MILHO: Mercado interno tem estabilidade e externo digere USDA – SAFRAS

Porto Alegre, 11 de setembro de 2020 – Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de milho na próxima semana. As dicas são do analista da SAFRAS Consultoria, Paulo Molinari.

– Nesta semana de relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o mercado se concentrou nos novos números para a produção norte-americana

– O USDA confirmou a pontual quebra resultante da tempestade ocorrida em Iowa em agosto

– Para o milho o corte de produção foi reduzida de 388 para 378,5 milhões de toneladas, basicamente o esperado pelo mercado

– Os estoques projetados para 20/21 cederam de 70 para 63,6 milhões de toneladas, ainda um grande estoque

– Desta forma, os preços na Bolsa de Chicago seguiram alinhados a US$ 3.60/bushel e sem novo viés de alta

– Isto em função de que a colheita destas 378 milhões de toneladas está apenas começando e trará o seu sazonal efeito de pressão sobre os preços

– A informação nova é de que uma sequência de tufões atingiram o Nordeste da China, principal região produtora de milho e deverá trazer perdas de 7 a 10 milhões de toneladas na safra do país. Nada que deva modificar o ambiente global de preços

– O mercado interno brasileiro encontra-se em um momento de certa estabilização

– Com as vendas dos produtores no início do mês, muitos consumidores conseguiram se abastecer para o curto prazo

– Desta forma, a semana acabou sendo lenta nos negócios

– Ao mesmo tempo, as pressões de venda desapareceram no mercado interno evitando a continuidade de um processo de baixa de preços

– Os embarques programados na exportação superam 6 milhões de toneladas em setembro e mantém o enxugamento das ofertas no país

– O mercado interno agora dependerá destas decisões de venda pelos produtores

– Um dos fatores poderá ser o clima. Se as condições de plantio forem boas em outubro, os produtores podem decidir vender mais milho. Caso contrário, a retenção prosseguirá

– Com o La Niãa avançando para a sua confirmação nas próximas semanas, o clima na safra de verão poderá ser uma variável importante para preços.

     Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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