Porto Alegre, 22 de abril de 2022 – Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da SAFRAS Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque.

– Os players do mercado da soja continuam dividindo suas atenções entre o clima para os trabalhos de plantio da nova safra norte-americana, a evolução da colheita na América do Sul e os movimentos da demanda chinesa no mercado internacional. Pelo lado financeiro, o conflito entre Rússia e Ucrânia fecha o quadro de fatores.

– Os trabalhos de plantio da nova safra norte-americana de soja começaram no cinturão produtor dos EUA. O clima favorável permitiu um início dentro do período esperado em boa parte dos estados, embora o primeiro dado de evolução aponte para o plantio em 1%, contra uma média de 2% para esta época do ano.

– Os mapas de previsões climáticas apontam para um clima misto, com chuvas e períodos secos na maior parte do cinturão produtor nos próximos 7 dias, o que deve permitir um bom avanço das máquinas. Daqui pra frente, cada vez mais os mapas de previsões ganham importância para o mercado. Começamos a entrar no tradicional mercado climático norte-americano, e esperamos muita volatilidade.

– No Brasil, a colheita avança para as últimas áreas, mas com registro de atrasos na Região Sul. As produtividades médias registradas na maior parte do Centro-Oeste e do Sudeste são bastante positivas, surpreendendo em alguns estados. Já no Sul, o avanço das máquinas confirma que os problemas climáticos trouxeram uma quebra expressiva no Rio Grande do Sul e no Paraná. Mas apenas a finalização da colheita irá nos mostrar o verdadeiro tamanho das perdas produtivas.

– Na Argentina, a colheita avança em meio a um clima mais favorável ao desenvolvimento final das lavouras das principais províncias produtoras. A produção continua sendo estimada em 42 milhões de toneladas, e não devemos ter grandes surpresas.

– A continuidade de compras chinesas de soja norte-americana, aliada a rumores de que novas compras serão feitas nos próximos dias, é o principal fator de suporte para Chicago, explicando também um pouco deste fôlego recente. Essa demanda deve continuar ao longo do ano.

     Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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