MERCADO: Trigo encerra mês marcado por recuperação nos preços domésticos

Porto Alegre, 30 de abril de 2018 – O mercado brasileiro de trigo encerra
hoje um mês marcado por recuperação expressiva nos preços. Segundo o
analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro, elevações de preços no
mercado interno argentino, acompanhado de uma disparada cambial no Brasil,
fizeram com que o trigo brasileiro, que já era escasso, perdesse sua
alternativa de abastecimento que é baseada na importação do produto,
principalmente do mercado argentino. Anteriormente, o mercado não sofria forte
viés de alta devido ao elevado volume de importações que supriam a demanda
brasileira.

Conforme Pinheiro, para o próximo mês o mercado tende a manter o viés,
de alta. “Com uma disponibilidade de trigo cada vez menor, os preços devem
continuar em alta, acompanhando também o cenário internacional, que ainda
apresenta valores superiores aos praticados internamente. Este impacto tende a
ser mais forte com a possibilidade de uma redução de área no país”,
apontou ele.

Chicago

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços
acentuadamente mais altos. O mercado buscou suporte em um movimento de
cobertura de posições vendidas, acompanhando também as preocupações com o
clima seco nas regiões produtoras dos Estados Unidos, o que pode comprometer
o desenvolvimento das lavouras.

As inspeções de exportação norte-americana de trigo chegaram a 376.256
toneladas na semana encerrada no dia 26 de abril, conforme relatório semanal
divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Na
semana anterior, as inspeções de exportação de trigo haviam atingido 643.937
toneladas.

Em igual período do ano passado, o total inspecionado fora de 589.782
toneladas. No acumulado do ano-safra, iniciado em 1o de junho, as inspeções
somam 21.895.240 toneladas, contra 24.400.542 toneladas no acumulado do
ano-safra anterior.

Os contratos com entrega em julho eram cotados a US$ 5,10 1/2 por bushel,
alta de 12,00 centavos ou 2,4%. Os contratos com entrega em setembro de 2018
eram negociados a US$ 5,26 1/4, ganho de 10,75 centavos de dólar, ou 2,08%
em relação ao fechamento anterior.

Câmbio

O dólar comercial fechou a negociação com alta de 1,21%, cotado a R$
3,5030 para a compra e a R$ 3,5050 para a venda. Durante o dia, a moeda
norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,4590 e a máxima de R$ 3,5080.

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