SOJA: Mercado observa clima na América do Sul, com foco na Argentina-SAFRAS

Porto Alegre, 23 de fevereiro de 2018 – Acompanhe abaixo os fatos que
deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem, com
destaque para o clima na América do Sul e foco na Argentina. As dicas são do
analista da SAFRAS Consultoria, Gil Barabach.

– A América do Sul deve continuar no radar. Por isso, é importante monitorar
os mapas climáticos, especialmente da Argentina

– Os números mais recentes já colocam a safra Argentina abaixo de 50 milhões
de toneladas. É verdade que o quadro ainda está aberto, mas a continuidade do
tempo seco deteriora ainda mais o potencial produtivo e favorece um novo avanço
das cotações. Já uma mudança no padrão climático abriria espaço para o
desmonte da proteção, que levaria a uma queda no preço. Enfim, o tamanho da
safra Argentina continua determinante para o mercado no curto prazo

– A primeira ideia em relação próxima safra de soja nos Estados Unidos ainda
tem pouco impacto no mercado. O Fórum do USDA indicou área com soja de 90
milhões de acres (36,42 milhões de ha), ficando ligeiramente abaixo do ano
passado, quando ocupou 36,48 milhões de ha. A soja deve ocupar o mesmo
tamanho de área que o milho, frustrando expectativa do mercado de que poderia
ser maior.

– A elevação na safra brasileira pode compensar o corte na produção
argentina e trazer equilíbrio a produção da América do Sul, o que suaviza a
inclinação positiva dos em Chicago. É bom notar que uma quebra na Argentina
tem um impacto, normalmente maior sobre o farelo que no grão na CBOT

– Atenção ao avanço da safra brasileira e a pressão sazonal da oferta sobre
os preços físicos internos. O normal é que o prêmio fique mais fraco nos
portos e a cotação no interior se desloque negativamente em relação a
Chicago (barrigada de safra)

– Chicago testa topo e busca acomodação, a espera de novidades sobre a safra
Argentina. Se vencer a resistência em US$ 10,50 bu ganha força técnica no
Maio/18. Na parte de baixo, atenção aos suportes em US$ 10,40 e 10,30 o
bushel.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS