SOJA: Mercado acompanha pandemia, dólar e tensões comerciais – SAFRAS

    Porto Alegre, 15 de maio de 2020 – Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da SAFRAS Consultoria, Luiz Fernando Roque.

– A evolução e os impactos da pandemia do novo coronavírus permanecem com fatores centrais para os mercados mundiais. Paralelamente, os players da soja avaliam o clima e a evolução do plantio da nova safra norte-americana, assim como os movimentos da demanda chinesa no mercado internacional e as tensões entre Estados Unidos e China. No Brasil, notícias políticas voltam a ganhar destaque.

– Os trabalhos de plantio da nova safra dos EUA continuam evoluindo em ritmo acelerado. Apesar de a umidade registrada na primeira semana de maio ter impedido um melhor avanço das máquinas no cinturão produtor, o percentual de área semeada até o momento permanece acima da média normal para este período. Não há grandes problemas registrados até agora, fato que impede que Chicago ganhe fôlego, mesmo que pontual. A antecipação da semeadura tende a diminuir a ocorrência de problemas climáticos maiores na colheita, como geadas e neve, trazendo uma janela mais tranquila para o desenvolvimento das lavouras. É possível, ainda, que uma janela maior para a semeadura abra espaço para o plantio de áreas que não seriam inicialmente semeadas, elevando ainda mais a área final. Ainda é cedo para definições, mas o contexto inicial da nova safra dos EUA é bastante promissor.

– Os players também olham com atenção para as tensões entre EUA e China. Trump continua elevando o tom contra o governo chinês, colocando a responsabilidade da pandemia na conta da China. Apesar disso, a China vem dando sinais de boa vontade no comércio, dando a entender que não tem interesse em retomar a guerra comercial. De qualquer maneira, devemos ficar atentos aos movimentos do governo norte-americano, ainda mais em ano de eleição.

– No Brasil, o recente pedido de demissão de mais um ministro da saúde volta a trazer instabilidade política. Este é mais um fator que traz sustentação para o câmbio, que parece não ter espaço para grandes correções negativas, mas sim para continuar subindo. Os preços internos devem permanecer firmes, acompanhando a moeda norte-americana.

     Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS