MERCADO: Agentes esperam nova safra de trigo e observam preços elevados

Porto Alegre, 8 de maio de 2018 – O mercado brasileiro de trigo avalia o
ingresso das novas safras brasileira e argentina, bem como as condições
climáticas norte-americanas. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan
Pinheiro, além destes fatores, o mercado avalia variáveis de curto prazo, como
as recentes elevações de preços no mercado brasileiro. Estas são resultado
de elevações de preços no mercado físico argentino acompanhado da elevação
expressiva da taxa cambial, que retira boa parte da competitividade do trigo
importado, ao mesmo tempo em que eleva a competitividade do escasso trigo
brasileiro ainda disponível a ser comercializado.

“Os agentes que possuem o produto no Brasil, aguardam por cotações cada
vez mais atrativas antes de voltarem a negociar, tendo em vista que a atual
disponibilidade interna não deverá ser suficiente para abastecer a indústria
nacional até o ingresso da nova safra. Dentro deste cenário, é provável que
os preços subam ainda mais, acompanhando sempre o espaço criado pelas
paridades de importação para que isso ocorra. Possíveis variações no
câmbio deverão refletir diretamente nos preços físicos”, disse Pinheiro.

Chicago

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços
acentuadamente mais baixos. O mercado foi pressionado pelo indicativo de
melhora no clima para o desenvolvimento das lavouras de trigo de inverno dos
Estados Unidos. A fraca demanda pelo trigo norte-americano colaborou para as
fortes perdas.

As inspeções de exportação norte-americana de trigo chegaram a 327.662
toneladas na semana encerrada no dia 3 de maio, conforme relatório semanal
divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Na
semana anterior, as inspeções de exportação de trigo haviam atingido 395.209
toneladas. Em igual período do ano passado, o total inspecionado fora de
658.231 toneladas.

Os contratos com entrega em julho eram cotados a US$ 5,11 1/2 por bushel,
baixa de 14,75 centavos ou -2,8%. Os contratos com entrega em setembro de
2018 eram negociados a US$ 5,28 3/4, perda de 13,00 centavos de dólar, ou
-2,39% em relação ao fechamento anterior.

Câmbio

O dólar comercial fechou a negociação com alta de 0,82%, cotado a R$
3,5510 para a compra e a R$ 3,5530 para a venda. Durante o dia, a moeda
norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,5370 e a máxima de R$ 3,5580.

Agenda de terça-feira

Balanços:
Antes da abertura: Petrobras
Após o fechamento: Rumo Logística

– China: a balança comercial de abril será publicada durante a madrugada pela
alfândega.

– Alemanha: a produção industrial de março será publicada às 3h pelo
Ministério de Economia e Tecnologia.

– Alemanha: o resultado da balança comercial e do balanço de pagamentos de
março será publicado às 3h pelo Destatis.

– Resultado financeiro da Mosaic.

– A FGV divulga às 8h os dados do Indice Geral de Preços – Disponibilidade
Interna (IGP-DI) referentes a abril.

– Desenvolvimento das lavouras do Paraná – Deral, início do dia.