MERCADO: Milho tem dia de poucos negócios atento a leilões

Porto Alegre, 8 de junho de 2017 – O mercado brasileiro de milho
permaneceu com ritmo lento na comercialização nesta quinta-feira, sem grandes
mudanças nas cotações. As atenções estiveram voltadas para os leilões
realizados pela Conab (Companhia Nacional do Abastecimento). Segundo o
analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o mercado também
esteve ligado à possibilidade de geada na região Sul do país no final desta
semana, alterando o quadro de produtividade em determinadas praças.

Nos portos de Santos e Paranaguá, a referência ficou em R$ 30,00/31,00 a
saca para entrega na safrinha. No Paraná, a cotação ficou em R$ 24,00/25,00 a
saca em Cascavel. Em São Paulo, o preço esteve em R$ 24,50/25,50 a saca na
Mogiana. Em Campinas CIF, preço de R$ 27,00/28,00 a saca.

No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 27,50 em Erechim. Em Minas Gerais,
preço em R$ 26,00 em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$ 22,00 em Rio
Verde. Em Mato Grosso, preço ficou em R$ 14,50/17,50 a saca.

Leilões

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) negociou a totalidade dos
7.400 contratos de opção de venda colocados em leilão através do aviso 124.
O prêmio da operação foi de R$ 40,208 por contrato de 27 toneladas.

A Conab negociou ainda 267 mil toneladas de milho em grãos a granel no
leilão de aviso PEP N 125/17 realizado hoje. A demanda foi de 80,91 % da oferta
de 330 mil toneladas colocadas à venda.

Para o Aviso – PEPRO N 126/2017, foram negociados 589,57 mil toneladas,
representando 73,7% das 800 mil toneladas de milho em grãos a granel ofertadas.

Chicago

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho registrou preços
mistos. Após reabrir e operar ao longo de boa parte do dia com bons ganhos, o
mercado passou a ser pressionado pelas especulações em torno do relatório de
oferta e demanda dos Estados Unidos, a ser divulgado amanhã, às 13hs. A
expectativa de ampla oferta global atuou como fator negativo, enquanto o corte
da safra nos EUA favoreceu os preços.

Para os estoques mundiais, a previsão para 2016/17 deve ser elevada de
223,9 milhões para 224 milhões de toneladas. Para 2017/18, o número deverá
passar de 195,3 milhões para 195,4 milhões de toneladas.

A aposta é de que o USDA indique um número de produção do Brasil de
96,5 milhões de toneladas. Em maio, o número ficou em 96 milhões de
toneladas. Para a Argentina, a previsão é de aumento. O mercado aposta em
elevação de 40 milhões para 40,3 milhões de toneladas.

Analistas e traders consultados pelas agências internacionais indicam
previsão de safra de 14,022 bilhões de bushels nos Estados Unidos, equivalente
a 356,2 milhões de toneladas. Em maio, a indicação era de 14,065 bilhões de
bushels ou 357,73 milhões de toneladas. Em 2016/17, os americanos colheram
15,148 bilhões ou 384,76 milhões.

O mercado projeta estoques 2016/17 de 2,284 bilhões de bushels, o
equivalente a 58,013 milhões de toneladas. Em maio, o USDA indicou estoques
em 2,295 bilhões de bushels ou 58,3 milhões de toneladas. Para 2017/18, o
Departamento deverá indicar estoques em 2,073 bilhões de bushels ou 52,65
milhões de toneladas. No mês anterior, o número ficou em 2,110 bilhões de
bushels ou 53,6 milhões de toneladas.

No início do dia, o mercado foi impulsionado por um movimento de compras
por parte de fundos. Pesou, também, a previsão de tempo quente e seco para os
próximos dias em regiões produtoras norte-americanas, que pode estressar as
lavouras recém cultivadas.

Os contratos de milho com entrega em julho de 2017 eram cotados a US$ 3,85
3/4, com alta de 1,00 centavo de dólar, ou +0,25%, em relação ao fechamento
anterior. A posição setembro de 2017 era cotada a US$ 3,93 1/2, por bushel,
ganho de 1,25 centavo, ou +0,31%.

Câmbio

O dólar comercial fechou a sessão em baixa de 0,24%, cotado a R$ 3,2630
para compra e a R$ 3,2650 para venda. Durante o dia, a moeda norte-americana
oscilou entre a mínima de R$ 3,2630 e a máxima de R$ 3,2900.

Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS