SEMANA: Preços baixos travam interesse de venda da soja no Brasil

Porto Alegre, 8 de fevereiro de 2019 – A comercialização da soja seguiu
lenta, no Brasil, nesta semana. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Luiz
Fernando Roque, quem tem a oleaginosa prefere não vender neste momento
devido aos preços abaixo do esperado.

As cotações brasileiras da soja estão acima do registrado no ano
passado, devido ao dólar, mas não atendem à expectativa dos vendedores.

Safra brasileira

A colheita da safra de soja 2018/19 do Mato Grosso atingiu 37,38%, conforme
o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), com número obtido
até 1 de fevereiro. Na semana anterior, o índice era de 25,61%. No mesmo
período do ano passado, o índice era de 19,91%. O IMEA projeta uma área de
9,619 milhões de hectares para o estado.

No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral), estimou, em seu
relatório semanal, que a colheita de soja 2018/19 chegou a 25% da área
estimada 5,424 milhões de hectares, levemente abaixo dos 5,446 milhões de
hectares cultivados na safra 2017/18. O Deral informa que 68% das lavouras
estão com bom aspecto, 26% em condições médias e 6% em situação ruim,
entre as fases de floração (11%), frutificação (52%) e maturação (37%).

No Rio Grande do Sul, conforme a Emater/RS, as lavouras de soja apresentam
bom desenvolvimento, com exceção das áreas que foram alagadas em janeiro.
Segue tratamento com fungicidas nas lavouras de todo estado.

Mercado internacional

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBO) fechou a quinta-feira em queda –
a primeira nas últimas quatro sessões. O mercado repercutiu as preocupações
quanto a um possível prolongamento da guerra comercial entre os Estados Unidos
e a China. Notícias indicam que os líderes dos dois países não devem se
encontrar nas próximas reuniões que discutirão um esperado acordo.

O diretor do Conselho Econômico Nacional, Larry Kudlow, disse que os
Estados Unidos ainda estão longe de fechar um acordo comercial com a China.
Os dois países têm até o dia 2 de março para chegar a um acordo, prazo em
que termina a trégua nas trocas de sobretaxas comerciais. “O presidente
indicou que está otimista em relação a um acordo comercial em potencial “,
disse Kudlow, em entrevista à “Fox Business”. “Mas temos uma distância
considerável para percorrer”, afirmou.

Somado a isso, o clima favorável às lavouras de soja do Brasil e da
Argentina colaboram para a desvalorização. O rápido avanço da ceifa no
Brasil também atua como fator negativo, pois indica maior entrada de oferta no
mercado, visto que o Deral indicou que a colheita de soja no Paraná, segundo
maior estado produtor, está adiantada na comparação com o ano passado.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS