MERCADO: Soja tem dia de poucos negócios e preços mistos

Porto Alegre, 10 de abril de 2018 – O mercado brasileiro de soja teve um
dia mais calmo nesta terça-feira, com preços oscilando regionalmente. A queda
do dólar e a volatilidade de Chicago, que fechou apenas com ganhos moderados,
afastaram os negociadores.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 80,00 para R$ 80,50.
Na região das Missões, a cotação avançou de R$ 79,50 para R$ 80,00. No
porto de Rio Grande, as cotações subiram de R$ 86,50 para R$ 87,00.

Em Cascavel, no Paraná, o preço baixou de R$ 80,00 para R$ 79,50. No
porto de Paranaguá (PR), a saca baixou de R$ 87,00 para r$ 86,00.

Em Rondonópolis (MT), a saca avançou de R$ 74,00 para R$ 75,00. Em
Dourados (MS), a cotação seguiu em R$ 74,00. Em Rio Verde (GO), a saca
estabilizou em R$ 69,50.

Chicago

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago
(CBOT) fecharam a terça-feira com preços mais altos. O mercado foi sustentado
pelo relatório positivo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA) e por novas vendas de soja americana.

Os números de abril do USDA agradaram ao mercado. O Departamento indicou
previsões abaixo do esperado para os estoques americanos e mundiais e cortou
mais do que o projetado a previsão de safra da Argentina. Além disso, a
estimativa de exportações americanas foi mantida, mesmo com a tensão
comercial entre Estados Unidos e China.

Os exportadores privados anunciaram novas vendas de soja americana. Foram
132 mil toneladas para a China, 279 mil toneladas para destinos não revelados e
120 mil toneladas para a Argentina. Essa última operação surpreendeu, já
normalmente a Argentina é concorrente dos Estados Unidos no mercado
internacional. A procura já reflete um quadro de oferta enxuta no país
sul-americano, resultado da quebra de safra por conta da estiagem.

Os contratos da soja em grão com entrega em maio fecharam com alta de 3,00
centavos de dólar (0,28%), a US$ 10,50 por bushel. A posição julho teve
cotação de US$ 10,60 1/4 por bushel, ganho de 2,75 centavos de dólar, ou
0,26%.

Nos subprodutos, a posição maio do farelo caiu US$ 5,70 por tonelada
(1,46%), sendo negociada a US$ 383,90 por tonelada. No óleo, os contratos com
vencimento em maio fecharam a 31,85 centavos de dólar, ganho de 0,33 centavo
ou 1,04%.

USDA

O relatório de abril do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA) reduziu sua estimativa para os estoques de soja dos Estados Unidos,
com os números ficando abaixo do esperado pelo mercado.

A produção foi mantida em 4,392 bilhões de bushels, o equivalente a
119,52 milhões de toneladas. No ano anterior, a produção ficara em 116,92
milhões de toneladas.

Os estoques finais em 2017/18 estão projetados em 550 milhões de bushels,
ou 14,97 milhões de toneladas. O mercado trabalhava com um número de 570
milhões de bushels, ou 15,5 milhões de toneladas. Em março, a estimativa era
de 555 milhões de bushels ou 15,1 milhões de toneladas.

O USDA indica estimativa de exportação para 2017/18 de 2,065 bilhões de
bushels, repetindo março. O esmagamento está estimado em 1,97 bilhão de
bushels, contra 1,96 bilhão do mês anterior.

O relatório projetou safra mundial de soja em 2017/18 de 338,81 milhões
de toneladas. No relatório anterior, o número era de 340,86 milhões. Os
estoques finais foram reduzidos de 94,4 milhões de toneladas para 90,8
milhões.

A projeção do USDA aposta em safra americana de 119,52 milhões de
toneladas, sendo mantido o número de março. Para o Brasil, a previsão é de
uma produção de 115 milhões de toneladas, contra 113 milhões de toneladas em
março.

A previsão para a Argentina recuou de 47 milhões para 40 milhões de
toneladas. Pelo lado da demanda, destaque para a manutenção da previsão das
importações chinesas na casa de 97 milhões de toneladas.

Câmbio

O dólar comercial fechou a negociação em queda de 0,23%, cotado a R$
3,4110 para compra e a R$ 3,4130 para venda. Durante o dia, a moeda
norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,4030 e a máxima de R$ 3,4370.

Agenda de quarta

– China: o índice de preços ao consumidor de março será publicado durante à
noite pelo departamento de estatísticas.

– China: o índice de preços ao produtor de março será publicado à noite
pelo departamento de estatísticas.

– Reino Unido: a balança comercial de fevereiro será publicada às 5h30 pelo
departamento de estatísticas.

– Reino Unido: a produção industrial de fevereiro será publicada às 5h30
pelo departamento de estatísticas.

– A posição dos estoques de petróleo até sexta-feira da semana passada será
publicada às 11h30 pelo Departamento de Energia (DoE).

– EUA: a ata da última reunião de política monetária será publicada às 15h
pelo Federal Reserve.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS