SEMANA: Dólar ameaça R$ 6,00 e sustenta preços da soja no Brasil

   Porto Alegre, 15 de maio de 2020 – O mercado brasileiro de soja teve mais uma semana de preços batendo em patamares históricos e de boa movimentação. O câmbio segue sendo o principal motivador para a comercialização, permanecendo acima de R$ 5,80 e se aproximando, durante a semana, da casa de R$ 6,00.

    Com isso os preços nos portos voltaram a subir, com a saca de 60 quilos atingindo R$ 116,00 em Rio Grande e R$ 114,50 em Paranaguá. A movimentação, em sua maioria, envolve negócios a partir de agosto e com interesse se estendendo para 2021.

    A semana foi marcada ainda pelo primeiro relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) com dados de oferta e demanda mundial e americana para 2021.

   O relatório de maio indicou que a safra dos Estados Unidos de soja deverá ficar em 4,125 bilhões de bushels em 2020/21, o equivalente a 112,26 milhões de toneladas. Este foi o primeiro número para a temporada. O mercado apostava em previsão de 4,120 bilhões ou 112,13 milhões.

    Os estoques finais estão estimados em 405 milhões de bushels ou 11,022 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 452 milhões ou 12,3 milhões de toneladas. O USDA indicou esmagamento em 2,13 bilhões de bushels e exportação de 2,05 bilhões.

    A produção 2019/20 está estimada em 3,557 bilhões de bushels. Os estoques finais em 2019/20 estão projetados em 580 milhões de bushels, enquanto o mercado apostava em 501 milhões. O esmagamento está estimado em 2,125 bilhões e as exportações em 1,675 bilhões de bushels.

    O USDA projetou safra mundial de soja em 2020/21 de 362,76 milhões de toneladas. Esta foi a primeira estimativa para a temporada.

    Os estoques finais estão estimados em 98,39 milhões de toneladas. O mercado esperava por estoques finais de 104 milhões de toneladas.

   A projeção do USDA aposta em safra americana de 112,26 milhões de toneladas. Para o Brasil, a previsão é de uma produção de 131 milhões de toneladas. A Argentina deverá produzir 53,5 milhões de toneladas. A estimativa para as importações chinesas em 2020/21 é de 96 milhões de toneladas.

    Para 2019/20, o USDA indicou safra de 336,11 milhões de toneladas. Os estoques finais estão projetados em 100,27 milhões de toneladas, enquanto o mercado apostava em 100,1 milhões. A safra brasileira teve sua estimativa reduzida de 124,5 milhões para 124 milhões de toneladas. O mercado previa número de 123 milhões.

   A safra argentina foi cortada de 52 milhões para 51 milhões de toneladas, dentro do esperado pelo mercado. As importações chinesas foram estimadas em 92 milhões de toneladas.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS