MERCADO:Agentes seguem focados em condições das lavouras de trigo do Brasil

Porto Alegre, 11 de setembro de 2017 – O mercado brasileiro de trigo
segue tendo como principal foco as condições das lavouras nos dois principais
estados produtores de trigo do país. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado,
no Paraná, a seca segue prejudicando as lavouras. “Sem maiores previsões de
chuvas significativas, não há muita expectativa por recuperação das mesmas,
até mesmo pela fase em que se encontram, já sendo aguardadas perdas de
produtividade”, observou.

Já no Rio Grande do Sul, a ocorrência de algumas precipitações não foi
o suficiente para resolver a questão da seca, mas já foi suficiente para
apresentar melhor recuperação das lavouras, propiciando um cenário de menor
expectativa de perdas. “Vale destacar que o único problema até o momento é
de germinação desuniforme, mas que deverá ser corrigido até o período da
colheita. Os preços por sua vez seguem recuando, tendo principal queda no
estado do Paraná, que já iniciou sua colheita, contudo, ambos estados também
estão pressionados com o ingresso de trigo argentino que entra no país a
preços inclusive mais atrativos que os atualmente praticados para o cereal
nacional”, analisou Pinheiro.

Chicago

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo registrou preços
mais baixos. O mercado foi pressionado por um movimento de realização de
lucros frente aos ganhos registrados na sexta-feira, buscando um melhor
posicionamento frente ao relatório de oferta e demanda de setembro, que será
divulgado amanhã pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

Segundo analistas consultados por agências internacionais, os estoques
finais dos Estados Unidos em 2017/18 devem ser indicados em 920 milhões de
bushels – baixa ante os 933 milhões estimados no mês passado. As estimativas
variaram de 875 a 943 milhões de bushels.

Os estoques globais ao final de 2016/17 são estimados em 258,5 milhões de
toneladas, pouco abaixo das 258,6 milhões de toneladas estimadas em agosto. O
volume mínimo estimado foi de 257,5 e o máximo, 259 milhões de toneladas.
Para 2017/18, os estoques finais são estimados em 263,9 milhões de toneladas,
na média dos analistas. As projeções variam de 258 a 268 milhões de
toneladas. A estimativa de agosto foi para 264,7 milhões de toneladas.

A alta do dólar frente a outras moedas correntes, fator que tira a
competitividade das commodities estadunidenses no cenário internacional também
contribuiu com a queda.

Os contratos com entrega em dezembro eram cotados a US$ 4,34 3/4 por
bushel, recuo de 3,00 centavos de dólar, ou -0,68%, em relação ao fechamento
anterior. Os contratos com entrega em março de 2018 eram negociados a
US$ 4,55 1/4, com baixa de 4,00 centavos de dólar, ou -0,87%, em relação ao
fechamento anterior.

Câmbio

O dólar comercial fechou as negociações em alta de 0,32%, cotado a R$
3,1030 para compra e a R$ 3,1050 para venda. Durante o dia, a moeda
norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,0800 e a máxima de R$ 3,1060.

Agenda de terça-feira

– Reino Unido: o índice de preços ao consumidor de agosto será publicado às
5h30 pelo departamento oficial de estatísticas.

– Reino Unido: o índice de preços ao produtor de agosto será publicado às
5h30 pelo departamento oficial de estatísticas.

– O BC divulga às 8h30 a ata da reunião mais recente do Comitê de Política
Monetária (Copom).

– Levantamento para a safra de grãos do Brasil 2016/17 – Conab, 9hs.

– Levantamento Sistemático para Produção Agrícola de agosto – IBGE, 9hs.

– Desenvolvimento das lavouras do Paraná – Deral, início do dia.

– Relatório de setembro de oferta e demanda americana e mundial – USDA, 13hs.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS