MERCADO MILHO: Relatório do USDA contribui para morosidade no Brasil

Porto Alegre, 8 de fevereiro de 2024 – O mercado brasileiro de milho esteve travado ao longo da quinta-feira. O relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) contribuiu com essa dinâmica. Segundo a SAFRAS Consultoria, os consumidores seguem adotando a mesma postura dos últimos dias, retraídos nas negociações, sinalizando conforto em relação a estoques e esperam por preços mais baixos. Por outro lado, os produtores se mostraram mais cautelosos na fixação de oferta e tentam preços um pouco mais altos, aponta a SAFRAS.

   No Porto de Santos, o preço ficou entre R$ 59,00/65,00 a saca (CIF). Já no Porto de Paranaguá, cotação entre R$ 58,00/64,00 a saca.

   No Paraná, a cotação ficou em R$ 55,00/59,00 a saca em Cascavel. Em São Paulo, preço de R$ 58,00/62,00 na Mogiana. Em Campinas CIF, preço de R$ 63,00/65,00 a saca.

   No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 54,00/56,00 a saca em Erechim. Em Minas Gerais, preço em R$ 59,00/61,00 a saca em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$ 54,00/58,00 a saca em Rio Verde – CIF. No Mato Grosso, preço ficou a R$ 40,00/45,00 a saca em Rondonópolis.

CHICAGO

   A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou a sessão com preços mais baixos. O mercado buscou um direcionamento e oscilou após a divulgação do relatório de oferta e demanda de fevereiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

   Segundo agências internacionais, alguns traders esperavam que uma surpresa no documento deflagrasse um movimento de cobertura de posições. Mas nenhum dado trouxe esta mudança. O mercado segue baixista, pressionado pela sobreoferta, de um modo geral. A queda foi limitada pelo bom desempenho do petróleo em Londres e em Nova York.

   A safra global 2023/24 foi projetada em 1.232,57 milhão de toneladas, abaixo das 1.235,73 milhão de toneladas indicadas em janeiro. O USDA estimou estoques finais da safra mundial 2023/24 em 322,06 milhões de toneladas, abaixo das 325,22 milhões de toneladas indicadas no mês passado e das 324 milhões de toneladas previstas pelo mercado.

   A safra dos Estados Unidos em 2023/24 foi indicada em 389,69 milhões de toneladas, sem alterações ante janeiro. A estimativa de safra brasileira é de 124 milhões de toneladas em 2023/24, abaixo das 127 milhões de toneladas indicadas mês passado. A produção da Argentina deve atingir 55 milhões de toneladas, sem alterações. A Ucrânia manteve sua projeção de safra em 30,5 milhões de toneladas na temporada 2023/24. A África do Sul teve a safra indicada em 16,8 milhões de toneladas, sem mudanças. A China, por sua vez, teve a estimativa de produção para 2023/24 mantida em 288,84 milhões de toneladas.

   Os Estados Unidos deverão colher 15,342 bilhões de bushels na temporada 2023/24, mesmo volume do que foi indicado em janeiro. A produtividade média em 2023/24 deve atingir 177,3 bushels por acres, sem alterações frente ao número estimado no mês passado. A área a ser plantada deve ficar em 94,6 milhões de acres, sem alterações frente ao relatório anterior. A área a ser colhida foi prevista em 86,5 milhões de acres, sem mudanças frente ao mês passado.

   Os estoques finais de passagem da safra 2023/24 foram estimados em 2,172 bilhões de bushels, acima dos 2,162 bilhões de bushels previstos no mês passado e aos 2,134 bilhões de bushels esperados pelo mercado. As exportações em 2023/24 foram indicadas em 2,10 bilhões de bushels, contra os 2,10 bilhões de bushels previstos em janeiro. O uso de milho para a produção de etanol foi indicado em 5,375 bilhões de bushels, sem mudanças ante o mês passado.

   Na sessão, os contratos de milho com entrega em março fecharam a US$ 4,33 1/4 por bushel, baixa de 1,00 centavo de dólar, ou 0,23% em relação ao fechamento anterior. A posição maio de 2024 fechou a sessão a US$ 4,45 por bushel, baixa de 1,50 centavo de dólar, ou 0,33%, em relação ao fechamento anterior.

DÓLAR

   O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,53%, sendo negociado a R$ 4,9946 para venda e a R$ 4,9926 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,9721 e a máxima de R$ 5,0009.

Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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