SOJA: Mercado observa safras da América do Sul e dos EUA – SAFRAS

    Porto Alegre, 4 de abril de 2022 – Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da SAFRAS Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque.

– Os players do mercado da soja mantêm as atenções divididas entre o avanço da colheita e desenvolvimento final da safra na América do Sul, dúvidas com relação ao tamanho da nova área norte-americana de soja, movimentos da demanda chinesa no mercado internacional e o conflito entre Rússia e Ucrânia.

– No Brasil, os trabalhos de colheita continuam avançando em ritmo satisfatório, já entrando na reta final no Centro-Oeste e no Sudeste. Já na Região Sul, alguns atrasos têm sido registrados, o que impede um índice nacional ainda mais elevado. De qualquer forma, o ritmo continua acima da média normal para esta época do ano. O avanço das máquinas confirma o sentimento de que as perdas na Região Sul são muito extensas, enquanto as produtividades médias da maior parte dos estados do Centro-Oeste e do Sudeste são bastante elevadas. Estamos chegando perto da consolidação da produção brasileira, que deve se confirmar em torno de 125 milhões de toneladas.

– Na Argentina, os trabalhos de colheita estão em fase inicial, e o clima registrado recentemente pode ter impedido o avanço das perdas produtivas. Apenas o avanço dos trabalhos irá nos mostrar o verdadeiro potencial produtivo da Argentina nesta temporada.

– Os problemas da safra sul-americana já estão, há um bom tempo, precificados nos contratos futuros em Chicago. Agora, o mercado começa a mudar o foco para a nova safra norte-americana, que começará a ser plantada ainda em abril.

– O relatório do USDA de intenção de plantio surpreendeu o mercado ao indicar uma forte elevação da área norte-americana de soja nesta nova temporada. Pela primeira vez, o USDA indica uma área de soja maior que a área de milho nos EUA. Tal fato derrubou os contratos futuros em Chicago, visto o potencial de uma colheita recorde de soja, o que pode aliviar os estoques norte-americanos. De qualquer forma, tudo irá depender do clima daqui até setembro/outubro. Neste primeiro momento, Chicago tem um novo fator “baixista” que supera o fôlego dos últimos meses e pressiona as cotações.

     Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

Copyright 2022 – Grupo CMA