MERCADO: Chicago dispara e soja tem bom volume de negócios no Brasil

A terça-feira foi marcada pelo bom volume de negócios com soja nas principais praças de comercialização do país. Compradores e vendedores aproveitaram a forte alta de Chicago, motivada pelos números do USDA, e negociaram bons volumes.
Houve registro de negócios em torno de 15 mil toneladas no Mato Grosso e de quase 10 mil toneladas no Mato Grosso do Sul. Em Goiás, cerca de 30 mil toneladas trocaram de mãos. Em Paranaguá, os produtores aproveitaram os melhores níveis do ano e negociaram cerca de 10 mil toneladas.
O ritmo dos negócios poderia ter sido até melhor, não fosse a queda do dólar. De certa forma, a volatilidade do mercado assusta os produtores e parte deles preferiu ficar de fora, aguardando um cenário de menores oscilações.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 78,50 para R$ 80,00. Na região das Missões, o preço avançou de R$ 78,00 para R$ 79,80. No porto de Rio Grande, as cotações passaram de R$ 83,00 para R$ 85,00.
Em Cascavel, no Paraná, o preço caiu de R$ 78,50 para R$ 81,00. No porto de Paranaguá (PR), a saca avançou de R$ 84,50 para R$ 87,00.
Em Rondonópolis (MT), a saca passou de R$ 75,00 para R$ 78,00. Em Dourados (MS), a cotação subiu de R$ 71,00 para R$ 73,00. Em Rio Verde (GO), a saca avançou de R$ 76,00 para R$ 78,00.

Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a terça-feira com preços em forte alta, refletindo o relatório altista divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Os contratos se aproximaram dos melhores níveis em dois anos, com ganhos superiores a 5%. O USDA cortou as estimativas para os estoques americanos e globais na temporada 2015/16. O mercado espera esta redução, mas o tamanho da queda surpreendeu. Os primeiros indicativos para a safra 2016/17 também indicam um quadro apertado, com projeções de estoques inferiores ao esperado pelo mercado.
Para completar, o USDA cortou suas estimativas de safra do Brasil e da Argentina na atual temporada. Mesmo que as previsões tenham ficado dentro ou acima do esperado, ajudaram a compor este cenário extremamente favorável para as cotações da oleaginosa.
Os contratos da soja em grão com entrega em julho fecharam a US$ 10,84 por bushel, com ganho de 57,50 centavos. A posição agosto teve cotação de US$ 10,85 1/2 por bushel, baixa também de 56,75 centavos.
No farelo, a posição julho fechou com alta de US$ 20,00 por tonelada, sendo negociada a US$ 359,70 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em julho registravam preço de 33,44 centavos de dólar, ganho de 0,61 centavo ante o fechamento anterior.

USDA
O relatório do USDA cortou a estimativa para os estoques finais americanos em 2015/16. O número ficou abaixo do esperado pelo mercado. A safra norte-americana está estimada em 3,929 bilhões de bushels, mantendo a estimativa de abril. Os estoques foram reduzidos de 445 milhões para 400 milhões de bushels, enquanto o mercado esperava 428 milhões.
Segundo o USDA, as exportações americanas tiveram a projeção elevada de 1,705 bilhão de bushels para 1,740 bilhão. Os esmagamentos tiveram projeção mantida em 1,87 bilhão de bushels. A estimativa de produtividade permaneceu em 48 bushels por acres.
O USDA também divulgou os primeiros números para a temporada 2016/17. A produção deverá recuar para 3,8 bilhões, enquanto o mercado indicava 3,788 bilhões de bushels. Os estoques finais deverão ficar em 305 milhões de bushels, contra 427 milhões estimados pelo mercado. O USDA indica exportação de 1,885 bilhão e esmagamento de 1,915 bilhão.
O Departamento projetou safra mundial em 2015/16 de 315,86 milhões de toneladas. No relatório anterior, o número era de 320,15 milhões. Os estoques finais foram cortados de 79,02 milhões de toneladas para 74,25 milhões. O mercado apostava em estoque de 76,1 milhões de toneladas.
A projeção do USDA aposta em safra americana de 106,93 milhões de toneladas. Para o Brasil, a previsão é de uma produção de 99 milhões de toneladas, enquanto a safra argentina deverá ficar em 56,5 milhões de toneladas. Em abril, os números eram de 100 milhões e 59 milhões, respectivamente. A China deverá importar 83 milhões de toneladas, mesmo número estimado no ano anterior.
O USDA divulgou hoje os primeiros números para a temporada 2016/17. A produção mundial está estimada em 324,2 milhões de toneladas, com estoques finais de 68,21 milhões de toneladas. A safra americana está projetada em 103,42 milhões de toneladas.
Para o Brasil, a estimativa é de uma produção de 103 milhões de
toneladas, enquanto a Argentina deverá colher 57 milhões. A China importaria 87 milhões de toneladas.

Câmbio
O dólar comercial encerrou as negociações de hoje com baixa de 1,61%, cotado a R$ 3,4650 para compra e a R$ 3,4670 para venda. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,4640 e máxima de R$ 3,5080.