Porto Alegre, 12 de setembro de 2023 – O clima segue no foco das atenções dos agentes do mercado de trigo. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, essas incertezas já podem ser sentidas no posicionamento dos agentes de mercado.
No Paraná, os produtores passaram a liquidar milho e segurar trigo. “A aposta é de que, com eventuais perdas em outras regiões, quem tiver o cereal de inverno com boa qualidade poderá encontrar momentos mais atrativos para a comercializar. Os moinhos, de um modo geral, também não têm demonstrado grande apetite comprador neste momento. A questão de espaço nos armazéns é um ponto sensível”, disse. As indicações de preços no Paraná ficam em torno de R$ 1.000/tonelada no FOB (safra nova).
No Rio Grande do Sul os agentes estão fora do mercado. Na última sexta-feira foi reportado negócio a R$ 1.180/tonelada sobre rodas em Rio Grande/RS para embarque em novembro/dezembro e pagamento em janeiro. Neste início de semana, nas mesmas condições, a oferta era a R$ 1.130/tonelada. Esse valor corresponde a cerca de R$ 985/tonelada no interior do estado. Safra velha tem indicação de R$ 1.100/tonelada no FOB.
Chicago
A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços mais altos. O mercado operava em forte alta até a divulgação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), publicado às 13h. Após muita volatilidade, os contratos se consolidaram no território positivo.
O documento indicou redução expressiva na produção e nos estoques globais do grão. Importantes fornecedores mundiais tiveram suas safras e exportações cortadas.
A produção do cereal nos Estados Unidos em 2023/24 é estimada em 1,734 bilhão de bushels, mesmo número de agosto. Para a safra 2022/23, a produção estadunidense ficou em 1,65 bilhão de bushels. Os estoques finais do país em 2023/24 foram projetados em 615 milhões de bushels. O mercado esperava 614 milhões. Em agosto, foram 615 milhões. Em 22/23, 580 milhões de bushels.
A produção mundial de trigo em 2023/24 é estimada em 787,34 milhões de toneladas, abaixo das 793,37 milhões estimadas em agosto. Para 2022/23, a estimativa ficou em 790,59 milhões de toneladas. Os estoques finais globais em 2023/24 foram estimados em 258,61 milhões de toneladas, contra 265,61 milhões em agosto. O mercado esperava 265 milhões de toneladas. Para 2022/23, as reservas finais foram estimadas em 267,13 milhões de toneladas, enquanto a expectativa era de 268,3 milhões.
No fechamento, os contratos com entrega em dezembro eram cotados a US$ 5,87 1/2 por bushel, alta de 3,00 centavos de dólar, ou 0,51%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em março de 2024 eram negociados a US$ 6,14 por bushel, ganho de 3,25 centavos, ou 0,53% em relação ao fechamento anterior.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,47%, sendo negociado a R$ 4,9540 para venda e a R$ 4,9520 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,9353 e a máxima de R$ 4,9678.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2023 – Grupo CMA