CÂMBIO: Alta global das commodities derruba dólar

Porto Alegre, 21 de março de 2022 – O dólar opera em queda, com rumo definido. A alta global das commodities, em um cenário com baixa aversão ao risco, beneficiam a moeda brasileira.

 Para o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Leal, “o movimento de hoje está mostrando que o que vale, neste momento, são as commodities. O problema é quando ocorrer um clima de aversão ao risco”. O economista acredita que este quadro com uma piora no conflito na Ucrânia ou uma eventual queda das commodities.

 Leal crê que, de certo, o Brasil se beneficia com a tensão geopolítica, principalmente por estar localizado distante dele. “O aumento das commodities deve impactar positivamente o câmbio para este ano, mas em 2023 deve ocorrer o inverso”, projeta.

  De acordo com a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “o cenário de alta das commodities é favorável, o que é reforçado pela alta da Selic (taxa básica de juros), que deve ir a 12,75% na reunião de maio”.

 Abdelmalack explica que a continuidade do conflito no leste europeu é benéfica para o Brasil: “Isso aumenta a perspectiva de um quadro inflacionário mais persistente, e faz com que a bolsa brasileira, em especial as empresas de commodities, continue sendo, aos olhos dos estrangeiros, uma boa oportunidade”, analisa.

 Para a economista e estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, “embora o noticiário do final de semana tenha trazido alguns poucos sinais de esperança para o fim do conflito, as tentativas anteriores sem resultado positivo deixam um ar de insegurança e cautela nos mercados nesta semana”.

  A disparada da inflação global, pontua Quartaroli, é preocupante: “Há a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) poderia aumentar os juros de maneira mais agressiva”. Ela considera os comentários que os comentários do presidente da instituição, Jerome Powell, hoje e na próxima quarta-feira, terão impacto direto no dólar.

  Há pouco, o dólar comercial caía 1,27%, cotado a R$ 4,9530 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana om vencimento em abril de 2022 recuava 1,53%, cotado a R$ 4.967,50.

    As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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