MERCADO: Nova baixa em Chicago trava negócios com soja no Brasil

O mercado brasileiro de soja teve um dia de poucos negócios. A terceira sessão de realização de lucros na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) travou a comercialização. Na maior parte das praças, os preços subiram, sustentados pelo dólar firme.
Os produtores seguem cautelosos. Bem capitalizados, aguardam repiques em Chicago para voltar com força ao mercado. Nesta sexta, houve registros isolados de negócios para entrega futura no Mato Grosso, cerca de 2 mil toneladas, e em Santa Catarina (mil toneladas).
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 79,50 para R$ 80,50. Na região das Missões, o preço avançou de R$ 79,00 para R$ 79,50. No porto de Rio Grande, as cotações passaram de R$ 84,50 para R$ 85,00.
Em Cascavel, no Paraná, o preço seguiu em R$ 80,50. No porto de
Paranaguá (PR), a saca permaneceu em R$ 86,50.
Em Rondonópolis (MT), a saca baixou de R$ 79,00 para R$ 78,50. Em Dourados(MS), a cotação avançou de R$ 74,00 para R$ 76,00. Em Rio Verde (GO), a saca seguiu em R$ 77,00.

Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a sexta-feira com preços mais baixos. O mercado realizou lucros pela terceira sessão consecutiva, após a alta de quase 6% registrada na terça, dia do relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
A previsão de clima seco no Meio Oeste dos Estados Unidos, garantindo bom avanço no plantio, contribuiu para a continuidade do movimento de correção. O sentimento é que os produtores americanos poderão trocar áreas de milho pela soja, devido ao bom comportamento recente dos preços. Com isso, a área plantada nos EUA poderá ficar entre 2 milhões e 3 milhões de acres acima do esperado inicialmente.
As preocupações com o tamanho da perda de potencial da safra argentina diminuíram após mais uma semana de bom avanço da colheita naquele país. Levantamento semanal divulgado pelo Ministério da Agricultura da Argentina (Minagri) indicou que a colheita de soja da safra 2015/16 do país atingia em 55% ou 10,779 milhões de hectares da área total estimada de 20,704 milhões de hectares. Na semana anterior, a área colhida estava em 41%. No mesmo período do ano passado, a colheita atingia 82% dos 19,792 milhões de hectares
plantados.
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires indica colheita em 51,3% da área plantada, estimada em 20,1 milhões de hectares. Segundo boletim da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a área apta para colheita totaliza 18,54 milhões de hectares,representando perda de 1,56 milhão de hectares.
Os trabalhos avançaram 9,8% desde a semana passada e estão 28,2 pontos percentuais atrasados na comparação com o ano passado. Em números absolutos, foram colhidas 31,88 milhões de toneladas em pouco menos de 9,495 milhões de hectares.
Na semana, julho acumulou valorização de 2,8%, mesmo com a realização dos últimos três dias. A indicação de aperto nos estoques americanos e mundiais pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) assegurou o balanço positivo. Na terça, a posição chegou a bater no melhor nível em 21 meses.
Hoje, os contratos da soja em grão com entrega em julho fecharam a US$ 10,65 por bushel, com perda de 7,00 centavos. A posição agosto teve cotação de US$ 10,67 por bushel, baixa também de 7,00 centavos.
No farelo, a posição julho fechou com baixa de US$ 1,40 por tonelada, sendo negociada a US$ 363,00 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em julho registravam preço de 32,50 centavos de dólar, perda de 0,07 centavo ante o fechamento anterior.

Câmbio
O dólar comercial encerrou as negociações de hoje com alta de 1,46%, cotado a R$ 3,5220 para compra e a R$ 3,5240 para venda. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,4710 e máxima de R$ 3,5260.

Agenda de segunda
– China: índice de produção industrial de abril, às 2h30min.
– Indice Geral de Preços-10 (IGP-10) referente a maio – FGV, 8hs.
– Boletim Focus do Banco Central, no início do dia.
– Inspeções de exportação de grãos dos EUA – USDA, 12hs.
– Esmagamento de soja nos Estados Unidos em abril – NOPA, 12hs.
– Balança comercial – 2 semana de maio, 15hs.
– Condições das lavouras nos EUA – USDA, às 17hs.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS