MERCADO: Oferta do trigo segue escassa no Brasil

Porto Alegre, 24 de maio de 2018 – O mercado brasileiro de trigo não tem
novidades dentro do cenário nacional, tendo em vista que se mantém, e
inclusive se agrava a cada dia a escassez de oferta do produto, devido tanto a
uma retração dos agentes, quanto a redução gradual da oferta, devido a
comercialização de pequenos lotes pontuais no mercado.

Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro, “as cotações
seguem seus movimentos de elevação nos principais estados produtores do
país, repercutindo estes fatores, além da dificuldade na importação, devido
a preços pouco atrativos, que corrobora para elevações das cotações
nacionais”.

A indústria nacional mantém a preocupação com o abastecimento até o
ingresso da nova safra, devido a esta escassez, bem como a possíveis atrasos na
nova safra, ocasionados pelo clima desfavorável no início do cultivo,
principalmente no estado do Paraná. “Vale ressaltar também que a greve dos
caminhoneiros no país poderá afetar a liquidez deste mercado, porém, devido
aos estoques dos moinhos, não tende a trazer grandes impactos as cotações”,
finaliza.

Chicago

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços
mais baixos. Apesar da falta de chuvas, que pode comprometer a produção do
cereal em importantes países produtores, como Canadá, Rússia e Austrália, o
mercado realizou lucros. Nos últimos oito dias, os preços subiram quase 8%. A
fraca demanda pelos EUA persiste.

As vendas líquidas norte-americanas de trigo, referentes à temporada
comercial 2017/18, que tem início em 1o de junho, ficaram em 112.300 toneladas
na semana encerrada em 17 de maio. O número ficou 78% acima da semana
anterior e 29% inferior a média em quatro semanas. Para a temporada 2018/19,
foram mais 340.000 toneladas. As informações são do Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Os contratos com entrega em julho eram cotados a US$ 5,30 1/4 por bushel,
baixa de 0,75 centavo ou -0,14%. Os contratos com entrega em setembro de
2018 eram negociados a US$ 5,47, recuo de 0,75 centavo de dólar, ou -0,13%
em relação ao fechamento anterior.

Câmbio

O dólar comercial fechou a negociação com alta de 0,63%, cotado a R$
3,6470 para a compra e a R$ 3,6490 para a venda. Durante o dia, a moeda
norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,6320 e a máxima de R$ 3,6570.

Agenda de sexta-feira

– Reino Unido: a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro
trimestre de 2018 será publicada às 5h30 pelo departamento de estatísticas.

– Dados de evolução das lavouras argentinas – Ministério da Agricultura,
início do dia.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS