MILHO: Mercado volta atenções ao relatório mensal do USDA – SAFRAS

Porto Alegre, 4 de setembro de 2020 – Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de milho na próxima semana. As dicas são do analista da SAFRAS Consultoria, Paulo Molinari.

– Semana terá o relatório do USDA e os ajustes de produção esperados após a tempestade registrada em Iowa

– O impacto inicialmente esperado é um corte de produção de milho de 15,3 bilhões de bushels para 14,9 bilhões, ou seja, 400 milhões de bushels, ou,  em torno de 10 milhões de toneladas

– Para os estoques finais, um corte de 2,76 bilhões de bushels para 2,46 bilhões, proporcional à produção, mas sugerindo que o USDA reduzirá consumo também

– Basicamente, a quebra de Iowa está precificada na CBOT. Uma surpresa nos dados do USDA em relação ao que o mercado espera é a variável volátil para a semana

– Colheita norte-americana se iniciando, com 10 milhões de toneladas a mais ou a menos não trará alta de preços para a CBOT. Portanto, a pressão de colheita virá à CBOT com possível pressões nas cotações entre US$ 0.10/0.20

– Altas de preços no Brasil, Ucrânia e Argentina, ainda não ajudaram no movimento de recuperação das exportações norte-americanas de milho. Este é um dos fatores preponderantes para CBOT

– No mercado interno, a alta forte dos preços do milho foi gerada por uma forte retenção por parte do produtor. Portanto, retenção exagerada é um sinal de pressão de venda futura

– Como temos avaliado, não há problemas para o abastecimento interno de milho até janeiro. A demanda interna é firme e as exportações estão dentro da projeção de 34/35 mt no ano

– O grande problema de abastecimento interno está no primeiro semestre de 2021

– Portanto, as dívidas de safra e compra de insumos de setembro acaba tendo uma certa pressão de venda nas cooperativas, cerealistas e tradings e pressiona o mercado

– Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo tiveram esta pressão de venda de forma mais clara. Já no Mato Grosso e em Goiás, estados que estão bem vendidos, a pressão foi menor

– Contudo, boa parte do mercado consumidor se abasteceu e no curto prazo ainda podemos ver novas baixas.

– Colheitas de safrinha finalizando, mas pressão de venda pelo produtor contém continuidade das altas do milho.

     Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRASCopyright 2020 – Grupo CMA