CÂMBIO: Dólar fecha em queda, mas ruídos domésticos e incertezas globais preocupam

   Porto Alegre, 3 de março de 2023 – O dólar fechou em queda de 0,11%, cotado a R$ 5,1990. A moeda refletiu, ao longo do dia, o temor de um ciclo contracionista mais longo, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. O cenário político interno segue ruidoso, com o atrito entre o Governo e o Banco Central (BC). Na semana, a moeda norte-americana teve valorização de 0,02%.

   Segundo o especialista da Valor Investimentos Ramon Coser, “um dos principais fatores é a taxa de juros norte-americana, com o (presidente do Fed, Jerome) Powell falando que está disposto a tomar qualquer medida para conter a inflação”.

   Coser, contudo, entende que os ruídos políticos internos não permitem que o real deslanche: “O Brasil poderia ser uma oportunidade. O grande investidor olha a interferência no BC e Petrobras com cautela. Enquanto não tiver um arcabouço fiscal definido, passando serenidade e confiança, o dólar pode continuar ganhando força”, opina.

   De acordo com o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “é uma performance tímida do real, com o dólar perdendo globalmente. Estamos com certo atraso em relação aos pares, com o risco político tendo pesado bastante”.

   Borsoi acredita que a economia chinesa tem ajudado a impulsionar as moedas emergentes ligadas às commodities, como o real, mas que a inflação na Europa aumenta as expectativas que o Banco Central Europeu (BCE) seja mais duro no ciclo de aperto monetário.

   Para a economista do Banco Ourinvest Cristiane Quartaroli, “os mercados lá foram iniciaram o dia com um tom mais positivo após os PMI positivos na Europa”. O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de Serviços na Eurozona, que subiu 52,7 pontos em fevereiro ante janeiro e o PMI de Serviços na Alemanha foi a 50,7 pontos no mesmo período

   “Este bom humor externo pode aliviar um pouco a aversão ao risco local por conta da pressão do Governo sobre o BC”, aponta Quartaroli, que chama ainda chama a atenção para a chance de aumento dos juros na Europa e Estados Unidos, o que pode afetar o humor do mercado. As informações são da Agência CMA.

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