SEMANA: USDA é neutro para soja / Preços caem por chuvas na Argentina

Porto Alegre, 15 de dezembro de 2017 – O relatório de dezembro do
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve sua estimativa
de safra de soja americana em 2017/18.

A produção ficou em 4,425 bilhões de bushels, o equivalente a 120,43
milhões de toneladas. No ano anterior, a produção ficou em 116,9 milhões de
toneladas.

Os estoques finais em 2017/18 estão projetados em 445 milhões de bushels,
ou 12,11 milhões de toneladas. O mercado trabalhava com um número de 445
milhões ou 12,11 milhões de toneladas. Em novembro, a estimativa era de 425
milhões de bushels, ou 11,57 milhões de toneladas.

O USDA indica estimativa de exportação para 2017/18 de 2,225 bilhões de
bushels, ante 2,250 bilhões no relatório anterior. O esmagamento está
estimado em 1,94 bilhão de bushels, sem alterações na comparação com
novembro.

O relatório projetou safra mundial de soja em 2017/18 de 348,47 milhões
de toneladas. No relatório anterior, o número era de 348,89 milhões. Os
estoques finais foram elevados de 97,90 milhões de toneladas para 98,32
milhões. O mercado apostava em estoque de 97,8 milhões de toneladas.

A projeção do USDA aposta em safra americana de 120,43 milhões de
toneladas. Para o Brasil, a previsão é de uma produção de 108 milhões de
toneladas, repetindo o relatório anterior.

A previsão para a Argentina permaneceu em 57 milhões de toneladas. Pelo
lado da demanda, destaque para a estimativa de importações chinesas, que
permaneceram em 97 milhões de toneladas.

Na temporada 2016/17, a produção mundial está projetada em 351,32
milhões, com estoques finais de 96,62 milhões. O mercado apostava em estoques
de 96,3 milhões.

Mercado

O relatório foi considerado neutro para os contratos futuros da soja na
Bolsa de Mercadorias de Chicago. A semana foi negativa para os preços
internacionais, devido à previsão de chuvas para a Argentina e o sul do Brasil
na segunda quinzena de dezembro, favorecendo as lavouras.

Os contratos com vencimento em janeiro caíram 2,22%, recuando de US$ 9,89
no dia 8 para R$ 9,67 no dia 14. A ampla oferta mundial mantém o cenário
fundamental baixista.

No mercado doméstico, os preços só não caíram tanto devido ao câmbio.
O dólar comercial teve valorização de 1,27%, passando de R$ 3,296 para R$
3,338, em meio às dificuldades do governo Temer em aprovar a reforma da
Previdência. Mas os negócios internos foram limitados.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS