MONITOR MILHO: Mercado deve seguir lento, atento ao relatório do USDA

Porto Alegre, 8 de fevereiro de 2018 – O mercado brasileiro de milho deve
registrar movimentação limitada nos negócios nesta quinta-feira, quando as
atenções se voltam ao relatório de oferta e demanda de fevereiro do
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Hoje pela manhã, a Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab) projetou um corte na estimativa de safra
brasileira. No cenário internacional, a Bolsa de Chicago opera em alta,
estendendo os ganhos da última sessão.

CONAB

* A safra brasileira de milho deverá totalizar 88,006 milhões de toneladas na
temporada 2017/18, recuando 10,1% sobre a produção da temporada anterior, de
97,843 milhões de toneladas. A previsão faz parte do quinto levantamento para
a safra brasileira de grãos, divulgado nesta manhã pela Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab). No levantamento anterior, o número era de 92,347
milhões de toneladas.

* A área total cultivada está estimada em 16,425 milhões de hectares, com
retração de 6,6% sobre o ano anterior. A Conab trabalha com produtividade
média de 5.358 quilos por hectare, com perda de 3,7% sobre a temporada
anterior.

* A primeira safra brasileira tem projeção de 24,745 milhões de toneladas,
com retração de 18,8% sobre as 30,462 milhões de toneladas produzidas no ano
passado. A Conab estima área de 4,992 milhões de hectares, baixa de 8,9%. A
produtividade deverá cair 10,8%, passando de 5.556 quilos por hectare para
4.956 quilos.

* A segunda safra, ou safrinha, deverá totalizar 63,621 milhões de toneladas,
com perda de 6,1% sobre a temporada anterior. A área está estimada em 11,433
milhões de hectares, queda de 5,6%. Já a produtividade deve cair 0,6% para
5.533 quilos.

CHICAGO

* A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) opera com alta de 0,06% para o
contrato março/18, cotada a US$ 3,65 1/2 por bushel.

* O mercado busca suporte na boa demanda para o cereal norte-americano, na
espera também do relatório de fevereiro de oferta e demanda do Departamento
de Agricultura dos Estados Unidos, que será divulgado hoje.

* A previsão de analistas e traders consultados por agências internacionais é
que os estoques de passagem da safra 2017/18 dos Estados Unidos sejam
apontados em 2,467 bilhões de bushels, abaixo dos 2,477 bilhões de bushels
estimados no relatório de janeiro. Na temporada anterior os estoques atingiram
2,293 bilhões de bushels.

* Para a safra global 2017/18 a expectativa é de que os estoques sejam
indicados em 204,3 milhões de toneladas, abaixo das 206,6 milhões de toneladas
indicadas em janeiro.

* Analistas e traders estimam que a safra 2017/18 do Brasil seja apontada em
93,5 milhões de toneladas, aquém das 95 milhões de toneladas previstas em
janeiro. Na temporada anterior, a safra brasileira ficou em 98,5 milhões de
toneladas.

* O USDA estima que a safra 2017/18 da Argentina possa alcançar 40,5 milhões
de toneladas, abaixo das 42 milhões de toneladas apontadas no relatório do
mês passado. Na safra passada, a Argentina colheu 41 milhões de toneladas.

* Ontem (7), os contratos de milho com entrega em março fecharam a US$ 3,65
1/4, alta de 1,75 centavo de dólar, ou +0,48%, em relação ao fechamento
anterior.

CÂMBIO

* O dólar comercial opera com baixa de 0,12% neste momento, cotado a R$ 3,273.

* O dólar comercial opera em queda, pressionado pela inflação menor que a
esperada em janeiro e pelo declínio da moeda norte-americana em relação a
moedas de países emergentes.

INDICADORES FINANCEIROS

* As bolsas da Ásia fecharam mistas. Xangai, -1,44%. Tóquio, +1,13%.

* As bolsas na Europa operam em baixa. Paris, -0,76%. Frankfurt, -0,11%.
Londres, -0,78%.

* O petróleo opera em baixa. Março do WTI em NY: US$ 61,15 barril (-1,03%).

* O dólar opera misto. Euro, +0,08%, iene, +0,25%; libra-esterlina, -0,86%.

MERCADO INTERNO

* O mercado brasileiro de milho registrou preços mais altos nesta quarta-feira,
com a oferta mais reduzida. A colheita da soja vai avançando, o milho vai
sendo um pouco deixado de lado, os fretes vão subindo, e a oferta menor garante
firmeza as cotações, como indica o analista de SAFRAS & Mercado, Paulo
Molinari.

* Nos portos de Paranaguá e Santos, os preços ficaram em R$ 32,50 a saca de
60 quilos. No Paraná, a cotação ficou em R$ 28,00/30,00 a saca em Cascavel.
Em São Paulo, o preço esteve em R$ 30,00/32,00 a saca na Mogiana. Em
Campinas CIF, preço de R$ 35,50.

* No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 31,00/32,00 em Erechim. Em Minas
Gerais, preço em R$ 29,00/30,00 em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$
26,00, em Rio Verde. Em Mato Grosso, preço ficou entre R$ 17,00/20,00 a saca
em Rondonópolis.

Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS