MERCADO: Soja tem dia de estabilidade e preocupação com logística no Brasil

Porto Alegre, 24 de maio de 2018 – O mercado brasileiro de soja teve uma
quinta-feira de lentidão e de preocupação com a logística diante da greve
dos caminhoneiros no país. A ausência de fretes com a paralisação dos
caminhoneiros trava a comercialização e predominaram cotações estáveis para
a soja no país, com o mercado acompanhando o desenrolar dessa mobilização.

Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque, a
paralisação afeta tanto a oferta quanto a demanda pela oleaginosa, o que
impede grandes variações nos preços da saca. “Os preços dos fretes podem
sofrer ajustes positivos apenas após a resolução do impasse e retomada das
entregas em todo o país, o que poderá refletir em aumento pontual dos preços
da saca somente via custos, não elevando margens”, comenta. Já nos portos, o
atraso nas entregas de cargas para exportação começa a impactar os prêmios,
que sofrem ajustes negativos devido aos problemas logísticos, afirma o
consultor.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos se manteve em R$ 82,00 a saca. Na
região das Missões, a cotação ficou em R$ 81,30. No porto de Rio Grande, as
cotações seguiram em R$ 85,50.

Em Cascavel, no Paraná, o preço recuou de R$ 80,00 para R$ 79,50 a saca.
No porto de Paranaguá (PR), a saca subiu de R$ 86,00 para R$ 86,50.

Em Rondonópolis (MT), a saca permaneceu em R$ 76,00. Em Dourados(MS), a
cotação seguiu em R$ 75,00. Em Rio Verde (GO), a saca estabilizou em R$ 74,00.

Chicago

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago
(CBOT) fecharam a quinta-feira com preços mais baixos. Após atingir o menor
nível em três semanas, fundos e especuladores aproveitaram para realizar
lucros, através de vendas técnicas e especulativas.

A demanda pela soja americana segue no centro das atenções. As
exportações semanais americanas na semana foram consideradas fracas. Mas os
exportadores privados anunciaram nova venda para destinos não revelados e os
agentes acreditam que o embarque seja para a China.

As exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à
temporada 2017/18, com início em 1 de setembro, ficaram em 139.500 toneladas
na semana encerrada em 17 de maio. O número ficou bem abaixo da semana
anterior e da média das últimas quatro semanas.

Para a temporada 2018/19, foram mais 6.900 toneladas. As informações
foram divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Os exportadores privados norte-americanos reportaram ainda ao USDA a venda
de 264.000 toneladas de soja para destinos não revelados. Todo o produto será
entregue na temporada 2018/19.

Os contratos da soja em grão com entrega em julho fecharam com baixa de
3,50 centavos de dólar (0,33%), a US$ 10,35 3/4 por bushel. A posição agosto
teve cotação de US$ 10,39 3/4 por bushel, perda de 3,50 centavos de dólar, ou
0,33%.

Nos subprodutos, a posição julho do farelo recuou US$ 3,40 (0,89%), sendo
negociada a US$ 377,30 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em
julho fecharam a 31,71 centavos de dólar, ganho de 0,01 centavo ou 0,03%.

Câmbio

O dólar comercial fechou a negociação com alta de 0,63%, cotado a R$
3,6470 para a compra e a R$ 3,6490 para a venda. Durante o dia, a moeda
norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,6320 e a máxima de R$ 3,6570.

Agenda de sexta

– Reino Unido: a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro
trimestre de 2018 será publicada às 5h30 pelo departamento de estatísticas.

– Dados de evolução das lavouras argentinas – Ministério da Agricultura,
início do dia.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS