SOJA: América do Sul e demanda chinesa centralizam atenções-SAFRAS

   Porto Alegre, 19 de fevereiro de 2021 – Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da SAFRAS Consultoria, Gil Barabach.

– A soja em Chicago segue de lado, esperando o avanço da colheita brasileira, a definição da safra na Argentina e os próximos movimentos da China no mercado. Enquanto isso, embora volátil, continua respeitando um intervalo estreito de atuação. O avanço da colheita no Brasil deve servir de gatilho para uma movimentação mais intensa da China em direção a América do Sul. E isso deve favorecer uma acomodação negativa nos preços da soja na bolsa norte-americana

– A soja na CBOT sustenta um bom aspecto técnico, em típico movimento de consolidação lateral. A posição Maio/21 encontra 1 suporte em US$ 13,33 e o 2o em 12,97 bu. E deve enfrentar 1a resistência em US$ 14,06 e a 2a em 14,44 bu.

– O Fórum do USDA confirmou as expectativas e indicou aumento forte na área plantada de soja nos EUA em 2021 (+8,3%). No combo, indica não só o aumento na área como também a elevação na produção e recuperação dos estoques. Os estoques não subiram tanto como esperado, por conta da maior demanda. Tudo isso precisa ser confirmado, o que depende, entre outras coisas, do clima, mas sem dúvida, traz um viés negativo aos preços. Muito embora os baixos estoques atuais nos EUA devem servir como contraponto, suavizando a pressão sobre as cotações

– Mas o foco atual do mercado é a América do Sul, iniciando pela safra brasileira. O prêmio pago pela soja brasileira em Paranaguá recuou significativamente, girando entre +16 a +24 cents para embarque maio. Um patamar bem inferior aos +52 cents do final de janeiro. Para posições imediatas a soja brasileira é bidada a -5 enquanto a oferta pede +15 cents/bu.

– O tombo no prêmio forja um realinhamento negativo nos preços físicos internos. E assim, a soja em Rondonópolis caiu a R$ 153 a saca no disponível, contra R$ 158 na semana passada. A falta de direção na CBOT e a volatilidade cambial servem como contraponto aliviando a pressão sobre o mercado, que deve aumentar com a melhora na oferta disponível

– O dólar segue em crise de direção, atento à cena externa e preocupado com o risco fiscal interno. E deve seguir volátil, pelo menos no curto prazo, o que pode ser bom para o preço da soja. Já a leitura mais longa aponta para um dólar mais fraco