MERCADO SOJA: Após USDA, Chicago despenca em preços caem no Brasil

Porto Alegre, 30 de setembro de 2021 – Os preços da soja tiveram queda generalizada nesta quinta de poucos negócios no mercado brasileiro. Após o relatório do USDA, os contratos futuros despencaram em Chicago, pressionando os referenciais no Brasil. Diante desse quadro, os compradores saíram do mercado.

    Em algumas regiões, a queda foi mais amena devido à alta do dólar. Mas em outras, as perdas foram significativas, com a queda nos prêmios adicionando pressão.

   Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos baixou de R$ 173,00 para R$ 172,00. Na região das Missões, a cotação caiu de R$ 172,00 para R$ 171,00. No porto de Rio Grande, o preço recuou de R$ 177,00 para R$ 176,00.

    Em Cascavel, no Paraná, o preço passou de R$ 171,50 para R$ 170,50 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca caiu de R$ 177,00 para R$ 175,00.

    Em Rondonópolis (MT), a saca desabou de R$ 172,00 para R$ 163,50. Em Dourados (MS), a cotação baixou de R$ 163,00 para R$ 161,00. Em Rio Verde (GO), a saca despencou de R$ 169,00 para R$ 162,00.

     Chicago

   Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a quinta-feira com preços acentuadamente mais baixos. O mercado foi pressionado pelo relatório de estoques trimestrais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que indicou número bem acima do esperado.

    A posição novembro encerrou setembro com desvalorização de 2,82%. No trimestre, a commodity recuou 10,22%.

    Os estoques trimestrais totalizaram 256 milhões de bushels. O volume estocado recuou 51% na comparação com igual período de 2020. O número ficou abaixo da expectativa do mercado, de 172 milhões de bushels. Do total, 68,1 milhões de bushels estão armazenados com os produtores, com queda de 52%. Os estoques fora das fazendas somam 188 milhões de bushels, com baixa de 51%.

   A safra norte-americana de soja em 2020 foi revisada para cima pelo USDA. A produção está agora estimada em 4,216 de bushels, com aumento de 80,8 milhões de bushels frente à projeção anterior. Em toneladas, a produção está agora estimada em 114,75 milhões de toneladas.

    A área plantada teve sua estimativa revisada para 83,4 milhões de acres. A área colhida está projetada em 82,6 milhões de acres. A produtividade média está agora estimada em 51 bushels por acre, com alta de 0,8 bushel.

    As exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2021/22, com início em 1 de setembro, ficaram em 1.093.900 toneladas na semana encerrada em 23 de setembro. A China liderou as compras com 776.500 toneladas.

   Para 2022/23, as vendas ficaram em 7.800 toneladas. Os analistas esperavam exportações entre 700 mil e 1,2 milhão de toneladas, somando-se as duas temporadas.

   Os contratos da soja em grão com entrega em novembro fecharam com baixa de 27,75 centavos de dólar por bushel ou 2,16% a US$ 12,56 por bushel. A posição janeiro teve cotação de US$ 12,65 1/2 por bushel, com perda de 28,00 centavos ou 2,16%.

    Nos subprodutos, a posição dezembro do farelo fechou com baixa de US$ 12,50 ou 3,66% a US$ 328,70 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em dezembro fecharam a 58,69 centavos de dólar, alta de 0,86 centavo ou 1,48%.

     Câmbio

   O dólar encerrou a sessão em alta de 0,34%, cotado a R$ 5,4490 para venda. Em dia de fechamento da Ptax (taxa na qual serão baseados os contratos do próximo mês), além do risco inflacionário doméstico que não se dissipa, a moeda norte-americana ganha força ante o real. Em setembro, o dólar valorizou 5,6%, enquanto, no trimestre, avançou 9,59%.

     Agenda de sexta

– China: A bolsa de Xangai permanece fechada devido a um feriado.

– China: A bolsa de Hong Kong permanece fechada devido a um feriado.

– Japão: A leitura preliminar da produção industrial de agosto será publicada na noite anterior pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria.

– Eurozona: A leitura preliminar do índice de preços ao consumidor de setembro será publicada às 6h pela Eurostat.

– Atualização da evolução das lavouras argentinas e levantamento mensal – Ministério da Agricultura, na parte da manhã.

– Balança comercial de setembro – Ministério da Economia, 15hs.

– Dados de desenvolvimento das lavouras do Mato Grosso – IMEA, na parte da tarde.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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