SEMANA: Mercado avalia lavouras de trigo do PR e taxas na Argentina

Porto Alegre, 6 de setembro de 2018 – O mercado brasileiro avalia a
situação das lavouras do país, bem como possíveis novas alterações do
quadro do potencial produtivo, seja por recuperações das lavouras, ou por
novas intempéries climáticas que possam afetá-las.

Além disso, segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro, o
mercado nacional começa a reagir frente ao anuncio do governo argentino, que
voltará a taxar as exportações do país, trazendo maior competitividade ao
trigo brasileiro, devido aos custos mais elevados para importação por parte
dos compradores nacionais. “Apesar disso, recuperações mais acentuadas são,
dentro do qual quadro, minimizadas pela taxa cambial elevada, acima dos R$
4,10”, observou.

Paraná

O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da
Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório mensal,
que a colheita da safra 2017/18 de trigo do Paraná iniciou e atinge 2% da área
estimada de 1,096 milhão de hectares, que deve subir 14% frente aos 964,347
mil hectares cultivados na temporada anterior.

O Deral informa ainda que 42% das lavouras de trigo estão em boas
condições, 36% em situação média e 22% em situação ruim, divididas entre
as fases de desenvolvimento vegetativo (12%), floração (18%), frutificação
(46%) e maturação (24%).

O Paraná deve registrar uma produção de 2,992 milhões de toneladas de
trigo, avanço de 33% frente ao ano anterior, de 2,244 milhões de toneladas. A
produtividade média deve subir 16%, chegando a 2.73 quilos por hectare,
superando os 2.35 quilos por hectare da temporada passada.

Argentina

Produtores da Argentina podem ter que adiar suas vendas de trigo e plantar
menos milho neste ano, após o anúncio do governo, nesta segunda-feira (3) de
taxar, em aproximadamente 10%, as exportações de grãos. A medida é parte de
um programa de austeridade para frear a derrocada do peso argentino em relação
ao dólar.

As ações anunciadas pelo presidente Mauricio Macri incluem uma taxa de 4
pesos por dólar em exportações de trigo e milho. Isso, atualmente, equivale a
cerca de 10%, mas pode diminuir caso o peso continue se desvalorizando.

Rússia e Egito

O Egito importou 60 mil toneladas de trigo da Rússia, via licitação
internacional, nesta quarta-feira. O negócio, fechado pela estatal egípcia
responsável, a GASC, envolveu um lote do grão, ofertado pela trading Garant
Logistic a US$ 217,90 por tonelada, excluindo os custos de frete. Incluindo o
frete, o valor ficou em US$ 235,00. Além desta, houveram mais 11 ofertas na
operação, sendo 10 de trigo russo. Os embarques estão previstos para entre 21
e 30 de outubro.

As exportações de trigo da Rússia totalizaram 8,17 milhões de toneladas
entre o início da temporada, em 1o de julho, e o último dia 29. Segundo o
ministério da agricultura do país, o volume é 60% superior ao exportado no
mesmo período do ano passado. A colheita e a exportação foram antecipadas
graças às temperaturas mais altas do que o normal e pelo clima seco em maio e
junho.

Esse clima também afetou a produção. As chuvas durante a colheita,
especialmente em regiões centrais, reduziram a qualidade. A produção de trigo
da Rússia, neste ano comercial, é projetada entre 68 e 70 milhões de
toneladas, abaixo do recorde do ano passado, de 85 milhões de toneladas.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS