MERCADO: Milho atento a clima nos EUA e a situação política brasileira

Porto Alegre, 11 de julho de 2017 – O mercado brasileiro de milho voltou
a repercutir nesta terça-feira a situação do clima nos Estados Unidos, além
da conturbada situação política do país. Segundo o analista de SAFRAS &
Mercado, Fernando Henrique Iglesias, com esses fatores de instabilidade, os
produtores em geral optam por não negociar o milho neste momento, aguardando
por definições mais concretas. “Alguns consumidores se deparam com estoques
encurtados neste momento, alterando o perfil de compra”, comenta.

Nos portos de Paranaguá e Santos, os preços ficaram entre R$ 29,00 e R$
29,50 a saca. No Paraná, a cotação ficou em R$ 21,50/23,00 a saca em
Cascavel. Em São Paulo, o preço esteve em R$ 25,00 a saca na Mogiana. Em
Campinas CIF, preço de R$ 28,00 a saca.

No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 26,50/28,50 em Erechim. Em Minas
Gerais, preço em R$ 24,50/26,00 em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$
19,00 em Rio Verde. Em Mato Grosso, preço ficou em R$ 16,50/17,50 a saca em
Rondonópolis.

Chicago

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho registrou preços
predominantemente mais baixos. O mercado foi pressionado por um movimento de
realização de lucros frente aos bons ganhos registrados na última sessão.

Os investidores também estiveram em compasso de espera para a divulgação
do relatório de oferta e demanda de julho do Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos, que ocorre amanhã.

A previsão de analistas e traders consultados por agências internacionais
é que a safra norte-americana 2017/18 seja apontada em 14,074 bilhões de
bushels, acima dos 14,065 bilhões de bushels divulgados em junho, mas abaixo
dos 15,148 bilhões de bushels registrados em 2016/17.

A produtividade média da safra norte-americana deve ser indicada em 168,9
bushels por acre em 2017/18, inferior aos 170,7 bushels por acre previstos em
junho, mas aquém dos 174,6 bushels por acre apontados na temporada passada.

Os estoques de passagem da safra 2016/17 dos Estados Unidos devem ser
apontados em 2,336 bilhões de bushels, superando os 2,295 bilhões de bushels
estimados no relatório de junho. Para a temporada 2017/18, a previsão é de
que o USDA aponte estoques de 2,131 bilhões de bushels, superando os 2,110
bilhões de bushels previstos no mês passado.

Mundo

Para a safra mundial 2016/17, analistas e traders estimam que os estoques
sejam apontados em 225,7 milhões de toneladas, acima das 224,6 milhões de
toneladas apontadas em junho. Para a temporada 2017/18 a expectativa é de que
os estoques globais sejam indicados em 195,2 milhões de toneladas, acima das
194,3 milhões de toneladas apontadas em junho.

Analistas também apostam que o Departamento irá revisar as estimativas de
produção de milho do Brasil, que deve ser apontada em 97,5 milhões de
toneladas, superando as 97 milhões de toneladas indicadas em junho. Para a
Argentina a expectativa é de que a safra 2016/17 seja mantida em 40 milhões de
toneladas.

Os contratos de milho com entrega em setembro eram cotados a US$ 4,01, com
baixa de 1,00 centavo de dólar, ou -0,24%, em relação ao fechamento anterior.
A posição dezembro de 2017 era cotada a US$ 4,13 1/2, por bushel, ganho de
1,25 centavo, ou -0,3%.

Câmbio

O dólar comercial fechou a sessão com queda de 0,21%, cotado a R$ 3,2520
para compra e a R$ 3,2540 para venda. Durante o dia, a moeda norte-americana
oscilou entre a mínima de R$ 3,2480 e a máxima de R$ 3,2710.

Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS