SEMANA FRANGO: Com maior atratividade para consumo, preços seguem recuperação

Porto Alegre, 22 de setembro de 2023 – O mercado brasileiro de frango registrou preços mais altos tanto para o frango vivo quanto para os cortes negociados no atacado e na distribuição, se comparados à semana anterior. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, os preços apresentam acomodação e o ambiente de negócios aponta para alguma alta das indicações no curto prazo.

   A notícia da semana é que o Japão suspendeu as compras de produtos avícolas do Mato Grosso do Sul. Segundo Iglesias, mais uma vez foi uma decisão em desacordo com o protocolo sanitário estabelecido pela OMSA. “Aves de fundo de quintal não deveriam gerar desdobramentos negativos para as exportações brasileiras”, explica o analista.

   Em apresentação na sexta edição do SAFRAS Agri Week, o analista disse que os meses de agosto e setembro vêm sendo pautados por uma boa recuperação dos preços da avicultura. “Tamanha é a recuperação no quesito preço que a carne de frango até perdeu um pouco da competitividade em relação às proteínas concorrentes”, salientou Iglesias. Os preços da carne de frango no varejo, no entanto, ainda são muito atrativos para a parcela da população de menor poder de compra. “Então vamos continuar convivendo com essa preferência da população, principalmente daquele consumidor de menor renda, que vai continuar escolhendo a carne de frango, mais acessível em relação às principais concorrentes”, completou.

   Conforme Iglesias, a redução nos custos da nutrição animal é a grande notícia do ano para os avicultores. “Depois de anos difíceis em relação aos custos, agora o setor começa a conviver com custos mais baixos, com uma situação um pouquinho melhor e mais tranquila neste ponto”, disse Iglesias.

   Já a exportação de carne de frango é o grande destaque do setor em 2023. A Consultoria SAFRAS & Mercado estima que os embarques totais brasileiros nesse ano devem superar a marca de cinco milhões de toneladas, se mantido o ritmo atual. “O Brasil consegue manter um ritmo mensal de exportação de mais de 400 mil toneladas, vendendo carne de frango para mais de 100 países. Vamos nos manter na liderança global de exportação de carne de frango nos próximos anos. Somos a melhor opção de fornecimento dessa proteína animal”, exaltou o analista.

   “Resta apenas torcermos para que não haja algum problema relacionado com a influenza aviária em grandes granjas comerciais. Aliás, este segue sendo um ponto de atenção muito importante, pois dentro do mercado brasileiro já tivemos 106 casos de influenza confirmados”, ponderou Iglesias.

Exportações

   As exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas do Brasil renderam US$ 428,749 milhões em setembro até agora (10 dias úteis), com média diária de US$ 42,875 milhões. A quantidade total exportada pelo país chega a 240,753 mil toneladas, com média diária de 24,075 mil toneladas. O preço médio da tonelada está em US$ 1.780,90.

   Em relação a setembro de 2022, há incremento de 19,5% no valor médio diário, avanço de 38,8% na quantidade média diária e recuo de 13,9% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Preços internos

   Segundo levantamento de SAFRAS & Mercado, no atacado de São Paulo os preços dos cortes congelados de frango tiveram mudanças ao longo da semana. O preço do quilo do peito no atacado teve aumento de R$ 7,60 para R$ 8,00, o quilo da coxa de R$ 6,70 para R$ 7,00 e o quilo da asa avançou de R$ 10,50 para R$ 11,00. Na distribuição, o preço do quilo do peito teve alta de R$ 7,80 para R$ 8,20, o quilo da coxa de R$ 6,90 para R$ 7,20 e o quilo da asa de R$ 10,80 para R$ 11,20.

   Nos cortes resfriados vendidos no atacado, o cenário da semana também apresentou altera-ções nas cotações. No atacado, o preço do quilo do peito teve elevação de R$ 7,70 para R$ 8,10, o quilo da coxa de R$ 6,80 para R$ 7,10 e quilo da asa subiu de R$ 10,60 para R$ 11,10. Na distribuição, o preço do quilo do peito teve valorização de R$ 7,90 para R$ 8,30, o quilo da coxa de R$ 7,00 para R$ 7,30 e o quilo da asa progrediu de R$ 10,90 para R$ 11,30.

   O levantamento semanal realizado por SAFRAS & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil apontou que, em Minas Gerais, o quilo vivo registrou estabilidade de R$ 4,95 e, em São Paulo, de R$ 5,00.

   Na integração catarinense a cotação do frango ficou em R$ 4,40. Na integração do oeste do Paraná, a cotação continuou em R$ 4,40 e na integração do Rio Grande do Sul em R$ 4,80.

   No Mato Grosso do Sul, o preço do quilo vivo do frango se manteve em R$ 4,90, em Goiás em R$ 4,95 e no Distrito Federal em R$ 4,95.

   Em Pernambuco, o quilo vivo teve estabilidade de R$ 5,20, no Ceará de R$ 5,20 e, no Pará, de R$ 5,10.

Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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