Porto Alegre, 16 de abril de 2021 – Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da SAFRAS Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque.

– Os players do mercado da soja dividem suas atenções entre o clima para o início dos trabalhos de plantio da nova safra norte-americana, movimentos da demanda chinesa no mercado internacional e o avanço da colheita na Argentina. A entrada da nova safra brasileira e notícias sobre a PSA na China completam o quadro de fatores.

– O clima sobre o cinturão produtor norte-americano ganha, a cada dia, mais força como fator. Enquanto o plantio da nova safra de soja deve começar na última semana de abril, a semeadura do milho já evolui. O clima tem sido bastante favorável para a evolução dos trabalhos e para o desenvolvimento inicial das lavouras já semeadas, não havendo falta ou excesso de umidade de nos principais estados produtores. As previsões apontam para a manutenção desse quadro nas próximas duas semanas, o que deverá favorecer o início do plantio da soja.

– O grande ponto é que uma boa evolução do plantio de milho nas próximas semanas aumenta a possibilidade de haver transferências de áreas de soja para o cereal, visto a tendência de que os trabalhos de milho ocorram dentro da janela ideal. Caso o clima piore e ocorram atrasos no milho, é possível vermos o movimento contrário: transferências de área do cereal para a oleaginosa. Este ponto será fundamental para sabermos qual será o verdadeiro potencial da nova safra norte-americana de soja, que pode novamente ser recorde.

– No Brasil, os trabalhos de colheita entram na reta final sem grandes problemas. Há registro de grandes produtividades médias na maioria dos estados, o que nos leva a uma safra brasileira cheia e recorde. Na Argentina, o clima mais úmido da última semana atrapalhou a evolução dos trabalhos, que permanecem atrasados frente à média. As previsões apontam para mais uma semana de clima úmido, o que deve continuar atrapalhando a evolução das máquinas nas principais províncias. A safra argentina ainda não está definida, e as perdas ainda podem aumentar.

     Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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