MERCADO SOJA: Preços recuam no Brasil, seguindo dólar e Chicago. Negócios apenas pontuais

   São Paulo, 8 de agosto de 2022 – Os preços da soja iniciaram a semana sob pressão nas principais praças do país. A queda do dólar e da maioria dos contratos futuros em Chicago pesou sobre as cotações domésticas. Os negócios seguiram lentos, com apenas registro de operações pontuais.

   Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos baixou de R$ 186,00 para R$ 184,50. Na região das Missões, a cotação caiu de R$ 185,00 para R$ 184,00. No Porto de Rio Grande, o preço recuou de R$ 191,00 para R$ 188,00.

   Em Cascavel, no Paraná, o preço ficou passou de R$ 185,00 para R$ 180,50. No porto de Paranaguá (PR), a saca desvalorizou de R$ 191,50 para R$ 187,00.

   Em Rondonópolis (MT), a saca subiu de R$ 169,00 para R$ 171,00. Em Dourados (MS), a cotação baixou de R$ 176,00 para R$ 171,00. Em Rio Verde (GO), a saca caiu de R$ 167,00 para R$ 166,00.

Chicago

   Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a segunda-feira com preços mais baixos. O retorno das chuvas em parte do cinturão produtor dos Estados Unidos reforça o sentimento de uma safra cheia naquela país, pressionando as cotações.

   O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou dados sobre as condições das lavouras americanas de soja. Segundo o USDA, até 7 de agosto, 59% estavam entre boas e excelentes condições, 30% em situação regular e 11% em condições entre ruins e muito ruins. O mercado esperava 59% em boas a excelentes condições. Na semana anterior, os índices eram de 59%, 29% e 11%, respectivamente.

   Os números oficiais das compras chinesas em julho reforçaram o sentimento de uma queda na demanda pelo produto americano. Este fato ajudou a pressionar as cotações.

   As importações de soja em grão pela China no mês de julho somaram 7,88 milhões de toneladas. Caiu 9,1% frente ao mesmo mês do ano passado, quando somou 8,67 milhões. Frente a junho, recuaram 4,5%. Segundo dados alfandegários, o menor consumo e as fracas margens de esmagamentos reduziram o apetite pela oleaginosa.

   A queda de hoje foi limitada por números recentes mais positivos sobre a demanda pela soja americana.

   As inspeções de exportação norte-americana de soja chegaram a 867.504 toneladas na semana encerrada no dia 4 de agosto, conforme relatório semanal divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O mercado esperava 525 mil toneladas. O USDA anunciou ainda a venda de 132 mil toneladas do grão para a China por parte de exportadores privados.

   Os contratos da soja em grão com entrega em setembro fecharam com alta de 0,75 centavo ou 0,05% a US$ 14,64 por bushel. A posição novembro teve cotação de US$ 14,00 por bushel, com perda de 8,75 centavos de dólar ou 0,62%.

   Nos subprodutos, a posição setembro do farelo fechou com baixa de US$ 1,10 ou 0,25% a US$ 436,40 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em setembro fecharam a 69,20 centavos de dólar, com ganho de 0,61 centavo ou 0,88%.

Câmbio

   O dólar comercial fechou em queda de 1,06%, cotado a R$ 5,1130. O real foi beneficiado com o saldo de US$ 101,3 bilhões da balança comercial chinesa de julho (as projeções eram de US$ 90 bilhões) que impulsionou o valor das commodities, e pelo movimento de estabilização dos treasuries norte-americanos.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

Copyright 2022 – Grupo CMA