SOJA: Nova safra dos EUA já começa a ter influência sobre Chicago – SAFRAS

   Porto Alegre, 12 de março de 2021 – Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da SAFRAS Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque.

– O mercado de soja mantém as atenções divididas entre o clima sobre a América do Sul, sinais de demanda pela soja dos EUA e a situação dos estoques norte-americanos. Além disso, os players também devem continuar digerindo o relatório do USDA de março. A nova safra dos EUA começa a ganhar a força como fator para Chicago, completando o quadro de fatores.

– O clima para a colheita da nova safra brasileira e para o desenvolvimento da safra argentina continua como o principal fator de volatilidade para Chicago. O excesso de umidade registrado em alguns estados do Centro-Oeste, Sudeste e Norte do país nas últimas semanas vem causando atrasos nos trabalhos de colheita, comprometendo também a qualidade de parte da soja colhida. Além disso, os problemas também trazem atrasos para o escoamento da safra brasileira, refletindo em filas nos portos para exportação. Estes fatos trazem certa sustentação para Chicago, pois o atraso nos embarques ainda beneficia a demanda pela soja dos EUA em um momento onde a demanda chinesa migra com força para os portos sul-americanos.

– De qualquer maneira, embora tenhamos problemas em alguns estados, a tendência é que o Brasil confirme a colheita de uma supersafra, superior a 130 milhões de toneladas. Tal fato impede maiores ajustes positivos em Chicago e no mercado interno brasileiro, com a sazonalidade de entrada de safra começando a pesar. Em contrapartida, no lado argentino, o clima pouco úmido das últimas semanas vem prejudicando o desenvolvimento das lavouras em algumas províncias importantes, o que vem colocando em xeque a produção argentina. Embora grandes perdas não sejam previstas, a tendência já é de uma produção inferior à estimada inicialmente. Tal possibilidade ajuda a trazer suporte para Chicago, impedindo ajustes negativos maiores.

– Com relação ao quadro norte-americano, o USDA surpreendeu ao não trazer um novo corte no estoque final dos EUA em seu relatório de março. Além disso, houve elevação na estimativa para a safra brasileira e para os estoques mundiais. Embora os ajustes não tenham sido relevantes, tais números são relativamente negativos para Chicago, mesmo que de forma pontual. Apesar de o USDA não ter cortado o estoque estadunidense, este continua bastante apertado.

     Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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