MERCADO:Soja tem preços firmes com alta dos prêmios, apesar de dólar e CBOT

Porto Alegre, 28 de junho de 2018 – O mercado brasileiro de soja teve uma
quinta-feira de preços firmes, de estáveis a mais altos. Apesar da queda na
Bolsa de Chicago e da baixa do dólar, as cotações se sustentaram no mercado
nacional diante da elevação nos prêmios de exportação. O mercado permaneceu
sem negócios, ainda com a indefinição em torno da tabela dos fretes, com a
reunião de hoje mantendo sem solução a questão.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos avançou de R$ 77,50 para R$
79,00. Na região das Missões, a cotação subiu de R$ 77,00 para R$ 78,00. No
porto de Rio Grande, as cotações passaram de R$ 84,50 para R$ 86,00.

Em Cascavel, no Paraná, o preço subiu de R$ 77,00 para R$ 78,50 a saca.
No porto de Paranaguá (PR), a saca avançou de R$ 85,00 para R$ 86,00.

Em Rondonópolis (MT), a saca se manteve em R$ 69,00. Em Dourados(MS), a
cotação avançou de R$ 72,00 para R$ 72,50. Em Rio Verde (GO), a saca seguiu
em R$ 69,00.

Chicago

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago
(CBOT) fecharam a quinta-feira em baixa. O resultado das exportações semanais
e a expectativa de aumento na área a ser plantada nos Estados Unidos
pressionaram o mercado.

Em relação às exportações, o destaque foi o cancelamento de 120 mil
toneladas de vendas à China, reforçando às preocupações em torno da guerra
comercial entre os dois países. Sobre o relatório de área plantada, que será
divulgado amanhã pelo USDA, a projeção é de uma área acima da indicada no
relatório de intenção de plantio.

As exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à
temporada 2017/18, com início em 1 de setembro, ficaram em 358.500 toneladas
na semana encerrada em 21 de junho. O número ficou 19% superior à semana
anterior e 14% acima da média das últimas quatro semanas. Para a temporada
2018/19, foram mais 642.300 toneladas. As informações foram divulgadas pelo
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

O USDA deverá indicar uma área plantada norte-americana com soja de 89,8
milhões de acres, com recuo sobre o ano anterior e leve alta na comparação
com a intenção de plantio, divulgado em março. A previsão é compartilhada
por analistas e corretores consultados pelas agências internacionais. Segundo a
consulta, o Departamento deverá indicar área de 89,789 milhões de acres,
abaixo dos 90,142 milhões de acres cultivados em 2017. No final de março, o
USDA divulgou o relatório de intenção de plantio. Naquela oportunidade, o
Departamento apostava em uma área de 88,982 milhões de acres.

O Departamento vai divulgar na sexta também o relatório para os estoques
trimestrais americanos na posição 1o de junho. O mercado aponta estoques de
1,218 bilhão de bushels. Em 1o de março, o estoque ficou em 2,107 bilhões e
em junho do ano passado os produtores tinham 966 milhões de bushels
armazenados.

Os contratos da soja em grão com entrega em julho fecharam com baixa de
6,25 centavos de dólar (-0,72%), a US$ 8,61 1/4 por bushel. A posição agosto
teve cotação de US$ 8,66 3/4 por bushel, recuo de 6,25 (-0,71%) centavos de
dólar em relação ao fechamento anterior.

Nos subprodutos, a posição julho do farelo caiu US$ 2,50 (-0,74%), sendo
negociada a US$ 331,40 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em
julho fecharam a 29,01 centavos de dólar, estável.

Câmbio

O dólar comercial fechou a negociação com baixa de 0,49%, cotado a R$
3,8550 para a compra e a R$ 3,8570 para a venda. Durante o dia, a moeda
norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,8360 e a máxima de R$ 3,8780.

Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS