SEMANA: Negócios com soja seguem emperrados e produtor prioriza plantio

Porto Alegre, 19 de outubro de 2018 – A semana foi marcada por poucas
oscilações nos preços e comercialização travada para a soja brasileira.
Chicago e dólar acumulam desvalorização no período, cenário que não agrada
os produtores, que seguiram priorizando o avanço do plantio, aproveitando as
boas condições climáticas.

A saca de 60 quilos subiu de R$ 86,00 no dia 11 para R$ 86,50 na quinta,
18. No mesmo período, o preço recuou R$ 2,00 em Cascavel (PR) para R$ 83,50.
No Porto de Paranaguá, a cotação baixou de R$ 92,00 para R$ 90,00.

Em Rondonópolis (MT), o preço seguiu estabilizado na casa de R$ 77,00. Em
Dourados (MR) e em Rio Verde (GO), a cotação também não se alterou,
permanecendo em R$ 81,00 nas duas praças.

Em Chicago, o contrato com entrega em novembro acumulou desvalorização de
0,46% no período, a US$ 8,63 . Na segunda, a posição chegou a atingiu o
maior patamar desde 21 de agosto, reagindo positivamente ao surpreendente
relatório de outubro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA),
que indicou safra americana abaixo do esperado.

Ao longo da semana, no entanto, o cenário fundamental foi predominando e
impondo pressão aos preços. Depois de um atraso pelo excesso de chuvas, o
clima seco garantiu a retomada dos trabalhos de colheita nos Estados Unidos. A
safra americana deverá ser a maior da história. Além disso, a demanda pela
soja americana segue desaquecida.

O câmbio seguiu sendo um fator negativo para o mercado nesta semana. O
dólar se desvalorizou 1,4% no período, atingindo R$ 3,725 na quinta. Mas antes
chegou a operar abaixo de R$ 3,70. A provável vitória de Jair Bolsonaro na
corrida presidencial tranquiliza os investidores e pressiona a moeda americana.

USDA

O relatório de outubro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA) reduziu a estimativa de produção de soja norte-americana. O número
também ficou abaixo do esperado pelo mercado.

A produção 2018/19 foi reduzida de 4,693 bilhões de bushels, o
equivalente a 127,7 milhões de toneladas, para 4,690 bilhões ou 127,6 milhões
de toneladas. O mercado apostava em 4,733 bilhões de bushels, ou 128,8
milhões de toneladas.

Os estoques finais em 2018/19 estão projetados em 885 milhões de bushels,
ou 24,08 milhões de toneladas. O mercado trabalhava com um número de 860
milhões de bushels, ou 23,4 milhões de toneladas. Em setembro, a estimativa
era de 845 milhões de bushels ou 22,99 milhões de toneladas.

O relatório projetou safra mundial de soja em 2018/19 de 369,48 milhões
de toneladas. No relatório anterior, o número era de 369,32 milhões. Os
estoques finais foram elevados de 108,26 milhões de toneladas para 110,04
milhões. O mercado esperava por estoques finais de 99,3 milhões de toneladas.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS