas, já fecha conta em relação ao argentino em praticamente todas as regiões brasileiras (exceto Rio Grande do Sul). Numa eventual manutenção da tendência de baixa no âmbito externo, se posicionar de forma mais agressiva no mercado torna-se arriscado. Um agravante, segundo reportes de moinhos, é a dificuldade em repassar a alta do grão para a farinha. Com isso, os compradores seguem comprando apenas para atender necessidades imediatas”, explicou.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que o plantio da safra 2023/24 de trigo do estado atingiu 91% da área estimada de 1,117 milhão de hectares. Ela deve ficar 21% abaixo dos 1,415 milhão de hectares cultivados em 2023.

   Segundo o Deral, 79% das lavouras apresentam boas condições, 17% situação média e 4% ruins, entre as fases de germinação (18%), crescimento vegetativo (71%), floração (10%) e frutificação (1%). No dia 10 de junho, o plantio atingia 82% da área, com 83% das lavouras em boas condições, 14% em situação média e 3% ruins, nas fases de germinação (19%), crescimento vegetativo (80%) e floração (1%).

   A safra 2023/24 de trigo do Paraná deve registrar uma produção de 3,713 milhões de toneladas, 2% acima das 3,645 milhões de toneladas colhidas na temporada 2023. A produtividade média é estimada em 3.323 quilos por hectare, acima dos 2.583 quilos por hectare registrados na temporada 2023.

Rio Grande do Sul

   Segundo a Emater/RS, as condições ambientais, caracterizadas por tempo seco e temperaturas elevadas para a estação, impulsionaram as atividades de plantio de trigo no Rio Grande do Sul. Os trabalhos se estenderam ao período noturno, resultando em significativa expansão da área cultivada no estado. Contudo, essas condições climáticas, associadas a ventos moderados, reduziram drasticamente a umidade na superfície do solo em áreas sem cobertura vegetal, dificultando a uniformidade na deposição das sementes e, consequentemente, condicionando a uma semeadura irregular, em profundidades distintas.

   A partir de 13 de junho, os produtores reduziram o ritmo ou interromperam a semeadura para aprimorar o plantio. A ocorrência de chuvas, a partir de 15/06, em volumes moderados, na maior parte do Estado, facilitou o processo de emergência das lavouras recém-semeadas. No entanto, em algumas regiões, a ocorrência de precipitações, em volumes maiores, provocou danos por erosão em lavouras recém-plantadas.

   De maneira geral, as áreas inicialmente implantadas apresentam bom estabelecimento e desenvolvimento vegetativo satisfatório. Em termos de manejo sanitário, a prioridade é o controle de plantas invasoras. Para isso, os produtores têm utilizado combinações de herbicidas pré e pós-emergentes.

   A área cultivada na safra 2023 no estado foi de 1.505.807 hectares, e a produtividade foi de 1.751 kg/ha (IBGE). A Emater/RS-Ascar está realizando o levantamento de intenção de plantio para a safra 2024, que deverá ser apresentado em breve. A tendência observada é de pequena redução, comparativamente à safra anterior em razão dos baixos preços do cereal e da frustração de produtividade na última safra.

Argentina

   Levantamento semanal divulgado hoje pelo Ministério da Economia da Argentina, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, indicou que o plantio de trigo da safra 2024/25 atingiu 57% da área total prevista de 6,309 milhões de hectares. De acordo com o Ministério, na semana anterior a semeadura estava em 39%. No mesmo período da safra anterior, o plantio atingia 50% dos 5,916 milhões de hectares cultivados na temporada 2023/24.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News

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SEMANA TRIGO: Plantio avança no Brasil e na Argentina; Safras & Mercado reajusta área brasileira

   Porto Alegre, 14 de junho de 2024 – O mercado brasileiro de trigo segue com reduzido volume de negócios. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, os moinhos compram apenas para atender necessidades imediatas.

   “A volatilidade dos preços internacionais e do câmbio torna arriscado qualquer movimento mais contundente de compra. Os produtores estão com as atenções voltadas para o campo e, sabendo da escassez de oferta interna e do longo período de entressafra, seguem pouco flexíveis em suas pedidas”, disse.

Nova estimativa de Safras & Mercado

   Nesta semana, Safras & Mercado reajustou sua estimativa para a área plantada com trigo no Brasil. A superfície deve somar 2,995 milhões de hectares, 11,5% inferior aos 3,384 milhões de hectares semeados no ano passado.

   Os dois maiores estados produtores, Paraná e Rio Grande do Sul, são os principais responsáveis pela redução na área. Os paranaenses devem plantar 1,15 milhão de hectares, 14,2% a menos do que em 2023. A superfície gaúcha deve somar 1,27 milhão de hectares, queda de 12,4% ano a ano.

   Apesar do corte de área, a produção brasileira deve crescer em 2024 graças a um aumento na produtividade. No ano passado, a safra foi prejudicada por chuvas na época da colheita, que resultaram num rendimento médio de 2.530 quilos por hectare. Neste ano, a projeção de Safras & Mercado é de 3.015 quilos por hectare.

   Assim, a safra nacional totalizaria 9,03 milhões de toneladas, 5,5% acima das 8,56 milhões do ano passado. O Paraná deve colher 3,75 milhões de toneladas, 2,7% acima do ano passado. O Rio Grande do Sul fica logo atrás, com 3,6 milhões de toneladas projetadas, um aumento de 14,3% ano a ano.

Conab

   Segundo a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), o plantio de trigo avançou para 46,8% da área estimada para a temporada 2023/24 nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total). Os dados são de levantamento semanal, com dados recolhidos até 9 de junho. Na semana anterior, a semeadura estava em 35,8%. Em igual período do ano passado, o número era de 46,9%.

   A produção brasileira de trigo em 2024 deverá ficar em 9,065 milhões de toneladas, segundo o 9o levantamento para a safra brasileira de grãos da Conab. No mês anterior, a previsão era de 9,08 milhões. Na comparação com a safra passada, a revisão indicou aumento de 12%. Em 2023, a safra ficou em 8,096 milhões de toneladas.

   A Conab indica uma área plantada de 3,078 milhões de hectares, queda de 11,4% sobre a temporada anterior. A produtividade indicada pela Conab é de 2.945 quilos por hectare, alta de 26,3% sobre os 2.331 quilos obtidos no ano passado.

   Neste levantamento, a safra gaúcha ainda não se iniciou, pois as condições climáticas não são favoráveis à semeadura. Por outro lado, a colheita iniciou nas lavouras de sequeiro de Goiás, e a semeadura chega próxima da metade das áreas tritícolas.

Deral/PR

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que o plantio da safra 2023/24 de trigo do estado atingiu 82% da área estimada de 1,117 milhão de hectares. Ela deve ficar 21% abaixo dos 1,415 milhão de hectares cultivados em 2023.

   Segundo o Deral, a safra 2023/24 de trigo do Paraná deve registrar uma produção de 3,713 milhões de toneladas, 2% acima das 3,645 milhões de toneladas colhidas na temporada 2023. A produtividade média é estimada em 3.323 quilos por hectare, acima dos 2.583 quilos por hectare registrados na temporada 2023.

Emater/RS

   No Rio Grande do Sul, segundo a Emater/RS, as condições climáticas, observadas na última semana, favoreceram a intensificação da semeadura das lavouras de trigo. Anteriormente, essa atividade havia sido represada devido à concentração dos produtores na conclusão da safra de verão e às condições ambientais adversas (chuvas e excesso de umidade no solo), que limitavam a operação apenas nos terrenos mais secos.

   Durante a semana, houve intensa movimentação de tratores e máquinas semeadoras, visando ampliar a extensão cultivada, considerada em atraso. Nas áreas implantadas mais precocemente, observa-se boa evolução das lavouras, embora algumas partes apresentem problemas no estande de plantas em razão da semeadura em solo excessivamente úmido, que causou o selamento dos sulcos pela passagem dos discos das semeadoras, agravado pela ausência de chuvas após essa operação.

   A área cultivada na safra 2023 no Rio Grande do Sul foi de 1.505.807 hectares, e a produtividade foi de 1.751 kg/ha (IBGE). A Emater/RS-Ascar está realizando o levantamento de intenção de plantio para a safra 2024, que deverá ser apresentado nas próximas semanas.

   Preliminarmente, a tendência observada é de pequena redução, comparativamente à safra anterior. A redução da área de plantio se justifica pelos baixos preços do cereal e pela frustração de produtividade na última safra.

Argentina

   Levantamento semanal divulgado ontem pelo Ministério da Economia da Argentina, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, indicou que o plantio de trigo da safra 2024/25 atingiu 39% da área total prevista de 6,151 milhões de hectares. Na semana anterior a semeadura estava em 21%. No mesmo período da safra anterior, o plantio atingia 36% dos 5,917 milhões de hectares cultivados na temporada 2023/24.

   Segundo a Bolsa de Buenos Aires, o plantio de trigo atinge 46,3% da área na Argentina. Os trabalhos avançaram 20,6 pontos percentuais desde a semana passada e estão 7,3 pontos adiantados em relação ao ano passado. A superfície é projetada em 6,2 milhões de hectares. No ano passado, foram 5,9 milhões. Em número absolutos, já foram semeados 2,87 milhões de hectares.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News

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SEMANA TRIGO: Brasil tem preços firmes, poucos negócios e espaço para novas altas

Porto Alegre, 7 de junho de 2024 – Os preços do trigo no Brasil estão cerca de 10% acima do mesmo momento do ano passado. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, o movimento é lento no mercado interno, mas as cotações seguem firmes e ainda há espaço para novas elevações, considerando a paridade de importação.

Preço mínimo

   O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou nesta quarta-feira (5) a atualização dos preços mínimos para o trigo em grãos e em semente da safra 2024/2025. Os novos preços são fixados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), por meio de voto, de acordo com a proposta enviada pelo Mapa e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

   Os valores serão utilizados como referência nas operações ligadas à Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), que visa garantir uma remuneração mínima aos produtores rurais.

    Os preços mínimos do trigo em grãos tiveram reajuste nas três regiões produtoras do país:

Sul (-10,55%), Sudeste (-11,55%) e Centro-Oeste/Bahia (-15,75%), para os três tipos do cereal com base do pH e nas quatro modalidades especificadas (básico, doméstico, pão e melhorador). Os valores ficarão entre R$ 33,49 e R$ 84,63 a saca de 60 kg, válidos entre julho deste ano até junho de 2025.

   Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, esse era um ajuste esperado. “No ciclo anterior, num momento em que a invasão russa à Ucrânia elevou os preços e os custos de produção do cereal, o órgão governamental elevou esse preço que serve de referência para intervenções para garantir renda ao produtor em 10,8%. Utilizando como referência a região sul brasileira, o preço mínimo subiu de R$ 1.320/tonelada para R$ 1.420/tonelada”, lembra.

   Ele explica que, a partir do segundo semestre, as incertezas relacionadas à guerra foram precificadas e os preços/custos reduziram. “Como os preços no Brasil são formados de fora para dentro, a queda internacional refletiu no Brasil. O resultado é que, mesmo com o governo intervindo com a realização de leilões de PEP e PEPRO, os preços de mercado foram superar os mínimos apenas no final de maio de 2024”, disse.

   Ainda levando em consideração a região sul, o preço de referência será de R$ 1.308,50/tonelada. Com as cotações internacionais em alta a Rússia já tem preços que superam os do mesmo período do ano passado em 5% – a tendência é que o mínimo esteja muito próximo da realidade de preços de mercado. Atualmente, a safra nova é indicada a R$ 1.250/1300 a tonelada.

Plantio Conab

   O plantio de trigo avançou para 35,8% da área estimada para a temporada 2023/24 nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 2 de junho. Na semana anterior, a semeadura estava em 29,6%. Em igual período do ano passado, o número era de 40,9%.

Paraná

   O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que o plantio da safra 2023/24 de trigo do estado atingiu 73% da área estimada de 1,139 milhão de hectares. Ela deve ficar 19% abaixo dos 1,415 milhão de hectares cultivados em 2023.

   Segundo o Deral, 84% das lavouras apresentam boas condições, 12% situação média e 4% ruins, entre as fases de germinação (24%) e crescimento vegetativo (76%). No dia 27 de maio, o plantio atingia 59% da área, com 82% das lavouras em boas condições, 14% em situação média e 4% ruins, nas fases de germinação (32%) e crescimento vegetativo (68%).

   A safra 2023/24 de trigo do Paraná deve registrar uma produção de 3,795 milhões de toneladas, 4% acima das 3,643 milhões de toneladas colhidas na temporada 2023. A produtividade média é estimada em 3.331 quilos por hectare, acima dos 2.582 quilos por hectare registrados na temporada 2023.

Argentina

   A intenção de plantio com trigo na safra 2024/25 da Argentina foi reajustada pelos analistas de Safras & Mercado de 6.005.567 hectares para 6.108.646 hectares. A produção foi projetada em 18,054 milhões de toneladas, contra 17,313 milhões previstas anteriormente. O número atualizado representa uma alta de 13% em relação às 14,831 milhões de toneladas produzidas no ano passado.

   Conforme o analista Lautaro Borghes, o aumento deve-se às melhores condições hídricas iniciais na comparação com o mesmo momento da safra passada. Atualmente, os perfis de umidade são favoráveis em grande parte das regiões produtoras.

   A comercialização da safra 2023/24 de trigo da Argentina atinge 10,274 milhões de toneladas até 15 de maio. Segundo o ministério da agroindústria do país, 7,269 milhões de toneladas são para o setor exportador e 3,005 milhões são para a indústria.

   O plantio de trigo atinge 25,7% da área na Argentina. Segundo a Bolsa de Buenos Aires, os trabalhos avançaram 16 pontos percentuais desde a semana passada. Em relação às últimas cinco safras, o atraso é de 7,1 pontos percentuais. A superfície é projetada em 6,2 milhões de hectares. No ano passado, foram 5,9 milhões. Em número absolutos, já foram semeados 1,592 milhão de hectares.

Rússia

   A consultoria agrícola russa Sovecon projeta que a safra de trigo do país caia para 80,7 milhões de toneladas este ano, abaixo de sua previsão anterior de 82,1 milhões de toneladas. A Sovecon já havia reduzido suas previsões nesta primavera, citando geadas excepcionalmente severas. Em março, a safra era esperada em 94 milhões de toneladas.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News

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SEMANA TRIGO: Preços seguem subindo e podem frear redução de área no Rio Grande do Sul

   Porto Alegre, 17 de maio de 2024 – Os negócios no mercado brasileiro de trigo seguem ocorrendo de maneira pontual. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, apenas quando uma das pontas se mostra mais flexível.

   Os preços da safra velha já apresentam elevações de aproximadamente 10% em relação ao mesmo período do ano passado. No Paraná, os moinhos com necessidade de aquisições imediatas pagam ainda mais caro. Na Argentina, as cotações estão pelo menos 35% mais altas ante um ano atrás. E o impacto disso é sentido no Brasil, que tem necessidade de importação.

   As enchentes no Rio Grande do Sul devem ter impacto sobre a moagem. A Safras News conversou com representantes de moinhos gaúchos que relataram dificuldades no recebimento do grão importado da Argentina, bem como no escoamento da farinha produzida.

   Conforme Elcio Bento, nos três meses que restam até o fim da temporada 2023/24, a necessidade de importação deve ser recorde para que os estoques de passagem não sejam muito apertados. O Brasil já vinha, ao longo da safra, com necessidade de importação de trigo após a quebra do ano passado.

   Enquanto isso, os preços internacionais do cereal seguem subindo. Em Chicago, na comparação com um mês atrás, os preços estão quase 23% mais altos. Apenas na última semana, os contratos já subiram mais de 2%.

   No Rio Grande do Sul, os técnicos ainda fazem os levantamentos das perdas ocorridas na soja, mas já projetam os impactos disso sobre o plantio de trigo para a próxima safra. Todas as análises apontam para uma redução de área levando em conta, principalmente, os altos custos de produção. Em algumas regiões, o investimento para uma produção de alto rendimento pode chegar a 90% do potencial produtivo.

   A menor cobertura do Proagro em caso de eventos climáticos também é um fator que desestimula o cultivo do cereal de inverno, uma vez que há previsões de geadas durante a fase produtiva nas principais regiões produtoras. Além do menor investimento, os danos no solo provocados pela erosão também podem comprometer a produtividade na próxima safra.

   O analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, no entanto, mantém algum otimismo: a janela para o plantio no Rio Grande do Sul ainda é significativa e a elevação dos preços pode representar um incentivo para que o produtor não reduza tanto a área em meio às condições adversas.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News

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TRIGO: USDA estima estoques globais 23/24 e 24/25 abaixo do esperado pelo mercado

   Porto Alegre, 10 de maio de 2024 – O relatório de oferta e demanda de março do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe os primeiros números para a safra 2024/25 de trigo global, além de atualizar as projeções para 23/24. A produção mundial de trigo em 2024/25 é estimada em 798,19 milhões de toneladas. Para 2023/24, a estimativa ficou em 787,72 milhões de toneladas.

   Os estoques finais globais em 2024/25 foram estimados em 253,61 milhões de toneladas. O mercado esperava 256,9 milhões de toneladas. Para 2023/24, as reservas finais foram estimadas em 257,8 milhões de toneladas, acima das 258,1 milhões esperadas pelo mercado.

   O consumo global em 2024/25 está estimado em 802,37 milhões de toneladas. Em 2023/24, o consumo global foi estimado em 800,34 milhões de toneladas.

   Para 2024/25, a produção de trigo no Brasil está estimada em 9,5 milhões de tonelada. As importações em 2023/24 estão apontadas em 5,5 milhões de toneladas. As exportações são previstas em 3 milhões de toneladas. Os estoques finais são projetados em 1 milhão de toneladas.

   A Rússia deve produzir 88 milhões de toneladas e exportar 52 milhões. A Ucrânia deve produzir 21 milhões e exportar 14 milhões de toneladas.

   A safra 2024/25 do cereal na Argentina foi projetada em 17 milhões de toneladas. As exportações do país foram mantidas em 11,5 milhões de toneladas.

   No Canadá, a projeção da safra 2024/25 ficou em 34 milhões de toneladas. A projeção da safra australiana do cereal é de 29 milhões de toneladas. Na União Europeia e no Reino Unido, a safra 22/23 está projetada em 132 milhões de toneladas.

   A China tem projeção de safra 2024/25 em 140 milhões de toneladas. O país deve importar 11 milhões de toneladas na temporada. Os estoques finais chineses estão estimados em 132,61 milhões de toneladas. Os Estados Unidos deverão colher 50,56 milhões de toneladas em 24/25. As exportações do país estão projetadas em 21,09 milhões de toneladas.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News

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TRIGO: Chicago acentua alta no meio-pregão após USDA indicar oferta abaixo do esperado

   Porto Alegre, 10 de maio de 2024 – A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo opera com cotações acentuadamente mais altas no meio-pregão. O mercado disparou repercutindo os números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para a oferta e demanda global em 2023/24 e 24/25, que ficaram abaixo do esperado pelo mercado.

   A safra mundial de trigo em 2024/25 é estimada em 798,19 milhões de toneladas. Para 2023/24, a estimativa ficou em 787,72 milhões de toneladas. Os estoques finais globais em 2024/25 foram estimados em 253,61 milhões de toneladas. O mercado esperava 256,9 milhões de toneladas. Para 2023/24, as reservas finais foram estimadas em 257,8 milhões de toneladas, acima das 258,1 milhões esperadas pelo mercado.

   A produção do cereal nos Estados Unidos em 2024/25 é estimada em 1,858 bilhão de bushels. Para a safra 2023/24, a produção estadunidense ficou em 1,812 bilhão de bushels, mesmo número de abril. Os estoques finais do país em 2024/25 foram projetados em 766 milhões de bushels. O mercado esperava 786 milhões. Em 23/24, 688 milhões de bushels, enquanto o mercado esperava 689 milhões.

   Os contratos com entrega em julho estão cotados a US$ 6,58 por bushel, alta de 20,50 centavos de dólar, ou 3,21%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em setembro operam a US$ 6,77 1/4 por bushel, ganho de 19,50 centavos de dólar, ou 2,96% em relação ao fechamento anterior.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News

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SEMANA TRIGO: Não há como falar em negócios no Rio Grande do Sul

Porto Alegre, 10 de maio de 2024 – O mercado brasileiro de trigo teve apenas negócios pontuais nesta semana. As atenções dos agentes voltam-se à catástrofe climática no Rio Grande do Sul. O analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, vem salientando, ao longo dos últimos dias, que não há como falar em negócios no estado. No Paraná, por sua vez, a sinalização de que possa haver maior necessidade de importação faz com que os produtores segurem seu produto à espera de momentos mais atrativos para negociar.

   Ainda que as enchentes não tenham atingido as principais regiões produtoras de trigo no Rio Grande do Sul, o sentimento é de “total pessimismo” na cadeia. Isso porque muitos moinhos foram severamente afetados pela enxurrada. Tradicionalmente, a indústria moageira se instala às margens de rios. Os que passaram ilesos, sofrem com as interrupções na logística a partir dos bloqueios de estradas.

   De qualquer forma, esta é a menor das preocupações no momento. A Safras News conversou com representantes de moinhos gaúchos nos últimos dias, que ressaltaram o foco total no auxílio aos afetados pelas enchentes. Além das comunidades no entorno das fábricas, há funcionários das empresas que estão desabrigados em função das enchentes. Além disso, ainda é cedo para mensurar os estragos.

   Do ponto de vista mercadológico, o analista Elcio Bento observa que é improvável que não haja um reajuste nos preços. Uma das empresas disse à Safras News que, apesar das cotações defasadas da farinha, não haverá reajuste no momento. “Estamos segurando o preço, tentando fazer uma logística para não deixar ninguém mal”.

   Outro ponto é que não há como saber quais as condições do trigo estocado pelos moinhos ou pelos produtores. Uma das empresas disse à Safras News que esperava 6 mil toneladas do cereal vindas da Argentina. O produto está debaixo d’água no porto de Porto Alegre.

   Estas indústrias costumam trabalhar com estoques alongados, portanto, o desabastecimento não chega a ser uma preocupação. Por outro lado, as operações ocorrem 24 horas por dia, em três turnos. E a maioria dos moinhos afetados acaba de completar uma semana de atividades suspensas. “Trabalhamos com diversos tipos de cenários, dos mais otimistas aos mais fatalistas”, disse uma fonte à Safras News sob a condição de anonimato.

   Do ponto de vista produtivo, a janela de plantio do trigo no Rio Grande do Sul começou no último dia 1º, quando as chuvas já castigavam o estado. Algumas regiões podem ter começado, mas ainda são irrelevantes a nível estadual. Bento e o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, concordam que não parece haver risco de que a safra não seja plantada. Além de as principais áreas produtoras não terem sido tão atingidas, a janela se estende por dois meses. Até lá, há a necessidade de avaliar as condições do solo, além de resolver questões logísticas para a chegada de insumos. Os impactos sobre a soja também podem afetar a capitalização e o ânimo dos produtores atingidos.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News

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SEMANA TRIGO: Mês de abril encerra com altas expressivas nas cotações

Porto Alegre, 3 de maio de 2024 – O mercado brasileiro de trigo encerrou abril com altas expressivas nas cotações. No mercado paranaense, os ganhos acumulados em relação ao fechamento do mês anterior foram de 7,7%. No gaúcho, chegaram a quase 10%.

Conforme o analista e consultor de Safras & Mercado, Élcio Bento, essa recuperação se explica pela mudança de patamares das principais variáveis formadoras de preços no Brasil.

Nas Bolsas norte-americanas, os ganhos mensais foram de 4,5% em Chicago (trigo soft) e de 6,8% em Kansas (hard). No FOB do Mar Negro, o cereal mais acessível do mundo, o ucraniano acumulou ganhos de 7% em abril. No maior exportador global e que possui o segundo valor mais competitivo, a Rússia, a elevação foi de 3%.

A alta mais sentida no Brasil, contudo, foi a do trigo argentino, com ganhos mensais de 7%, destaca Bento. Para completar, no mercado cambial, a moeda norte-americana fechou o mês próxima a R$ 5,20 (+3,4%). Esse último fator potencializou as altas verificadas nas cotações internacionais.

No Rio Grande do Sul, o cereal chegou a trocar de mãos por até R$ 1.350/tonelada (grão com bom padrão de qualidade). Os últimos negócios do mês saíram por volta de R$ 1.300/tonelada. No mercado paranaense, houve negócio a R$ 1.350/tonelada no FOB neste final de abril.

Na Argentina, final do mês com a base de compra spot (nominal) fechando entre US$ 240/245 a tonelada para cereal com 12% de proteína. A paridade de importação no FOB interior do Paraná ficou em R$ 1.403/tonelada e do Rio Grande do Sul em R$ 1.390/tonelada. Embarques futuros para junho/julho em UP River (11,5% de proteína) com indicação de compra a US$ 240/t e de venda a US$ 258/t. Em Necochea e Baia Blanca, também para junho/julho, vendedores a US$ 245/250/t. Safra nova com indicação de compra a US$ 225/tonelada par dezembro/24.

Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Safras News

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SEMANA TRIGO: Recuperação internacional e dólar sustentam preços domésticos

Porto Alegre, 26 de abril de 2024 – A recente recuperação das cotações internacionais – em especial na Argentina -, juntamente com o dólar em torno de R$ 5,15, seguem garantindo o respaldo para que os preços do trigo no mercado doméstico apresentem firmeza. A constatação é do analista e consultor de Safras & Mercado, Élcio Bento.

No Paraná, as indicações dos moinhos vão de R$ 1.350 até R$ 1.400 a tonelada no CIF. No Rio Grande do Sul, por volta de R$ 1.300 a tonelada no FOB. A paridade de importação em relação ao cereal argentino fechou a R$ 1.370/tonelada no mercado paranaense e a R$ 1.357/tonelada no gaúcho.

Sabendo do longo período de entressafra, os produtores seguem pouco flexíveis em relação aos preços, explica o analista. Destaque para a indicação de safra nova gaúcha no porto de Rio Grande/RS, sobre rodas, a R$ 1.110/tonelada para entrega em novembro e pagamento em dezembro e a R$ 1.140/tonelada com pagamento e entrega em dezembro e janeiro/25, respectivamente. Até o momento, contudo, não houve reporte de interesse do vendedor, acrescenta.

Na Argentina, as indicações spot (nominais) entre US$ 240/252 a tonelada para cereal com 12% de proteína. Para junho em UP River (11,5% de proteína) indicação de compra a US$ 230/t e de venda a US$ 245/t. Em Necochea, também para junho, vendedores a US$ 240/t.

Destaque para a pesquisa de intenção de plantio realizada por Safras & Mercado no país e que indica um aumento de área de 4%. O potencial de produção estimado é de 17,3 milhões de toneladas, contra 14,8 milhões de toneladas da safra anterior Outro destaque internacional é o Canadá, que deve produzir 33,667 milhões de toneladas em 2024/25. Segundo adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em 23/24, foram 31,954 milhões de toneladas. As exportações do país são projetadas em 24,7 milhões de toneladas, contra 23,5 milhões no ano anterior.

O consumo do país é estimado em 9,29 milhões de toneladas. Os estoques ao início de 24/25 são estimados em 3,3 milhões toneladas. Os estoques finais são projetados em 3,527 milhões de toneladas na temporada.

Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Safras News

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SEMANA TRIGO: Paridade de importação segue dando firmeza aos preços domésticos

Porto Alegre, 19 de abril de 2024 – A firmeza das cotações domésticas  garantida pela combinação de dólar em alta e preços recuperando na Argentina  garantiu uma melhora na dinâmica de comercialização de trigo no Brasil.

No Rio Grande do Sul, foram reportados negócios entre R$ 1.320/R$ 1.350 a tonelada no CIF moinho, dependendo da qualidade. No FOB, entre R$ 1.250 e R$ 1.300 a tonelada. Destaque também para negócio de trigo branqueador de safra nova a R$ 1.350/tonelada no FOB.

O produtor segue pouco flexível em relação a preços, tendo como principal respaldo para essa postura o longo período até o ingresso de grãos novos no mercado gaúcho, explica o analista e consultor de Safras & Mercado, Élcio Bento.

No Paraná, a pedida do produtor fica próxima a R$ 1.400/tonelada. Os moinhos seguem indicando interesse a R$ 1.350/tonelada CIF moinho. A tendência segue sendo de firmeza nas cotações, acrescenta Bento.

Na Argentina, a base de compra para trigo do país com 11,5% de proteína é US$ 230/tonelada no FOB. Para embarque em junho/24, a indicação é de US$ 230/232/tonelada na compra e a US$ 260/tonelada na venda. A paridade de importação no interior do Paraná fechou a quinta-feira em R$ 1.367/tonelada e no do Rio Grande do Sul a R$ 1.354/tonelada.

O Ministério da Economia da Argentina, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, estima a área para 5,9 milhões de hectares em 2023/24. A superfície é igual ao estimado em março e ao cultivado na safra anterior. A colheita de trigo na Argentina, com totalidade da área já colhida, aponta para uma produção final de 15,9 milhões de toneladas.

Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Safras News

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SEMANA TRIGO: Paridades de importação seguem em alta e mercado interno está travado

Porto Alegre, 12 de abril de 2024 – Os negócios com trigo seguem pontuais ao final da segunda semana de abril. No Rio Grande do Sul, os níveis de produtividades excepcionais da soja, e a sua consequente safra cheia, obrigaram alguns produtores a irem ao mercado vender trigo para liberar espaço em armazéns, destaca o analista e consultor de Safras & Mercado, Élcio Bento.

Os preços ofertados pelos compradores gaúchos estão entre R$ 1.170 e R$ 1.200 a tonelada no FOB. No Paraná, a safra de verão segue no foco. Porém, a pressão de venda de trigo para liberar espaço já não é uma realidade, relata Bento. Com isso, o vendedor se coloca numa posição defensiva e de inflexibilidade em relação às suas pedidas, que ficam entre R$ 1.280 e R$ 1.300 a tonelada no FOB.

Essa postura é corroborada pela recente elevação do custo de importação: alta de preços na Argentina e do dólar em relação ao real. Os moinhos apresentam reticência em aceitar os preços pedidos pelos produtores. De qualquer forma, passam a fazer conta e já é possível perceber interesse para pagamento e carregamento entre maio e junho, adverte o analista. A indicação no CIF fica por volta de R$ 1.350/tonelada e a pedida do produtor em torno de R$ 1.400/tonelada.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou nesta quinta-feira seu relatório de oferta e demanda de abril, com as projeções para a safra 2023/24 do país de trigo. A produção do cereal do país em 2023/24 for estimada em 1,812 bilhão de bushels, mesmo número de março. Para a safra 2022/23, a produção estadunidense ficou em 1,65 bilhão de bushels.

Os estoques finais do país em 2023/24 foram projetados em 698 milhões de bushels. O mercado esperava 685 milhões. Em março, foram 673 milhões. Em 22/23, 570 milhões de bushels.

No âmbito global, a produção mundial de trigo em 2023/24 foi estimada em 787,36 milhões de toneladas, acima das 786,70 milhões estimadas em março. Para 2022/23, a estimativa ficou em 789,34 milhões de toneladas.

Os estoques finais globais em 2023/24 foram estimados em 258,27 milhões de toneladas, contra 258,83 milhões em março. O mercado esperava 258,6 milhões de toneladas. Para 2022/23, as reservas finais foram estimadas em 271,0 milhões de toneladas.

Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Safras News

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SEMANA TRIGO: Com poucos negócios no Brasil, destaque é exportação de grão para ração

Porto Alegre, 5 de abril de 2024 – Os negócios com trigo seguem pontuais e sem grandes alterações nos referenciais de preços. As indicações de compra nas principais regiões de produção oscilam entre R$ 1.250 e R$ 1.300 a tonelada posto moinho. Os produtores indicam valores cerca de R$ 100/tonelada acima do interesse do comprador. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, esse spread entre as pontas limita a realização de negócios.

   O destaque fica por conta da eficiência do setor em escoar os grandes volumes de feed wheat. Os line-ups de exportação/cabotagem de trigo – programação de embarques pelos portos brasileiros chegaram ao montante de 3,018 milhões de toneladas na temporada 2023/24 (até meados de abril/24). Esse montante corresponde a um acréscimo de 230 mil toneladas quando comparado aos números fechados entre agosto/22 e abril/23. O principal porto de origem é o de Rio Grande, com 2,252 milhões de toneladas (75%), seguido pelo de Imbituba/SC com 430 mil toneladas (14%) e Paranaguá/Antonina/PR com 336 mil toneladas (11%).

Exportações brasileiras do grão

   Dados divulgados nesta semana pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) projetaram que o Brasil deve embarcar 80,582 mil toneladas de trigo em abril. No mesmo mês do ano passado, o país exportou 176,556 mil toneladas do cereal. No acumulado do ano, os embarques de trigo são estimados em 2,103 milhões de toneladas.

   Na semana entre 24 e 30 de março, o Brasil embarcou 164,870 mil toneladas. Para a semana entre 31 de março e 6 de abril estão previstos embarques de 80,582 mil toneladas.

Exportações argentinas

   O line-up, programação dos embarques de trigo da Argentina, prevê a exportação de 404,5 mil toneladas em março. O levantamento é feito por SAFRAS & Mercado. Em março, foram 1,017 milhão toneladas. Em abril do ano passado, os embarques somaram 186,75 mil toneladas.

   Em 2023/24, de dezembro a abril, o line-up registra um acúmulo preliminar de 4,895 milhões de toneladas. No mesmo período do ano anterior, eram 2,044 milhões de toneladas.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News

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SEMANA TRIGO: Comercialização no Brasil é lenta em março e Argentina exporta maiores volumes

Porto Alegre, 28 de março de 2024 – O mercado brasileiro de trigo manteve o ritmo lento de comercialização no mês de março. O cenário é o mesmo dos últimos meses, com o foco sobre as safras de verão. Além de os produtores estarem voltados aos tratos culturais e à colheita da soja e do milho, principalmente, os moinhos estão bem abastecido e demandam pouco, e a logística do país está toda ocupada para o escoamento da soja.

   Neste mês, o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, chamou a atenção para as exportações de trigo da Argentina, que estão em ritmo mais acelerado na comparação com o ano passado, em virtude da ampla oferta nesta safra. O país precisa ser mais agressivo nas suas vendas externas e vem fornecendo o cereal a novos compradores. O Brasil responde por um volume proporcionalmente baixo deste aumento interanual. Não há preocupação quanto a um desabastecimento no Brasil, mas o cereal argentino pode ir para outros destinos, fazendo com que a indústria brasileira precise importar de origens alternativas ao país vizinho.

Intenção de plantio

   Nesta semana, Safras & Mercado divulgou sua primeira estimativa de intenção de plantio para a safra 2024/25 de trigo no Brasil. Os produtores brasileiros devem reduzir a área de cultivo de trigo em 12,3% em 2024. No total, as terras cobertas com a cultura devem atingir 2,968 milhões de hectares, recuando 416 mil hectares em relação aos 3,384 milhões de hectares da safra passada.

   A maior queda estimada é para o Rio Grande do Sul. O analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, lembra que os gaúchos foram os mais afetados pelo clima adverso no ano passado. “No inverno, as temperaturas elevadas aumentaram a incidência de doenças. No momento da colheita, o excesso de chuva derrubou a qualidade e, em alguns casos os produtores optaram por não colher”, disse. Assim, essa memória recente deve levar a uma queda de 217 mil hectares da área plantada (-15%), de 1,450 milhão de hectares para 1,233 milhão de hectares.

   Os paranaenses devem reduzir a área em 14,2%, de 1,340 milhão de hectares para 1.150 milhão de hectares (190 mil hectares). “Nesse estado, as principais perdas pelo excesso de chuva ocorreram na região dos Campos Gerais, onde o plantio é mais tardio. Para a safra atual, estima-se que o trigo perca espaço para o milho safrinha. Contudo, há reportes de redução da venda de sementes do cereal de verão em cerca de 15%. Se o produtor plantará trigo nessas áreas que seriam destinadas ao milho ou deixará optará por uma cobertura, ainda não se sabe”, explicou o analista.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Sem negócios no Brasil, foco volta-se a safras de verão e mercado internacional

   Porto Alegre, 15 de março de 2024 – O mercado brasileiro de trigo não tem nada de diferente acontecendo. Isso é o que diz o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento.

   O trigo para moagem segue pouco negociado, com os moinhos bem abastecidos, portanto sem interesse de compra, e com os produtores “esperando por alguma coisa”. Conforme Bento, “não há muito o que esperar de tendência de altas, mas o produtor está na defensiva”.

   Enquanto isso, os vendedores de trigo feed colocam suas últimas cargas no mercado internacional a preços mais baixos. A janela para exportação do cereal está se fechando com a entrada da safra de soja.

   Conforme o analista, enquanto os agentes do mercado interno não demonstram interesse pelo trigo nacional, é importante ficar atento a algumas movimentações que vêm ocorrendo no quadro externo.

   “Uma delas é a manutenção dos preços agressivos do trigo russo”, disse. O cereal com 12,5% de proteína é negociado US$ 209/tonelada no FOB do Mar Negro.

   “Outro destaque fica por conta do bloqueio da fronteira entre a Polônia e a Ucrânia, feito pelos produtores do primeiro país. Sem a usual saída pelo Mar Negro, o cereal do país invadido busca alternativas de escoamento. O principal deles tem sido via Europa. O efeito disso é que o trigo ucraniano chega aos compradores europeus por um preço muito baixo”, explicou. A indicação FOB do produto da Ucrânia é de US$ 197,50/tonelada (o mais barato do mundo).

   “Para fechar, é interessante destacar uma leve alta do preço do trigo argentino, de US$ 210 para US$ 215/tonelada. Esse é um comportamento a ser monitorado de perto, pois, influenciará diretamente os preços brasileiros. O câmbio mais firme também corroborou para uma elevação das paridades com o país vizinho”, conforme Bento, aos preços atuais, para competir com trigo argentino no CIF de Curitiba, produtores paranaenses poderiam vender por volta de R$ 1.250 a tonelada no FOB. Gaúchos, a R$ 1.234/tonelada no interior.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Mercado brasileiro inicia março com lentidão e pontas afastadas

   Porto Alegre, 8 de março de 2024 – O mercado brasileiro de trigo chegou ao mês de março com lentidão no ritmo dos negócios. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, esse comportamento deve-se ao afastamento entre os interesses de compra e de venda.

   Os produtores, cientes de que haverá um déficit significativo entre a produção nacional e a necessidade de moagem  mesmo nas regiões de produção  adotam uma posição defensiva e demonstram pouca flexibilidade em suas pedidas. Os moinhos, de modo geral bem abastecidos, olham para o tombo das cotações internacionais e indicam um interesse de compra que fica distante da pedida do vendedor. Quando surgem negócios de oportunidade, por parte de produtores que precisam fazer caixa e/ou abrir espaço nos armazéns para receber a safra de verão, negócios pontuais são reportados.

   Bento explica que o argumento do produtor leva em consideração que, de um potencial de produção próximo a 11,5 milhões de toneladas, o país colheu apenas 8,6 milhões de toneladas. Com isso, mantendo o ritmo de moagem da temporada passada (12,6 milhões de toneladas), o déficit seria de 4 milhões de toneladas. Considerando que, desse montante, 3 milhões de toneladas não terão qualidade suficiente para a produção de farinha (feed wheat), o déficit nacional salta para 7 milhões de toneladas. Quando se estreita essa análise para os estados do sul do Brasil, mantendo os números de moagem da temporada passada (Abitrigo), os déficits estimados seriam: entre 1,0 e 1,3 milhão de toneladas no Rio Grande do Sul, entre 500 e 550 mil toneladas no Paraná e de 300 a 400 mil toneladas em Santa Catarina.

   “Nos mercados gaúcho e catarinense, muitos moinhos estão aumentando a utilização de grãos mais fracos. Isso pode levar a necessidade de uma maior compra de grãos de boa qualidade no exterior para atingir a qualidade de farinha. De olho nessa grande necessidade de aquisições internacionais, quem possui grãos de boa qualidade não demonstra interesse em reduzir suas pedidas”, disse.

   Na outra ponta do mercado, os moinhos contam com a queda dos preços internacionais para sustentar sua posição de inflexibilidade em relação a preços. Depois de uma temporada (22/23) em que exportou apenas 3,1 milhões de toneladas e ficou praticamente fora da concorrência com os grandes fornecedores globais, no atual ciclo comercial a Argentina tem um saldo exportável próximo a 10 milhões de toneladas. Sem cotas pré-estabelecidas para vendas internacionais, os preços no vizinho brasileiro estão bastante agressivos. Atualmente, em linha com as cotações do cereal russo, é um dos mais baratos do mundo. A queda em relação ao mês passado é próxima a 10%.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA TRIGO: Preços caem de 5% a 6% nas principais praças de comercialização do Brasil em fevereiro

   Porto Alegre, 1 de março de 2024 – Os preços do trigo caíram de 5% a 6% no Rio Grande do Sul e no Paraná em fevereiro. Os dois estados são as principais referências na produção e comercialização do cereal no Brasil

   Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, após um começo de ano com preços elevados, desde outubro – quando foi confirmada a quebra de safra no Brasil -, o mercado brasileiro travou bastante em fevereiro. O ritmo de comercialização diminuiu e os preços, que vinham colados na paridade de importação, caíram.

   A formação de preços foi determinada por produtores precisando vender, para abrir espaços em seus armazéns para as culturas de verão, e moinhos bem abastecidos, esperando por negócios de oportunidade. Foi essa necessidade de venda que fez com que as cotações descolassem da paridade de importação e perdessem força. “Isso aconteceu, especialmente, durante a primeira quinzena. Na segunda, houve um maior equilíbrio de forças”, disse o analista.

   Os preço na Argentina também caíram no mês, cerca de 9,5%. Isso contribui para a queda da paridade de importação. “A expectativa de recuperação das cotações brasileiras foi obstada pois o trigo argentino ficou mais barato. Mesmo quando o Brasil não compra, apenas a sinalização da possibilidade de aquisição a menor preço no país vizinho já impede qualquer valorização”, explicou.

   Conforme Bento, a tendência é de que essa situação permaneça em março. “O mercado deve ficar muito ‘de lado’, com moinhos ainda aproveitando oportunidades. O foco segue sobre as safras de verão, com a logística ocupada no escoamento, e os produtores focados na colheita. Assim o trigo deve seguir em segundo plano”, projetou.

SEMANA TRIGO: Preço competitivo da Argentina reduz espaço para altas no Brasil

   Porto Alegre, 23 de fevereiro de 2024 – O mercado brasileiro de trigo segue sem grandes alterações na dinâmica de comercialização. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, os preços competitivos do cereal argentino e o câmbio comportado não deixam espaço para altas significativas das cotações no âmbito doméstico.

   A paridade de importação segue sendo a balizadora pare os valores de negociação do produto brasileiro. Nesta quinta-feira, para competir com trigo argentino (CIF Curitiba), o produtor paranaense teria que vender por cerca de R$ 1.240/tonelada no interior do estado. O gaúcho, CIF grande Porto Alegre, precisaria negociar por volta de R$ 1.230/tonelada.

   “Essas contas consideram que os grãos comercializados não têm diferenças de qualidade. Porém, é normal que o cereal brasileiro seja negociado com um deságio em relação ao importado. Nesse ano, em que as condições climáticas castigaram as lavouras brasileiras, esse deságio pode ser ainda maior”, disse.

ANEC

   Dados divulgados nesta semana pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) projetaram que o Brasil deve embarcar 715,863 mil toneladas de trigo em fevereiro. No mesmo mês do ano passado, o país exportou 522,988 mil toneladas do cereal.

   No acumulado de 2024, as exportações somam 1,401 milhão de toneladas, contra 2,497 milhões em igual período do ano passado.

   Na semana entre 11 e 17 de fevereiro, o Brasil embarcou 154,4 mil toneladas. Para esta semana, estão previstas 245,611 mil toneladas.

Argentina

   A safra de trigo da Argentina é estimada em 15,9 milhões de toneladas. Segundo relatório mensal do Ministério da Economia do país, em janeiro o número ficava em 15,5 milhões. A área também foi reajustada, de 5,8 para 5,9 milhões de toneladas. As correções devem-se ao processamento de dados de campo recolhidos recentemente. A colheita foi finalizada no final de janeiro.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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