SOJA: À espera de USDA, mercado observa safra da América do Sul – SAFRAS

    Porto Alegre, 5 de março de 2021 – Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da SAFRAS Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque.

– Os players do mercado de soja dividem as atenções entre a entrada da safra da América do Sul e sinais de demanda pela soja norte-americana. Além disso, a nova safra dos EUA começa a entrar no radar. Completando o quadro fundamental, o mercado já posiciona frente ao próximo relatório do USDA, que será divulgado no dia 9 de março.

– O atraso na colheita brasileira e, consequentemente, no escoamento da safra e embarques para exportação continuam trazendo suporte para Chicago. Além disso, os problemas climáticos na Argentina continuam colocando em xeque a produção do país vizinho. Tais fatores influenciam na demanda pela soja norte-americana, o que pode mexer com os estoques finais, que já são bastante apertados.

– A oferta total sul-americana ainda é uma incógnita. Embora o Brasil tenha registrado perdas produtivas em alguns estados devido a problemas climáticos ao longo do desenvolvimento da safra, não podemos falar em grandes “quebras”. A produção deverá ser superior a 130 milhões de toneladas, garantindo uma nova safra recorde. Já na Argentina, os problemas climáticos parecem impor perdas um mais amplas para algumas províncias, o que deve levar a produção argentina para algo em torno de 47 milhões de toneladas.

– O relatório de março do USDA pode trazer um novo corte na estimativa de produção da Argentina, mas não devemos ver grandes mudanças na safra brasileira. No lado americano, é possível que o USDA traga um novo corte nos estoques, embora não sejam esperadas grandes mudanças. De qualquer maneira, o estoque norte-americano continua em um nível extremamente baixo, fato que deve continuar trazendo suporte para Chicago no curto-prazo, impedindo ajustes negativos maiores nos contratos futuros.

– Aos poucos, os olhos do mercado começam a se voltar para a nova safra dos EUA, que começa a ser semeada em maio. A tendência é uma forte expansão na área de soja, que se confirmada abre espaço para uma nova supersafra. Apesar disso, essa possibilidade só deve começar a pesar no mercado a partir do início do plantio.

     Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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