SOJA: Mercado digere USDA e segue focado em relação EUA-China – SAFRAS

Porto Alegre, 11 de fevereiro de 2019 – Acompanhe abaixo os fatos que
deverão merecer a atenção do mercado de soja na próxima semana. As dicas
são do analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Roque.

– O mercado permanece com as atenções voltadas para os novos capítulos da
guerra comercial entre Estados unidos e China. O relatório do Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado na última sexta-feira (8),
ainda deve trazer algum impacto, com os players digerindo os novos números. A
demanda pela soja norte-americana e a evolução da safra sul americana
completam o quadro de fatores importantes

– Uma nova rodada de negociações entre representantes do alto escalão dos
governos dos EUA e da China irá ocorrer em Pequim nesta semana, nos dias 14
e 15. Novidades são esperadas, mas dificilmente um acordo será fechado

– O mercado demonstra certo otimismo com a nova reunião, mas também vê com
maus olhos as indicações de que um encontro entre os presidentes Donald Trump
e Xi Jinping não irá ocorrer antes do final do prazo da trégua entre os
países, dia 1 de março. Tal fato leva o mercado a acreditar que as tarifas
norte-americanas sobre produtos chineses serão efetivamente elevadas a partir
do dia 2 de março, o que pode dificultar as negociações e distanciar
novamente os países. Esta mistura de otimismo com pessimismo tem mantido os
contratos futuros em Chicago sem rumo definido

– As novas vendas de soja dos EUA para a China, anunciadas na última semana,
confirmaram os rumores levantados recentemente, e foram um indicativo positivo
para o mercado. Mais de 5 milhões de toneladas de soja americana foram
compradas por importadores chineses. É importante que novas vendas sejam
anunciadas nos próximos dias para a manutenção de um suporte em Chicago

– No lado da oferta, os trabalhos de colheita da nova safra brasileira continuam
como fator paralelo. As perdas acumuladas até agora no Brasil não são
suficientes para trazer grande impacto em Chicago, visto que a safra argentina
se desenvolve bem. Apenas o aumento das perdas no Brasil, superando 10
milhões de toneladas, pode tornar o fator safra brasileira mais relevante. O
quadro atual aponta para perdas de 6,5 milhões de toneladas, e a melhora
climática registrada nas últimas semanas pode impedir que as perdas avancem de
forma importante.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS