SEMANA SOJA: Brasil deve exportar 96 milhões de toneladas em 2023; Chicago tem semana negativa

   Porto Alegre, 19 de abril de 2024 – Apesar de em menor volume do que no ano anterior, o Brasil deverá embarcar uma grande quantidade de soja em 2024. Safras atualizou seu quadro de oferta e demanda e revisou para cima sua projeção para as exportações brasileiras.

   As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 96 milhões de toneladas em 2024, contra 101,86 milhões em 2023, com uma queda de 6%. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por Safras & Mercado. No relatório anterior, divulgado em março, a projeção era de 94 milhões de toneladas.

   Safras indica esmagamento de 54,3 milhões de toneladas em 2024 e de 53,165 milhões de toneladas em 2023. Não houve alteração na previsão na comparação com março. Safras aponta importação de 650 mil toneladas em 2024, contra 181 mil toneladas em 2023.

   Em relação à temporada 2024, a oferta total de soja deverá recuar 4%, passando para 156,54 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por Safras em 153,3 milhões de toneladas, recuando 4% sobre o ano anterior. Desta forma, os estoques finais deverão cair 30%, passando de 4,641 milhões para 3,237 milhões de toneladas.

  Safras trabalha com uma produção de farelo de soja de 41,75 milhões de toneladas em 2024, repetindo o ano anterior. As exportações deverão cair 7% para 21 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 18,6 milhões, recuando 6%. Os estoques deverão subir 147% para 3,62 milhões de toneladas.

   A produção de óleo de soja deverá crescer 1% para 10,96 milhões de toneladas. O Brasil deverá exportar 1,3 milhão de toneladas, com queda de 44%. O consumo interno deve subir 12% para 9,65 milhões de toneladas. O uso para biodiesel deve aumentar 17% para 5,6 milhões de toneladas. A previsão é de estoques subndo 12% para 575 mil toneladas.

Mercado

   No Brasil, a semana foi marcada por poucos negócios e dificuldade em definir preços. Enquanto o dólar subiu forte na semana, atingindo os maiores patamares em mais de um ano. Em contrapartida, os contratos futuros em Chicago teve a maior qued queda semanal desde agosto de 2023. Até o momento, a posição maio/24 acumula 3,3% de perdas em relação a semana anterior.

   O avanço do plantio nos Estados Unidos, a boa oferta de soja da América do Sul e a fraca demanda pela soja americana compuseram ao longo da semana um quadro negativo aos preços na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT).

   Além disso, pesa sobre os contratos das commodities agrícola o clima de aversão ao risco no mercado financeiro global. As dúvidas sobre quando vai iniciar os cortes dos juros americanos faz o capital procurar por investimentos mais seguros, como câmbio e títulos do Tesouro americano, movimento que pesou sobre a soja.

Dylan Della Pasqua / Safras News

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SOJA: Compras de barganha e dólar mais fraco garantem ganhos moderados em Chicago

Porto Alegre, 17 de abril de 2024 – A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o complexo soja opera com preços mais altos para grão e farelo, e cotações mistas para óleo no meio-pregão de hoje. Em sessão volátil, desde o intervalo o mercado esboça uma reação, buscando suporte em compras de barganha, após as recentes perdas. O dólar mais fraco hoje ajuda na correção. De qualquer forma, os ganhos são limitados pelo plantio nos Estados Unidos e pela colheita no Brasil.

Os contratos com vencimento em maio de 2024 tinham preço de US$ 11,49 1/2 por bushel, ganho de 4,50 centavos de dólar por bushel ou 0,39%. A posição julho de 2024 era cotada a US$ 11,64 1/4 por bushel, avanço de 4,25 centavos de dólar por bushel ou 0,36%.

No farelo, julho de 2024 tinha preço de US$ 339,70 por tonelada, valorização de US$ 2,90 por tonelada ou 0,86%. Já a posição julho de 2024 do óleo era cotada a 45,49 centavos de dólar por libra-peso, elevação de 0,01 centavo de dólar por libra-peso ou 0,02%.

SEMANA SOJA: USDA indica estoques dos EUA acima do esperado e mercado avalia divergência entre projeções de safra do Brasil

Porto Alegre, 12 de abril de 2024 – A semana doi marcada pela divulgação de importantes relatórios e estimativas para a soja. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) surpreendeu ao indicar estoques dos EUA acima do esperado e, também, por manter a sua estimativa para a safra brasileira.

   Com a colheita se encaminhando para o final, as estimativas para a safra do Brasil ainda divergem. O USDA trabalha com 155 milhões de toneladas. Já a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), reduziu na semana a sua previsão para 16,5 milhões de toneladas.

   No meio do caminho está a projeção de Safras, atualizada na sexta, e marcando produção superior a 151 milhões de toneladas.

Produção

   A produção brasileira de soja em 2023/24 deverá totalizar 151,246 milhões de toneladas, com retração de 4,2% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 157,83 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada por Safras & Mercado.

   Em 15 de março, data da estimativa anterior, a projeção era de 148,601 milhões de toneladas. A elevação sobre a previsão anterior é de 1,78%.

   Safras indica aumento de 2,1% na área, estimada em 45,62 milhões de hectares. Em 2022/23, o plantio ocupou 44,68 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.550 quilos por hectare para 3.332 quilos.

   “O avanço dos trabalhos de colheita em todo o país revela a realidade da safra brasileira, trazendo a necessidade de novos ajustes nas produtividades médias esperadas para alguns estados do país”, afirmou o analista e consultor de Safras, Luiz Fernando Gutierrez Roque.

   No Sul, o destaque fica com ajuste positivo no estado do Rio Grande do Sul, com grande parte das lavouras demonstrando um ótimo potencial. “É possível vermos a maior safra da história do estado, que nessa temporada terá a segunda maior produção estadual do país”, destaca o analista.

   No Centro-Oeste, destaque para o aumento da produtividade média esperada para o estado do Mato Grosso, onde as lavouras semeadas e colhidas mais tardiamente trouxeram resultados muito melhores que as semeadas precocemente, beneficiadas pela melhora climática registrada a partir de janeiro. Já no Mato Grosso do Sul, foi feito um ajuste negativo na produtividade média, com parte das lavouras trazendo resultados menores do que o esperado inicialmente.

   No Sudeste, destaque para a redução do potencial produtivo do estado de São Paulo, com parte das lavouras também trazendo resultados inferiores ao esperado. “No Nordeste, o avanço dos trabalhos de colheita na Bahia revela que o potencial produtivo do estado é melhor do que esperávamos, havendo surpresa positiva nas produtividades”, acrescenta Roque.

USDA

       O relatório de abril do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,165 bilhões de bushels em 2023/24, o equivalente a 113,35 milhões de toneladas. A produtividade foi indicada em 50,6 bushels por acre. Os números foram mantidos na comparação com março.

   Os estoques finais estão projetados em 340 milhões de bushels ou 9,25 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 319 milhões de bushels ou 8,68 milhões de toneladas. Em março, a estimativa era de 315 bilhões de bushels ou 8,57 milhões de toneladas.

   O USDA projetou safra mundial de soja em 2023/24 de 396,73 milhões de toneladas. Em março, a previsão era de 396,85 milhões. Os estoques finais foram reduzidos de 114,3 milhões para 114,2 milhões de toneladas. O mercado esperava um número de 112,6 milhões de toneladas.

   A projeção do USDA aposta em safra americana ficou em 113,3 milhões de toneladas, mesmo número do relatório anterior. A safra brasileira foi projetada em 155 milhões de toneladas, sem alterações. Para a Argentina, a previsão é de produção de 50 milhões de toneladas, também sem revisão. O mercado esperava número de 151,7 milhões para o Brasil e de 50,2 milhões para a Argentina.

Conab

   A produção brasileira de soja deverá totalizar 146,52 milhões de toneladas na temporada 2023/24, com recuo de 5,2% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 154,6 milhões de toneladas. A projeção faz parte do 7º levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No relatório anterior, a previsão era de safra de 146,86 milhões de toneladas. Houve um corte de 0,2% entre um mês e outro.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Safras News

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SEMANA SOJA: Intenção indica maior área nos EUA, adicionando pressão sobre preços

   Porto Alegre, 5 de abril de 2024 – O cenário fundamental baixista para os preços da soja em termos globais ganhou mais um fator de pressão sobre os preços. No dia 28, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sinalizou que a área com soja em 2024 deverá aumentar. Onúmero superou a expectativa do mercado e determinou perdas em Chicago e no Brasil.

   A área plantada com soja nos Estados Unidos em 2024 deverá totalizar 86,5 milhões de acres, conforme o relatório de intenção de plantio do USDA. A previsão indica uma elevação de 3% sobre o ano anterior.

   O número ficou acima da expectativa do mercado, que era de 86,3 milhões de acres. No Fórum Anual do USDA, realizado em fevereiro, a previsão era de uma área de 87,5 milhões de acres. No ano passado, os produtores americanos plantaram 83,6 milhões de acres com a oleaginosa. Segundo o USDA, 24 dos 29 estados produtores deverão elevar ou manter o plantio.

   Os estoques trimestrais de soja em grão dos Estados Unidos, na posição 1o de março, totalizaram 1,85 bilhão de bushels de bushels. O volume estocado subiu 9% na comparação com igual período de 2023.

   O número ficou acima da expectativa do mercado, de 1,83 bilhão de bushels. Do total, 933 milhões de bushels estão armazenados com os produtores, com alta de 24% sobre o ano anterior. Os estoques fora das fazendas somam 912 milhões de bushels, com baixa de 3%.

Comercialização

   A comercialização da safra 2023/24 de soja do Brasil envolve 41,4% da produção projetada, conforme relatório de SAFRAS & Mercado, com dados recolhidos até 5 de abril. No relatório anterior, com dados de 6 de março, o número era de 36,6%.

   Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 44,3% e a média de cinco anos para o período é de 58,1%. Levando-se em conta uma safra estimada em 148,6 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 61,571 milhões de toneladas.

Safra 2024/25

   Levando-se em conta uma safra mínima hipotética de 148,6 milhões de toneladas, SAFRAS projeta uma comercialização antecipada de 3,1%. Em igual período do ano passado, a comercialização antecipada era de 4,2% e a média para o período é de 12,4%.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Safras News

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MERCADO SOJA: Brasil tem dia volátil e melhor ritmo de negócios da semana

   Porto Alegre, 28 de março de 2024 – O mercado brasileiro de soja teve um dia volátil, devido ao movimento de Chicago. Os preços melhoraram após os relatórios trimestrais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O dólar acima dos R$ 5,00 também favoreceu preços mais altos.

   Houve negócios quando os produtores aproveitaram a valorização das cotações. O lado comprador, por sua vez, não foi muito agressivo. Na comparação com o resto da semana, o ritmo de hoje foi melhor.

   Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 118,50 para R$ 121,00. Na região das Missões, a cotação aumentou de R$ 117,50 para R$ 120,00 a saca. No Porto de Rio Grande, o preço foi de R$ 124,00 para R$ 127,00 a saca.

   Em Cascavel, no Paraná, a saca valorizou de R$ 115,00 para R$ 116,00. No porto de Paranaguá (PR), o preço cresceu de R$ 124,00 para R$ 125,00.

   Em Rondonópolis (MT), a saca foi de R$ 111,00 para R$ 113,00. Em Dourados (MS), o preço passou de R$ 112,00 para R$ 113,00 a saca. Já em Rio Verde (GO), a saca valorizou de R$ 109,00 para R$ 111,00.

Chicago

   Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a quinta-feira com preços mistos, perto da estabilidade. As primeiras posições recuaram e as demais subiram. O mercado absorveu os dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), se posicionando frente ao final de semana prolongado.

   Na semana, maio teve leve desvalorização. No mês, subiu 4,45%, diminuindo a perda trimestral para 3,34%.

   A área plantada com soja nos Estados Unidos em 2024 deverá totalizar 86,5 milhões de acres, conforme o relatório de intenção de plantio do USDA. A previsão indica uma elevação de 3% sobre o ano anterior.

   O número ficou acima da expectativa do mercado, que era de 86,3 milhões de acres. No Fórum Anual do USDA, realizado em fevereiro, a previsão era de uma área de 87,5 milhões de acres.

   No ano passado, os produtores americanos plantaram 83,6 milhões de acres com a oleaginosa. Segundo o USDA, 24 dos 29 estados produtores deverão elevar ou manter o plantio.

   Os estoques trimestrais de soja em grão dos Estados Unidos, na posição 1o de março, totalizaram 1,85 bilhão de bushels de bushels. O volume estocado subiu 9% na comparação com igual período de 2023.

   O número ficou acima da expectativa do mercado, de 1,83 bilhão de bushels. Do total, 933 milhões de bushels estão armazenados com os produtores, com alta de 24% sobre o ano anterior. Os estoques fora das fazendas somam 912 milhões de bushels, com baixa de 3%.

   Os contratos da soja em grão com entrega em maio fecharam com baixa de 1,00 centavo de dólar, ou 0,08%, a US$ 11,91 1/2 por bushel. A posição julho teve cotação de US$ 12,05 1/4 por bushel, com perda de 1,25 centavo ou 0,10%.

   Nos subprodutos, a posição maio do farelo fechou com baixa de US$ 1,30 ou 0,38% a US$ 337,70 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em maio fecharam a 47,95 centavos de dólar, com alta de 0,28 centavo ou 0,58%.

Câmbio

   O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,68%, sendo negociado a R$ 5,0140 para venda e a R$ 5,0120 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,9796 e a máxima de R$ 5,0180. Na semana, a moeda teve valorização de 0,32%, enquanto no mês e trimestre a valorização foi de 0,81% e 3,34%, respectivamente.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SOJA: Em compasso de espera do USDA, Chicago mantém queda no meio-pregão

   Porto Alegre, 27 de março de 2024 – A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o complexo soja opera com preços mais baixos para o grão, e óleo e mais altos para o farelo no meio-pregão de hoje. O mercado se recuperou um pouco, mas segue influenciado negativamente pela expectativa de que possa haver um aumento na área a ser cultivada com soja nos Estados Unidos na temporada 2024 em comparação ao ano anteriror. Relatórios de intenção de plantio e de estoques trimestrais serão divulgados amanhã pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

   As cotações também são influenciadas pelo fraco desempenho do petróleo em Nova York e pela aceleração do dólar frente a outras moedas correntes.

   A previsão do USDA, contudo, deverá indicar área menor que a estimativa divulgada em fevereiro, durante o Fórum Anual do Departamento.

   Pesquisa realizada pela agência Dow Jones indica que o mercado está apostando em número de 86,3 milhões de acres. No ano passado, os americanos semearam 83,6 milhões de acres. A média das projeções oscila entre 84,3 milhões e 88 milhões de acres.

   Se a expectativa do mercado for confirmada, o USDA vai indicar um número inferior aos 87,5 milhões de acres indicados durante o Fórum. A área de soja deverá ficar abaixo da de milho, projetada em 92,03 milhões de acres, contra 94,64 milhões do ano anterior.

   Também na quinta será divulgado o relatório com a posição dos estoques americanos em 1º de março. O mercado espera estoques em 1,832 bilhão de bushels. Em igual período do ano passado, o número era de 1,687 bilhão. Em dezembro, os estoques estavam em 3 bilhões de bushels.

   Os contratos com vencimento em maio tinham preço de US$ 11,97 3/4 por bushel, baixa de 1,25 centavo de dólar ou 0,10%. A posição julho era cotada a US$ 12,11 1/4 por bushel, perda de 1,25 centavo de dólar por bushel ou 0,10%.

   No farelo, maio de 2024 tinha preço de US$ 341,4 por tonelada, alta de US$ 1,60 por tonelada ou 0,47%. Já a posição maio de 2024 do óleo era cotada a 47,72 centavos de dólar por libra-peso, decréscimo de 0,70 centavo de dólar por libra-peso ou 1,44%.

SOJA: Argentina está “de volta ao jogo” com exportações e processamento em níveis normais – Safras Agri Week

Porto Alegre, 27 de março de 2024 – A Argentina está “de volta ao jogo” das exportações de soja. Nesta quarta-feira, o analista de Safras & Mercado, Bruno Todone, palestrou durante a 7a edição da Safras Agri Week e apresentou um panorama da oleaginosa, que volta à normalidade após uma temporada 2022/23 impactada muito negativamente por altas temperaturas e falta de chuvas.

   A projeção de Safras & Mercado é de que o país colha 49,659 milhões de toneladas em 2023/24, contra 21,101 milhões no ano anterior. Em 22/23, a Argentina importou muito mais do que o normal: 10,277 milhões de toneladas. Neste ano, os volumes devem ficar em 3,8 milhões de toneladas, mais perto da média dos últimos anos. Da mesma forma, as exportações e o processamento também voltam a níveis considerados normais.

Comercialização

   Apesar de avanço importante no último mês, a comercialização da soja está atrasada na Argentina. Nas últimas cinco semanas, houve um salto que denota o aumento da movimentação por parte dos produtores. Ainda assim, apenas 21% da safra foi comercializada até o momento. A média para o período fica em torno de 30%, conforme Todone.

   O especialista alerta para o grande risco da comercialização a preço aberto. “Há possibilidade de novas quedas nos preços”, especulou.

   Até o momento, apenas 4% da safra projetada já foi comercializada com preço fechado; 17%, com preço aberto; e 79% ainda não foi comercializada. “O produtor precisa cuidar para garantir a melhor margem possível”, sugeriu.

Lavouras excepcionais

   Com o clima mais favorável nesta temporada, impactada pelo El Niño, as condições das lavouras são excepcionais, conforme o analista. Ele lembra que o país vem de três anos consecutivos de La Niña, que afetaram muito a oleaginosa. Em anos de La Niña, os rendimentos são mais baixos. A previsão é de que o La Niña retorne a partir de julho-setembro, o que pode trazer anomalias negativas à região núcleo da Argentina.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA SOJA: Estoques finais no Brasil são revisados para baixo por menor safra

   Porto Alegre, 22 de março de 2024 – O corte recente na estimativa de Safras & Mercado para a produção brasileira de soja trouxe poucas alterações no quadro de oferta e demanda. Mas os estoques finais foram cortados e deverão ficar 40% abaixo do número da temporada anterior.

   As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 94 milhões de toneladas em 2024, contra 101,86 milhões em 2023. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por Safras & Mercado. No relatório anterior, divulgado em fevereiro, a projeção era também de 94 milhões.

   Safras indica esmagamento de 54,3 milhões de toneladas em 2024 e de 53,74 milhões de toneladas em 2023, com uma elevação de 1% entre uma temporada e outra. Não houve alteração na previsão na comparação com fevereiro. Safras indica importação de 650 mil toneladas em 2024, contra 181 mil toneladas em 2023.     Em relação à temporada 2024, a oferta total de soja deverá recuar 6%, passando para 154,317 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por Safras em 151,3 milhões de toneladas, recuando 5% sobre o ano anterior. Desta forma, os estoques finais deverão cair 40%, passando de 5,066 milhões para 3,017 milhões de toneladas.

   Safras trabalha com uma produção de farelo de soja de 41,68 milhões de toneladas em 2024, subindo 1%. As exportações deverão cair 7% para 21 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 18,5 milhões, aumentando 3%. Os estoques deverão subir 81% para 4,88 milhões de toneladas.

   A produção de óleo de soja deverá ficar praticamente estável em 10,96 milhões de toneladas. O Brasil deverá exportar 1,5 milhão de toneladas, com queda de 36%. O consumo interno deve subir 10% para 9,5 milhões de toneladas. O uso para biodiesel deve aumentar 18% para 5,2 milhões de toneladas. A previsão é de estoques recuando 4% para 535 mil toneladas.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA SOJA: Conab e Safras reduzem estimativas para produção em 2023/24

Porto Alegre, 15 de março de 2024 – Com o avanço da colheita, consultorias e entidades vão refazendo os cálculos sobre o tamanho da safra brasileira de soja em 2023/24. Devido ao clima irregular, Safras e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) cortaram, nesta semana, as suas projeções.

   A safra brasileira deverá ficar longe das estimativas iniciais, que previam uma colheita acima de 160 milhões de toneladas.

   A produção brasileira de soja em 2023/24 deverá totalizar 148,601 milhões de toneladas, com retração de 5,8% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 157,83 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada por Safras & Mercado.

   Em 9 de fevereiro, data da estimativa anterior, a projeção era de 149,076 milhões de toneladas. A redução sobre a previsão anterior é de 0,32%.

   Safras indica aumento de 1,6% na área, estimada em 45,41 milhões de hectares. Em 2022/23, o plantio ocupou 44,68 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.550 quilos por hectare para 3.289 quilos.

   Foram feitos ajustes finos em produtividades médias esperadas para alguns estados, mas sem grandes alterações. “O avanço da colheita, que já supera metade da área, começa a revelar a realidade das lavouras nos principais estados do país. E, de uma forma geral, nota-se que as lavouras semeadas mais tardiamente foram beneficiadas por uma maior umidade que atingiu principalmente o Centro-Norte do país a partir de janeiro”, informa o analista de Safras, Luiz Fernando Gutierrez Roque. Segundo ele, esse comportamento levou a uma condição melhor para o desenvolvimento das plantas em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e estados das regiões Norte e Nordeste.

   “Diante disso, o estado do Mato Grosso sofreu um ajuste positivo em sua produtividade média esperada, mesmo que de forma pontual. No lado negativo, destaca-se a redução do potencial produtivo no estado do Paraná devido ao clima irregular. Nos estados das regiões Norte e Nordeste, destaca-se a manutenção do potencial produtivo diante da melhora climática, e abre-se a possibilidade de surpresas positivas nas próximas atualizações”, conclui o analista.

   A produção brasileira de soja deverá totalizar 146,86 milhões de toneladas na temporada 2023/24, com recuo de 5% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 154,6 milhões de toneladas. A projeção faz parte do 6º levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No relatório anterior, a previsão era de safra de 149,4 milhões de toneladas. Houve um corte de 1,7% entre um mês e outro.

Conab

   A Conab trabalha com uma área de 45,177 milhões de hectares, com elevação de 2,5% sobre o ano anterior, quando foram cultivados 44,080 milhões de hectares. A produtividade está estimada em 3.325 quilos por hectare. Em 2022/23, o rendimento ficou em 3.507 quilos por hectare, o que representa uma retração de 7,3%.

   Desde o início da presente safra até meados de dezembro, as condições climáticas foram variáveis e desfavoráveis nas principais regiões produtoras. Essas instabilidades climáticas provocaram perdas significativas na produtividade das culturas, sobretudo na da soja, principal produto cultivado no período.

   De acordo com o documento, a queda verificada se deve às baixas precipitações e às temperaturas acima do normal nas principais regiões produtoras. No entanto, em locais em que o grão foi semeado mais tardiamente as precipitações têm favorecido o desenvolvimento das lavouras.

Argentina

  Na Argentina, a sinalização é oposta e as revisões estão sendo feitas para cima. As regiões Centro e Norte da Argentina receberam chuvas na última semana, melhorando os níveis de umidade da soja. Segundo a Bolsa de Buenos Aires, aproximadamente metade das lavouras estão em período crítico do desenvolvimento. A safra do país é projetada em 52,5 milhões de toneladas.

   As lavouras se dividem entre boas (30%), médias (54%) e ruins (16%). Na semana passada, eram 29%, 54% e 17%, respectivamente. Em igual período do ano passado, 2%, 23% e 75%. O déficit hídrico atinge 23% da área, contra 28% na semana passada e 70% um ano atrás. A Bolsa de Rosário ajustou ligeiramente sua estimativa de produção de soja para a safra 2023/24 da Argentina, passando de 49,5 milhões de toneladas, em fevereiro, para 50 milhões de toneladas, após as chuvas das últimas semanas.

   As chuvas iniciadas em fevereiro melhoraram as condições de enchimento da soja de primeira safra. Para a segunda safra, embora tenham tido um grande impacto, é uma recuperação que em os termos produtivos é limitada, pois as lavouras foram muito afetados.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA SOJA: Preços melhoram no Brasil e negociações ganham ritmo

   Porto Alegre, 8 de março de 2024 – A semana foi marcada por melhora nos preços domésticos da soja, acompanhando as valorizações combinadas de prêmios, contratos futuros em Chicago e do dólar. Com o repique das cotações internas, os produtores voltaram ao mercado e encontraram um comprador disposto a gastar. Como consequência a movimentação melhorou.

   Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 114,00 para R$ 117,00 na semana. Em Cascavel (PR), o preço passou R$ 108,00 para R$ 113,50. Em Rondonópolis (MT), a cotação passoude R$ 108,00 para R$ 107,00.

   No Porto de Paranaguá, a cotação subiu de R$ 116,00 para R$ 121,50. Os prêmios também melhoraram nos principais portos do país, mesmo com a entrada da safra sul-americana.

   Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em maio, os mais negociados, tiveram valorização de 1,08%, cotados na manhã da sexta, 8, a US$ 11,63 75 por bushel. Apesar do cenário fundamental negativo, o mercado passou por um período de correção técnica, com fundos e especuladores cobrindo posições vendidas e tentando se posicionar frente ao relatório de março do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

   O câmbio também foi positivo aos preços domésticos, acumulando no período uma valorização de 0,5% no dólar comercial frente ao real. A moeda norte-americana era cotada a R$ 4,979 na manhã da sexta.

Argentina

   A produção de soja da Argentina deve duplicar na comparação com a safra passada. A estimativa é do analista de Safras & Mercado, Bruno Todone. Durante apresentação na Expoagro, ele projetou a colheita argentina da oleaginosa em 49,6 milhões de toneladas.

   “Os fundos especulativos estão muito vendidos e podem mudar a tendência. Além disso, a capacidade de pagamento melhorou”, disse. Por outro lado, as chuvas de fevereiro melhoraram a disponibilidade hídrica. No longo prazo, se acredita na possibilidade de La Niña para o terceiro trimestre a partir de anomalias que se observam na safra dos Estados Unidos.

   Por fim, conforme Todone, deve-se prestar atenção no aumento do processamento, que seria ruim para a Argentina, devido à maior oferta de farelo.

China

   As importações de soja em grão pela China nos meses de janeiro e fevereiro somaram 13,04 milhões de toneladas, um recuo de 8,8% frente ao mesmo período do ano passado. Este foi o menor patamar para o período em cinco anos, reflexo das fracas margens de esmagamento e menor chegada de navios em função do feriado de Ano Novo Lunar.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA SOJA: Ampla oferta global pesa sobre Chicago, mas necessidade segura cotações domésticas

   Porto Alegre, 1 de março de 2024 – Apesar da pressão externa, os preços da soja no Brasil não caíram na mesma proporção que os contratos futuros em Chicago no mês de fevereiro. Diante da necessidade dos compradores, o produtor segurou a oferta e conseguiu negociar melhor nos períodos de pico. Aparentemente, o vendedor já se conformou com os preços praticados e a comercialização ganhou ritmo.

   A saca de 60 quilos abriu o mês a R$ 120,00 em Passo Fundo (RS) e fechou a R$ 114,00. Em Cascavel (PR), o preços subiu de R$ 107,00 para R$ 108,00. Em Rondonópolis (MT), a cotação teve elevação, passando de R$ 103,50 para R$ 105,00 no período.

   No Porto de Paranaguá, a saca caiu de R$ 117,00 para R$ 116,00. Os prêmios de exportação seguem negativos, mas melhoraram diante da presença, ainda que pontual, da China na ponta compradora. Houve uma melhora na atividade nos portos para embarques entre abril e junho.

   Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em maio tiveram desvalorização acumulada de 7,5%, fechando fevereiro a US$ 11,40 3/4 por bushel. Mesmo com alguns movimentos de correção técnica ao longo de fevereiro, o balanço foi extremamente negativo, com os preços sentindo a pressão exercida pelo cenário fundamental.

   Os problemas climáticos reduziram a safra brasileira, mas não o suficiente para resultar em recuperação externa. A safra brasileira está estimada em 149 milhões de toneladas por Safras & Mercado, contra indicações iniciais que batiam em mais de 160 milhões de toneladas.

   Em contrapartida, após ser fortemente atingida pelo clima no ano passado, a produção argentina se recuperou na atual temporada. Sem em 2023, foram colhidas cerca de 20 milhões de toneladas, neste ano a expectativa é de que entre no mercado mais de 50 milhões de toneladas.

   Completando o cenário fundamental negativo, a demanda está cada vez mais escassa nos Estados Unidos. E as sinalizações para a temporada 2024 são de aumento de área, produção e estoques, mantendo a oferta global bem elevada.

SEMANA SOJA: Perdas em Chicago pressionam preços domésticos e prejudicam comercialização

Porto Alegre, 23 de fevereiro de 2024 – O mercado brasileiro de soja teve uma semana de movimentação pontual e de preços sob pressão. A forte queda dos contratos futuros em Chicago e a estabilidade do dólar frente ao real pesaram sobre as cotações, mantendo compradores e vendedores afastados.

   A saca de 60 quilos recuou de R$ 116,00 para R$ 115,00 em Passo Fundo (RS) entre o dia 16 e a manhã da sexta, 23. No mesmo período, a cotação passou de R$ 109,00 para R$ 108,00 em Cascavel (PR). Em Rondonópolis (MT), o preço subiu de R$ 101,00 para R$ 104,00.

   No Porto de Paranaguá, a saca baixou de R$ 118,00 para R$ 116,00. Os prêmios de exportação são pressionados pelo avanço da colheita, aumentando a oferta. Mas há a expectativa de retorno dos compradores chineses, limitando a queda.

   Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento me março, os mais negociados, atingiram os menores níveis em três anos. A posição acumulava desvalorização semanal de 2,26% até a manhã da sexta, cotada a US$ 11,45 3/4 por bushel.

   Os fundamentos seguem pressionando Chicago. A entrada da volumosa safra sul-americana e a melhora do clima nesta semana determinam as vendas por parte de fundos e especuladores. Completando o quadro, a demanda é fraca pela soja americana neste momento.

   Mesmo menor do que esperado inicialmente, a produção brasileira deverá ficar em torno de 150 milhões de toneladas. A Argentina, sem os problemas climáticos da temporada passada, deve colher ao menos 50 milhões de toneladas. Paraguai e Uruguai também apresentam boa oferta.

   Nos Estados Unidos, as sinalizações iniciais são de ampliação da área a ser plantada. Sem problemas meteorológicos, o viés é de aumento na produção e nos estoques americanos na temporada 2024/25.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA SOJA: Com safra menor, Brasil deve exportar menos em 2024

   Porto Alegre, 16 de fevereiro de 2024 – Reflexo da queda na safra de soja, em decorrência do clima desfavorável, principalmente no Mato Grosso, o Brasil deverá embarcar menos em 2024. Ainda assim, os sinais são de ampla oferta global da oleaginosa, que, combinados com sinais de fraca demanda nos Estados Unidos, mantiveram os preços internacionais da soja sob pressão.

   As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 94 milhões de toneladas em 2024, contra 101,86 milhões em 2023. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por Safras & Mercado. No relatório anterior, divulgado em janeiro, as projeções eram de 95 milhões de toneladas para cada uma das temporadas.

   Safras indica esmagamento de 54,3 milhões de toneladas em 2024 e de 53,5 milhões de toneladas em 2023, com uma elevação de 1% entre uma temporada e outra. Não houve alteração na previsão na comparação com janeiro. Safras indica importação de 110 mil toneladas em 2024, contra 181 mil toneladas em 2023.

   Em relação à temporada 2024, a oferta total de soja deverá recuar 6%, passando para 154,492 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por Safras em 151,3 milhões de toneladas, recuando 5% sobre o ano anterior. Desta forma, os estoques finais deverão cair 40%, passando de 5,306 milhões para 3,192 milhões de toneladas.

Mercado

   A ampla oferta mundial da oleaginosa e sinais de fraca demanda nos Estados determinaram a retração das cotações, que seguiram perto dos menores níveis desde dezembro de 2020 em Chicago.

   Do lado da oferta, as chuvas melhoraram as condições das lavouras no Brasil e na Argentina. Além disso, os primeiros números do USDA para a próxima temporada nos Estados Unidos ficaram acima do esperado. Já na demanda, exportações e esmagamento abaixo do esperado nos Estados Unidos adicionaram pressão sobre as cotações.

   As chuvas ocorridas sobre boa parte das lavouras de soja da Argentina na última semana melhoraram as condições hídricas e de cultivo. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a cultura está em período de definição de rendimentos, com algumas já tendo sofrido perdas no estande de planta, enquanto outras demonstrando melhora no desenvolvimento.

   A área a ser plantada com soja nos Estados Unidos em 2024 deverá ocupar 87,5 milhões de acres. A previsão foi feita durante a abertura do Fórum Anual do Departamento Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que se estende até amanhã, quando os quadros completos de oferta e demanda serão divulgados. No ano passado, a área totalizou 83,6 milhões de acres. Para a produção, o mercado projeta safra passando de 4,165 bilhões de bushels para 4,505 bilhões. Os estoques de passagem deverão subir de 315 milhões para 435 milhões de bushels. Os números ficaram acima do esperado pelo mercado.

   A Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA) informou que o esmagamento de soja atingiu 185,780 milhões de bushels em janeiro, ante 195,328 milhões no mês anterior. A expectativa do mercado era de 189,928 milhões.Em janeiro de 2023, foram 179 milhões de bushels.

   As exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2023/24, com início em 1º de setembro, ficaram em 353.800 toneladas na semana encerrada em 8 de fevereiro. Para a temporada 2024/25, foram mais 24 mil toneladas. Analistas esperavam exportações entre 250 mil e 825 mil toneladas, somando-se as duas temporadas.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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MERCADO SOJA: Em dia de muita volatilidade, Brasil tem poucos negócios e preços mistos

Porto Alegre, 8 de fevereiro de 2024 – O mercado brasileiro de soja teve uma quinta-feira de muita volatilidade. Em Chicago, houve momentos de alta e de baixa, enquanto o dólar trabalhou um pouco mais estável, próximo a R$ 5,00. Foram observados poucos negócios no dia e os preços fecharam mistos.

   Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 115,00 para R$ 119,00. Na região das Missões, a cotação cresceu de R$ 114,50 para R$ 118,00 a saca. No Porto de Rio Grande, o preço avançou de R$ 120,00 para R$ 122,00 a saca.

   Em Cascavel, no Paraná, o preço aumentou de R$ 108,00 para R$ 110,00 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca valorizou de R$ 117,00 para R$ 119,00.

   Em Rondonópolis (MT), o preço estabilizou em R$ 102,00. Em Dourados (MS), o preço passou de R$ 102,00 para R$ 101,00 a saca. Já em Rio Verde (GO), a saca se manteve em R$ 101,00.

Chicago

   Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a quinta-feira com preços mais altos. Em dia volátil, após subir em boa parte do dia, refletindo a redução na previsão de safra da Conab e respondendo a fatores técnicos, o mercado voltou a cair na parte da tarde, ainda que moderadamente, após o relatório de fevereiro do USDA. Ao final do dia, no entanto, os preços reagiram.

   O Departamento indicou estoques dos Estados Unidos e safra do Brasil acima da expectativa do mercado. As chuvas na América do Sul e os fracos números de demanda nos Estados Unidos completaram o cenário negativo.

   O relatório indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,165 bilhões de bushels em 2023/24, o equivalente a 113,35 milhões de toneladas. A produtividade foi indicada em 50,6 bushels por acre. Os números foram mantidos na comparação com janeiro.

   Os estoques finais estão projetados em 315 milhões de bushels ou 8,57 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 282 milhões de bushels ou 7,67 milhões de toneladas. Em janeiro, a previsão era de 280 milhões ou 7,62 milhões de toneladas.

   O Departamento projetou safra mundial de soja em 2023/24 de 398,21 milhões de toneladas. Em janeiro, a previsão era de 398,98 milhões. Os estoques finais foram elevados de 114,6 milhões para 116 milhões de toneladas. O mercado esperava um número de 112,9 milhões de toneladas.

   A safra brasileira foi projetada em 156 milhões de toneladas, com corte de 1 milhão de toneladas sobre a estimativa anterior. Para a Argentina, a previsão é de produção de 50 milhões de toneladas, sem alteração. O mercado esperava número de 153 milhões para o Brasil e de 50,8 milhões para a Argentina.

   A produção brasileira de soja deverá totalizar 149,4 milhões de toneladas na temporada 2023/24, com recuo de 3,4% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 154,6 milhões de toneladas. A projeção faz parte do 5º levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No relatório anterior, a previsão era de safra de 155,3 milhões de toneladas. Houve um corte de 3,8% entre um mês e outro.

   Os contratos da soja em grão com entrega em março fecharam com alta de 4,50 centavos de dólar, ou 0,37%, a US$ 11,93 1/2 por bushel. A posição maio teve cotação de US$ 11,99 3/4 por bushel, com ganho de 2,25 centavos ou 0,18%.

   Nos subprodutos, a posição março do farelo fechou com baixa de US$ 4,10 ou 1,16% a US$ 347,10 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em março fecharam a 47,94 centavos de dólar, com alta de 1,18 centavo ou 2,52%.

Câmbio

   O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,53%, sendo negociado a R$ 4,9946 para venda e a R$ 4,9926 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,9721 e a máxima de R$ 5,0009.

SOJA: USDA indica estoques dos EUA em 23/24 acima das expectativas

São Paulo, 8 de fevereiro de 2024 – O relatório de fevereiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,165 bilhões de bushels em 2023/24, o equivalente a 113,35 milhões de toneladas. A produtividade foi indicada em 50,6 bushels por acre. Os números foram mantidos na comparação com janeiro.

   Os estoques finais estão projetados em 315 milhões de bushels ou 8,57 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 282 milhões de bushels ou 7,67 milhões de toneladas. Em janeiro, a previsão era de 280 milhões ou 7,62 milhões de toneladas.

   O USDA repetiu a estimativa para o esmagamento em 2,3 bilhões de bushels. A exportação teve sua estimativa reduzida de 1,755 bilhão para 1,72 bilhão de bushels.

SEMANA SOJA: Preços melhoram, mas ainda assim são considerados baixos; comercialização tem ritmo moderado

   Porto Alegre, 26 de janeiro de 2024 – Com as atenções voltadas aos trabalhos iniciais de colheita, o mercado brasileiro de soja teve uma semana de comercialização em ritmo moderado e preços pouco alterados, predominando uma leve melhora. Os agentes negociam pontualmente, aproveitando os repiques eventuais do dólar ou de Chicago. Os prêmios perderam força, com a maior oferta.

   A saca de 60 quilos subiu de R$ 122,00 para R$ 124,00 na semana, na região de Passo Fundo (RS). Em Cascavel (PR), a cotação subiu de R$ 110,00 para R$ 111,00. Em Rondonópolis (MT), o preço recuou de R$ 109,00 para R$ 104,00.

   No Porto de Paranaguá, o preços passou de R$ 121,00 para R$ 122,00. A semana foi marcada por uma queda consistente nos prêmios de exportação, ainda no campo negativo, diante da entrada da safra brasileira e da demanda fraca por parte dos compradores chineses.

   Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento de março, os mais negociados, subiam 0,72% no acumulado da semana até a manhã da sexta, atingindo a casa de US$ 12,22 por bushel. A valorização é consequência de um movimento de recuperação técnica, no início da semana.

   No mercado internacional, pesa o cenário fundamental. Ainda que a safra brasileira tenha tido revés por conta do clima, a perspectiva é de uma produção em torno de 150 milhões de toneladas. Na Argentina, a safra deverá superar 50 milhões de toneladas, acrescentando 30 milhões de toneladas à oferta da América do Sul, após a quebra no ano anterior. Paraguai e Uruguai também apresentam bom desenvolvimento.

   No câmbio, a moeda americana se manteve acima de R$ 4,90 e, em alguns momentos da semana, se aproximou dos R$ 5,00. Por ora, tem sido um fator de sustentação aos preços domésticos. O dólar recuou 0,1% na semana, atingindo R$ 4,9223. O início de ano tem sido marcado pela saída de dólares e pela incerteza sobre a política monetária americana. A maior aversão ao risco no mercado global favorece a moeda.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA SOJA: Preços melhoram, mas ainda assim são considerados baixos; comercialização tem ritmo moderado

   Porto Alegre, 26 de janeiro de 2024 – Com as atenções voltadas aos trabalhos iniciais de colheita, o mercado brasileiro de soja teve uma semana de comercialização em ritmo moderado e preços pouco alterados, predominando uma leve melhora. Os agentes negociam pontualmente, aproveitando os repiques eventuais do dólar ou de Chicago. Os prêmios perderam força, com a maior oferta.

   A saca de 60 quilos subiu de R$ 122,00 para R$ 124,00 na semana, na região de Passo Fundo (RS). Em Cascavel (PR), a cotação subiu de R$ 110,00 para R$ 111,00. Em Rondonópolis (MT), o preço recuou de R$ 109,00 para R$ 104,00.

   No Porto de Paranaguá, o preços passou de R$ 121,00 para R$ 122,00. A semana foi marcada por uma queda consistente nos prêmios de exportação, ainda no campo negativo, diante da entrada da safra brasileira e da demanda fraca por parte dos compradores chineses.

   Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento de março, os mais negociados, subiam 0,72% no acumulado da semana até a manhã da sexta, atingindo a casa de US$ 12,22 por bushel. A valorização é consequência de um movimento de recuperação técnica, no início da semana.

   No mercado internacional, pesa o cenário fundamental. Ainda que a safra brasileira tenha tido revés por conta do clima, a perspectiva é de uma produção em torno de 150 milhões de toneladas. Na Argentina, a safra deverá superar 50 milhões de toneladas, acrescentando 30 milhões de toneladas à oferta da América do Sul, após a quebra no ano anterior. Paraguai e Uruguai também apresentam bom desenvolvimento.

   No câmbio, a moeda americana se manteve acima de R$ 4,90 e, em alguns momentos da semana, se aproximou dos R$ 5,00. Por ora, tem sido um fator de sustentação aos preços domésticos. O dólar recuou 0,1% na semana, atingindo R$ 4,9223. O início de ano tem sido marcado pela saída de dólares e pela incerteza sobre a política monetária americana. A maior aversão ao risco no mercado global favorece a moeda.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA SOJA: Início da colheita no Brasil, USDA e tamanho da oferta centralizam atenções

   Porto Alegre, 19 de janeiro de 2024 – O mercado internacional de soja absorveu ao longo da semana os surpreendentemente baixistas dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na tarde de sexta, 12. O relatório indicou safra e estoques acima do esperado nos Estados Unidos e um corte abaixo do esperado na produção brasileira.

   O tamanho da safra brasileira, após os efeitos climáticos, ainda domina as atenções do mercado. Os números do USDA e da Conab – 155 milhões de toneladas – parecem acima da média das consultoria privadas. SAFRAS indica produção de 151,3 milhões de toneladas.

   Nessa semana, a Aprosoja apontou um número em torno de 135 milhões de toneladas e uma consultoria ligada a associação apontou safra em torno de 140 milhões de toneladas. Estes números, no entanto, parecem exagerados.

   Mas o corte na produção, liderado pela queda na safra do maior estado produtor, o Mato Grosso, não chegou a impactar os contratos futuros em Chicago. O motivo é que a safra vinda da América do

Sul ainda é volumosa. Além das 150 milhões de toneladas do Brasil – abaixo do esperado (acima de 160 milhões), mas ainda uma safra cheia – , se espera maiores safras do Paraguai, Uruguai e, principalmente, da Argentina.

   O país vizinho e terceiro maior produtor mundial é um caso a parte. No ano passado, a produção foi dizimada pelo clima seco. Se colheu em torno de 20 milhões de toneladas. Com o bom desenvolvimento das lavouras, há previsões de que até 30 milhões de toneladas poderão ser acrescidas do país vizinho.

USDA

    O relatório de janeiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,165 bilhões de bushels em 2023/24, o equivalente a 113,35 milhões de toneladas. A produtividade foi indicada em 50,6 bushels por acre. No relatório anterior, a previsão era de 4,129 bilhões ou 112,37 milhões de toneladas. O mercado apostava em 4,123 bilhões de bushels ou 112,2 milhões de toneladas.

   Os estoques finais estão projetados em 280 milhões de bushels ou 7,62 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 239 milhões de bushels ou 6,5 milhões de toneladas. Em dezembro, a previsão era de 242 milhões ou 6,58 milhões de toneladas.

   O USDA repetiu a estimativa para o esmagamento em 2,3 bilhões de bushels. A exportação teve sua estimativa mantida em 1,755 bilhão de bushels.

   O USDA projetou safra mundial de soja em 2023/24 de 398,98 milhões de toneladas. Em dezembro, a previsão era de 398,88 milhões. Os estoques finais foram elevados de 114,2 milhões para 114,6 milhões de toneladas. O mercado esperava um número de 112,2 milhões de toneladas.

   A projeção do USDA aposta em safra americana ficou em 113,3 milhões de toneladas. O número de dezembro era de 112,4 milhões de toneladas.

    A safra brasileira foi projetada em 157 milhões de toneladas, com corte de 4 milhões de toneladas sobre a estimativa anterior. Para a Argentina, a previsão é de produção de 50 milhões de toneladas, com alta de 2 milhões de toneladas. O mercado esperava número de 156,3 milhões para o Brasil e de 48,9 milhões para a Argentina. A China deverá importar 102 milhões de toneladas, repetindo a previsão de dezembro.

   Os estoques trimestrais de soja em grão dos Estados Unidos, na posição 1o de dezembro, totalizaram 3 bilhões de bushels. O volume estocado recuou 1% na comparação com igual período de 2022.

   O número ficou acima da expectativa do mercado, de 2,982 bilhões de bushels. Do total, 1,45 bilhão de bushels estão armazenados com os produtores, com baixa de 2% sobre o ano anterior. Os estoques fora das fazendas somam 1,55 bilhão de bushels, com leve alta.

Mato Grosso

   Em Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) a falta de chuva foi pautada pelo intenso El Niño nesta temporada, que resultou em dias quentes e longos períodos sem chuvas no decorrer do desenvolvimento da soja em vários municípios de Mato Grosso. A produção da safra 2023/24 ficou projetada em 39,01 milhões de toneladas no Mato Grosso, queda de 13,93% ante a safra passada.

   Houve quebra expressiva na produtividade das áreas que foram semeadas até o final de outubro/23, onde o regime de precipitação foi menor que o necessário para o desenvolvimento das lavouras, o que resultou no encurtamento do ciclo da soja e prejudicou o potencial produtivo das plantas.

Colheita

A colheita da safra de soja 2023/24 do Brasil está em 2,1% da área total esperada, até o dia 12 de janeiro. A estimativa parte de levantamento de SAFRAS & Mercado. Os trabalhos iniciaram mais adiantados se comparados com o mesmo período do ano passado – 1% – e também superam a média dos últimos cinco anos, de 1,7%.

    Segundo SAFRAS, a colheita no Paraná é de 4%, comparada com a média de 4,2%. No Mato Grosso, os trabalhos chegaram a 6%, superando a média de 4% para o período.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA SOJA: Com safra menor, Brasil deve exportar menos em 2024

   Porto Alegre, 12 de janeiro de 2024 – Com a queda na produção, em decorrência do clima desfavorável, principalmente no Mato Grosso, o Brasil deverá exportar menos soja em 2024.

   As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 95 milhões de toneladas em 2024, contra 101,86 milhões em 2023. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por SAFRAS & Mercado. No relatório anterior, divulgado em dezembro, as projeções eram de 100 milhões de toneladas para cada uma das temporadas.

   SAFRAS indica esmagamento de 54,3 milhões de toneladas em 2024 e de 53,5 milhões de toneladas em 2023, com uma elevação de 1% entre uma temporada e outra. Em dezembro, as projeções eram de 54 milhões e 53 milhões de toneladas, respectivamente.

SAFRAS indica importação de 110 mil toneladas em 2024, contra 181 mil toneladas em 2023.

   Em relação à temporada 2024, a oferta total de soja deverá recuar 4%, passando para 156,77 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por SAFRAS em 152,3 milhões de toneladas, recuando 4% sobre o ano anterior. Desta forma, os estoques finais deverão cair 16%, passando de 5,306 milhões para 4,472 milhões de toneladas.

   SAFRAS trabalha com uma produção de farelo de soja de 41,68 milhões de toneladas em 2024, subindo 1%. As exportações deverão cair 7% para 21 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 18,5 milhões, aumentando 3%. Os estoques deverão subir 87% para 4,67 milhões de toneladas.

   A produção de óleo de soja deverá aumentar 1% para 10,96 milhões de toneladas. O Brasil deverá exportar 1,5 milhão de toneladas, com queda de 36%. O consumo interno deve subir 10% para 9,5 milhões de toneladas. O uso para biodiesel deve aumentar 18% para 5,2 milhões de toneladas. A previsão é de estoques recuando 4% para 485 mil toneladas.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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SEMANA SOJA: Preços sobem no Brasil e em Chicago em novembro, reflexo da irregularidade climática

Porto Alegre, 1 de dezembro de 2023 – Os preços da soja subiram em novembro no mercado brasileiro, acompanhando os ganhos acumulados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). Mesmo dividindo as atenções com o plantio, os produtores aproveitaram os melhores momentos para negociar, garantindo uma melhora no ritmo da comercialização. A queda do dólar limitou a elevação nos referenciais.

   A saca de 60 quilos abriu o mês a R$ 142,00 em Passo Fundo (RS) e encerrou a R$ 152,00. No mesmo período, o preço passou de R$ 133,00 para R$ 137,00 em Cascavel (PR). Em Rondonópolis (MT), a cotação avançou de R$ 125,00 para R$ 131,00. No Porto de Paranaguá, a referência aumentou de R$ 143,00 para R$ 147,00.

   Os contratos futuros com vencimento em janeiro subiram 2,46% no mês em Chicago, fechado a quinta (30) a US$ 13,42 3/4 por bushel. O clima irregular na América do Sul, atrasando o plantio, deu sustentação ao mercado. Além disso, o mês foi marcado por uma boa demanda pelo produto dos Estados Unidos, principalmente por parte dos chineses.

   O câmbio, no entanto, não favoreceu a comercialização. O dólar comercial teve queda de 2,5% em novembro, encerrando na casa de R$ 4,915. O clima de menor aversão ao risco no mercado financeiro internacional deu força ao real.

   Para dezembro, as atenções deverão se intensificar no desenvolvimento das lavouras no Brasil e na Argentina. O clima é motivo de preocupação. Ainda assim, se projeta uma safra brasileira acima de 160 milhões de toneladas. Depois da quebra no ano passado, a Argentina deverá colher mais que o dobro. Ou seja, o quadro ainda aponta para uma grande oferta.

Safra

   A produção brasileira de soja em 2023/24 deverá totalizar 161,377 milhões de toneladas, com elevação de 2,2% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 157,83 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada por SAFRAS & Mercado. Se confirmada, será a maior safra da história.

   Em julho, quando foi divulgado o relatório de intenção de plantio, a projeção era de 163,25 milhões de toneladas. A redução sobre a estimativa anterior é de 1,15%.

   SAFRAS indica aumento de 2,1% na área, estimada em 45,62 milhões de hectares. Em 2022/23, o plantio ocupou 44,68 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.550 quilos por hectare para 3.555 quilos.

   Foram feitos ajustes finos nos potenciais de produtividades médias de alguns estados das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país devido ao clima irregular (baixa umidade e temperaturas elevadas) registrado desde outubro. Os destaques negativos ficam com os estados do Mato Grosso e de Goiás.

   “Apesar disso, é importante destacar que as produtividades ainda podem ser elevadas nestes estados, embora devam ser inferiores às registradas na temporada 2022/23 (que foram bastante elevadas)”, explica o analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque. “Se o clima não melhorar, novos cortes podem ocorrer, mas havendo melhora, boa parte das plantas pode se recuperar, resultando em produtividades ainda relevantes”, alerta.

   No Sul, a atenção é com o excesso de umidade, que vem atrasando os trabalhos de plantio. “Apesar disso, ainda não podemos falar em perdas de potencial produtivo nas lavouras”, conclui o analista.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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