SOJA: Conversas EUA-China e safra sul-americana seguem no foco – SAFRAS

Porto Alegre, 15 de março de 2019 – Acompanhe abaixo os fatos que deverão
merecer a atenção do mercado de soja na próxima semana. As dicas são do
analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Roque:

– As atenções do mercado permanecem voltadas para os novos capítulos da
guerra comercial entre EUA e China. Sinais de demanda chinesa pela soja dos
EUA neste contexto ganham grande importância. O desenvolvimento final da safra
sul-americana completa o quadro de fatores.

– A semana foi de certa recuperação nos contratos futuros em Chicago com o
retorno do otimismo em relação às negociações entre EUA e China rumo a um
acordo comercial. Embora notícias recentes indiquem que o encontro entre os
presidentes Donald Trump e Xi Jinping ocorrerá apenas em abril, as
negociações continuam evoluindo entre representantes do alto escalão dos
governos de ambos os países. A sinalização de um avanço na questão
envolvendo a propriedade intelectual, fator-chave das discussões, é bastante
positivo.

– Embora o mercado renove as esperanças, apenas fatos concretos irão trazer
fôlego para Chicago. A promessa de compras chinesas de soja norte-americana
totalizando 10 milhões de toneladas precisa evoluir para anúncios oficiais.
Nesta semana, apenas 1 milhão de toneladas foi confirmada.

– É provável que novos anúncios ocorram na próxima semana, o que deverá ser
positivo para as cotações, mesmo que de forma limitada. Não ocorrendo
anúncios, voltaremos a ver Chicago pressionado.

– A safra da América do Sul caminha para a reta final de seu desenvolvimento. A
melhora climática registrada desde o início de fevereiro no Brasil parece ter
impedido o aumento das perdas produtivas, trazendo um panorama favorável para
as lavouras semeadas tardiamente ao redor do país. Não devemos ter mais
cortes relevantes do tamanho da safra brasileira, que deve se consolidar entre
115 e 116 milhões de toneladas.

– Na Argentina, a safra se encaminha para ser cheia ou com perdas pouco
expressivas, devendo totalizar 55 milhões de toneladas. Neste contexto, a
oferta sulamericana deverá ser superior à do ano passado, fator que pesa sobre
as cotações internas de Brasil e Argentina.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS