SEMANA: Dólar limita alternativas de abastecimento da indústria do trigo

Porto Alegre, 15 de dezembro de 2017 – O mercado brasileiro de trigo
avalia os desdobramentos da valorização do dólar. Segundo o analista de
SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro, dentro do cenário atual, a indústria
brasileira perde alternativas ao consumo do trigo nacional, já que pelas
paridades de importação o trigo importado apresenta custos mais elevados, e
apesar de sua qualidade superior, fica menos atrativo.

Com isso, existe a possibilidade de recuperação das cotações no âmbito
doméstico, devido à diferença de preços em relação ao produto importado,
mesmo para o cereal de qualidade inferior, tendo em vista sempre o referencial
de preço do trigo de melhor qualidade.

“Assim, caso este cenário se mantenha, o ano deverá encerrar com o
consumo de trigo doméstico acima do esperado e um percentual de importações
inferior”, disse.

Segundo o analista, essa tendência pode ser minimizada neste período de
encerramento do ano devido a uma liquidez reduzida, e a uma menor atividade da
indústria. Mesmo com o viés altista, o mercado interno depende da necessidade
de novas aquisições da indústria para apresentar uma reação mais acentuada
dos preços.

USDA

O relatório de oferta e demanda de dezembro do Departamento de Agricultura
dos Estados Unidos (USDA) trouxe novos números para a safra 2017/18 de trigo
global. A safra mundial de trigo 2017/18 é estimada em 755,21 milhões de
toneladas, contra 751,98 milhões de toneladas estimadas em novembro. Para a
safra 2016/17, o número ficou em 753,61 milhões de toneladas.

Os estoques finais globais em 2017/18 foram estimados em 268,42 milhões de
toneladas, contra 267,53 milhões de toneladas em novembro. Para 2016/17, o
número ficou em 255,33 milhões e toneladas. O consumo global em 2017/18 está
estimado em 742,12 milhões de toneladas, contra 740,05 milhões de toneladas
estimadas em novembro.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS