Trigo avalia câmbio no Brasil e na Argentina e safra doméstica

   Porto Alegre, 24 de setembro de 2019 – O mercado brasileiro de trigo avalia tanto a volatilidade cambial, no Brasil e na Argentina, principal fornecedora de trigo ao Brasil, como a entrada da safra doméstica, antecipada em relação à temporada anterior e à média dos últimos anos para o período no estado do Paraná, que pode levar a uma maior pressão de oferta sobre os preços de forma adiantada.

   Além disso, o ingresso de safra no Rio Grande do Sul, segundo maior produtor nacional deverá iniciar nas próximas semanas, mesmo que de maneira menos representativa.

  “Dentro desta conjuntura ainda é necessário avaliar o potencial produtivo do país, já que as condições das lavouras vêm piorando de maneira geral no estado paranaense ao longo das últimas semanas”, disse o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro.

  Com isso, há possibilidade de uma redução final da produtividade no maior estado produtor do país, que traria impacto significativo ao quadro de oferta nacional. Além de este fator favorecer uma elevação de preços no âmbito doméstico, por si só, ou ao menos minimizar o viés baixista do ingresso de safra, isto acarretaria numa maior necessidade de importações, potencializando o impacto cambial no mercado interno. Isso ocorre devido à elevação, ou redução dos custos de importação, deixando os agentes compradores mais atentos as oscilações de preços pelas paridades de importação, buscando momentos mais atrativos para negociar.

     Chicago

    A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços mais baixos. Um movimento de vendas técnicas determinou a quarta sessão consecutiva de preços no território negativo. A ampla oferta mundial do cereal completou o cenário negativo.

   O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou relatório sobre a evolução da colheita das lavouras de trigo primavera. Até 22 de setembro, a colheita estava apontada em 87%. Analistas esperavam 83%. Em igual período do ano passado, o número estava em 99% e a média dos últimos cinco anos é de 97%. Na semana anterior, o USDA indicava colheita em 76%.

    O USDA divulgou também a evolução do plantio das lavouras de trigo de inverno. Até 22 de setembro, a semeadura estava apontada em 22%. Em igual período do ano passado, o número estava em 26% e a média dos últimos cinco anos é de 24%. Na semana passada, o plantio era de 8%.

   Os contratos com entrega em dezembro eram cotados a US$ 4,81  por bushel, baixa de 1,25 centavos de dólar, ou 0,25%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em março de 2020 eram negociados a US$ 4,88 1/2, recuo de 1,50 centavo de dólar, ou 0,30%.

    Câmbio

   O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com baixa de 0,04%, sendo negociado a R$ 4,1700 para venda e a R$ 4,1680 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,1530 e a máxima de R$ 4,1850.

    Agenda de quarta-feira

– O IBGE divulga às 9h os dados sobre o índice de preços ao produtor referentes a agosto.

– A posição dos estoques de petróleo dos EUA até sexta-feira da semana passada será publicada às 11h30min pelo Departamento de Energia (DoE).

– Dados semanais sobre a safra de grãos e café do Paraná (Deral), na parte da manhã.

     Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS