MERCADO: Agentes observam finalização da colheita do trigo na Argentina

Porto Alegre, 18 de janeiro de 2018 – O mercado brasileiro de trigo
avalia a informação de que a colheita na Argentina, principal fornecedor de
trigo ao Brasil teve os trabalhos encerrados, após um avanço ao longo dos
últimos sete dias de 1,5 pontos percentuais. Desta forma, segundo a Bolsa de
Cereais de Buenos Aires, a superfície plantada atingiu 5,45 milhões de
hectares aproximadamente, contudo, somente 5,287 milhões de hectares foram
colhidos.

A produção argentina voltou a crescer nesta temporada, frente à
temporada passada, ficando 1,2% acima do volume colhido na safra anterior, de
17 milhões de toneladas. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan
Pinheiro, os preços argentinos tenderiam a sofrer uma redução das cotações
devido a este volume representativo colhido. Contudo, com o câmbio interno
elevado para o peso, o preço do cereal argentino é altamente competitivo no
mercado internacional, favorecendo o escoamento da produção, além de
valorizar o produto. “Dentro deste cenário, o Brasil tem o viés altista
minimizado, já que pelas paridades de importação o cereal argentino voltou a
ser mais atrativo aos compradores”, finalizou.

Chicago

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços
mais altos. O mercado estendeu a recuperação iniciada na última sessão,
após ter atingido os menores níveis em quase um mês. Os agentes deflagraram
um movimento de cobertura de posições vendidas acompanhando a fraqueza do
dólar.

A queda da moeda norte-americana gerou a expectativa de maior demanda por
exportação dos Estados Unidos. O dólar caiu ao menor nível em três anos
contra uma cesta de moedas internacionais, nesta quinta-feira.

Hoje o Conselho Internacional de Grãos elevou sua projeção para a
produção global de trigo em 2017/18, porém o CIG estimou que os estoques
mundiais do grão em 2018/18 podem cair pela primeira vez em seis anos. Ontem
(17), o mercado buscou recuperação frente ao cenário baixista das últimas
sessões, em meio à fraca demanda para o cereal norte-americano e ao
sentimento de uma ampla oferta mundial, conforme apontou o Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos no relatório de oferta e demanda de janeiro.

Os contratos com entrega em março eram cotados a US$ 4,25 1/4 por bushel,
alta de 3,75 centavos ou +0,88%. Os contratos com entrega em maio de 2018
eram negociados a US$ 4,38 1/4, elevação de 3,75 centavos ou +0,86%.

Câmbio

O dólar comercial fechou a negociação em queda de 0,21%, cotado a R$
3,2080 para compra e a R$ 3,2100 para venda. Durante o dia, a moeda
norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,2030 e a máxima de R$ 3,2260.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS