São Paulo, 11 de março de 2021 – O dólar comercial acelerou as perdas frente ao real e renovou mínimas sucessivas a R$ 5,54 acompanhando o bom humor que prevalece no exterior e que derruba a divisa norte-americana em relação aos pares e às moedas de países emergentes após a aprovação do pacote de estímulo fiscal de US$ 1,9 trilhão nos Estados Unidos e após a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) que fortalece o euro. Aqui, somado aos fatores externos, há ajuste técnico após as altas recentes e com as intervenções do Banco Central (BC).

  Às 14h50 (de Brasília), a moeda estrangeira tinha forte queda de 2,03%, cotada a R$ 5,5400 para venda no mercado à vista, após renovar mínimas a R$ 5,5380 (-2,07%). O contrato para abril recuava 2,35%, a R$ 5,5455. Lá fora, o Dollar Index caía 0,35%, aos 91,500 pontos. Entre as divisas emergentes, o peso mexicano acelerou a alta e subia 1%.

   “O dólar recuava forte em reflexo do bom humor externo após a aprovação final do pacote de estímulo trilionário para a economia norte-americana e aqui, após dias de estresse no câmbio, há um desmonte de posições também respeitando os leilões do BC”, comenta o diretor de uma corretora nacional.

   Na primeira hora de negócios, o BC realizou um leilão de swap cambial tradicional – equivalente à venda de dólares no mercado futuro – no qual colocou US$ 1,0 bilhão no mercado. Ontem, a autoridade monetária fez a mesma operação, além de um leilão de venda de dólares no mercado à vista, intervenções que deixaram investidores locais surpresos.

   Na Europa, o BCE anunciou que vai acelerar as compras de ativos no próximo semestre para evitar o aperto de condições financeiras, além de manter o tamanho do programa de compra de emergência pandêmica (PEPP, na sigla em inglês) inalterado em 1,850 trilhão de euros, bem como as taxas de juros de referência.