Porto Alegre, 1o de novembro de 2018 – Acompanhe abaixo os fatos que
deverão merecer a atenção do mercado de soja na próxima semana. As dicas
são do analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Roque.

– O mercado de soja mantém as atenções voltadas para a guerra comercial entre
Estados Unidos e China. Paralelemente, a entrada da nova safra norte-americana
e sinais de demanda pela soja dos EUA neste ambiente de incertezas também
chamam a atenção, assim como a evolução do plantio da nova safra
sulamericana.

– Chicago voltou a ficar animada nesta quinta-feira (01) diante do comentário
do presidente Trump sobre a recente conversa com o presidente chinês, Xi
Jinping. Trump disse que teve uma conversa muito positiva com Xi, incluindo a
questão comercial entre os países. O presidente americano completou dizendo
que as conversas serão retomadas na próxima reunião do G-20, que ocorrerá no
fim de novembro na Argentina.

– O mercado respondeu rapidamente à fala de Trump demonstrando muito
otimismo, o que levou os contratos futuros a registrarem altas superiores a 3%.
Tal otimismo pode perdurar nos próximos dias, trazendo suporte para as cotações.
De qualquer maneira, é importante ressaltar que, para haver uma mudança na
tendência baixista para Chicago, é necessário que os países caminhem para um
acordo comercial que envolva retirar as tarifas chinesas sobre a soja
norte-americana. Apenas desta forma os contratos futuros voltarão a ter força
para voltar a trabalhar em níveis mais elevados.

– O maior otimismo do mercado com relação a um possível acordo derrubou os
prêmios de exportação nos portos brasileiros. O mercado se antecipa a uma
possível queda na demanda chinesa pela soja brasileira, embora ainda seja cedo
para qualquer confirmação.

– Atenção para as fortes oscilações do mercado. A fala de Trump não garante
um acordo, embora indique uma aproximação entre os países. Todo o movimento
de alta pode ser revertido se notícias negativas surgirem nas próximas
semanas.

– No lado da oferta, a entrada da supersafra dos EUA continua pesando sobre o
mercado. Além disso, os trabalhos de plantio evoluem bem no Brasil,
encaminhando uma safra com grande potencial.

– Chicago tem como objetivo voltar a testar a linha de US$ 9,00 na posição
spot (novembro/18). Para baixo, suportes em US$ 8,65 e US$ 8,40. A novidade
sobre a guerra comercial traz suporte no curto-prazo.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS