SOJA: Mercado acompanha demanda pelos EUA e plantio no Brasil – SAFRAS

   Porto Alegre, 20 de novembro de 2020 – Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da SAFRAS Consultoria, Luiz Fernando Roque.

– Os players do mercado de soja permanecem com as atenções voltadas para fatores fundamentais ligados à oferta e à demanda da oleaginosa. A situação dos estoques norte-americanos, a demanda chinesa pela soja dos Estados Unidos e o clima para o plantio e desenvolvimento da nova safra sul-americana permanecem como fatores centrais para o mercado. No lado financeiro, o mercado avalia a evolução da segunda onda de contaminações pelo novo coronavírus no hemisfério Norte e seus impactos socioeconômicos.

– Após o USDA indicar, na semana passada, cortes relevantes na safra e nos estoques dos EUA da temporada 2020/21, o mercado naturalmente ganhou força em Chicago e ficou mais sensível diante deste aperto no quadro de oferta e demanda norte-americano. Junto a isso, as vendas para exportação continuaram sendo anunciadas, e o volume registrado, até o momento, é inédito para esta época do ano. Frente a esta forte demanda por exportação, o mercado já começa a especular que o USDA, em seu próximo relatório de oferta e demanda, elevar suaestimativa de exportações dos EUA, fato que apertaria ainda mais os estoques de passagem.

– Completando este quadro de aperto nos estoques norte-americanos, os atrasos no plantio da nova safra brasileira devem levar a manutenção de uma demanda maior pela soja dos EUA até final de janeiro, visto que provavelmente não teremos volumes relevantes de soja disponível no Brasil antes de fevereiro.

– No lado da oferta, o clima na América do Sul ganha cada vez mais como fator para Chicago. A irregularidade de chuvas no continente somada aos atrasos na semeadura no Brasil e tendência de intensificação dos efeitos do La Niña nas próximas semanas colocam em xeque a nova safra sul-americana. Se o clima não melhorar, deveremos ter perdas produtivas em alguns importantes estados do Brasil, além de perdas em outros países como Argentina, Paraguai e Uruguai. Esta possibilidade de perdas já começa a ser refletida nos contratos futuros em Chicago.

– No lado financeiro, a última semana foi um pouco mais tranquila, embora o número de casos do novo coronavírus continue a crescer no Hemisfério Norte. Notícias positivas envolvendo as vacinas, com possibilidade de antecipação de registros e início da vacinação em alguns países, deram o tom positivo para os mercados, ajudando também Chicago.

     Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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