MERCADO: Soja tem preços mistos no Brasil em dia de relatório do USDA

    Porto Alegre, 12 de agosto de 2019 – O mercado brasileiro de soja encerrou a segunda-feira com preços mistos. Pela manhã, o mercado apresentou preços mais altos e melhor movimentação. Mas, após a divulgação do relatório de oferta e demanda de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) o mercado travou. As perdas da soja na Bolsa de Chicago foram compensadas pela alta do dólar, e o mercado teve no balanço um dia de poucos negócios.

   Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos se manteve em R$ 80,00. Na região das Missões, a cotação avançou de R$ 79,00 para R$ 80,00. No porto de Rio Grande, preço seguiu em R$ 85,00.

   Em Cascavel, no Paraná, o preço caiu de R$ 79,00 para R$ 78,00 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca recuou de R$ 85,00 para R$ 84,00.

    Em Rondonópolis (MT), a saca subiu de R$ 74,00 para R$ 75,00. Em Dourados (MS), a cotação permaneceu em R$ 74,00. Em Rio Verde (GO), a saca avançou de R$ 73,00 para R$ 75,00.

     Chicago

   Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a segunda-feira com preços mais baixos. Em dia de relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o mercado encerrou pressionado pelas quedas acentuadas do milho e do trigo.

    A previsão de clima favorável para o cinturão produtor dos Estados Unidos, a intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos e o desempenho negativo do mercado financeiro ajudaram a pressionar a oleaginosa. O relatório pode ser considerado altista para a soja, com a projeção de safra dos Estados Unidos ficando abaixo do mercado, assim como os estoques. Mas o desempenho dos vizinhos impediu uma reação.

    Os contratos da soja em grão com entrega em agosto fecharam com baixa de 12,25 centavos de dólar, ou 1,4%, em relação ao fechamento anterior, a US$ 8,61 1/2 por bushel. A posição novembro teve cotação de US$ 8,79  por bushel, com perda de 12,50 centavos de dólar por bushel, ou 1,4%.

   Nos subprodutos, a posição setembro do farelo fechou com baixa de US$ 5,10 ou 1,7% a US$ 293,40 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em setembro fecharam a 29,66 centavos de dólar, alta de 0,08 centavo, ou 0,27% em relação ao fechamento anterior.

     USDA

    O relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou safra americana de soja abaixo do relatório anterior e também menor que a estimativa do mercado. Os estoques de passagem também foram cortados para a temporada 2019/20.

   A produção 2019/20 está estimada em 3,680 bilhões de bushels, ou 100,15 milhões de toneladas. O mercado esperava uma safra de 3,783 bilhões ou 102,95 milhões de toneladas. No relatório de julho, a previsão era de 3,845 bilhões de bushels ou 104,6 milhões de toneladas. Para 2018/19, a previsão foi mantida em 4,544 bilhões ou 123,6 milhões de toneladas.

   Os estoques finais em 2019/20 estão projetados em 755 milhões de bushels, o equivalente a 20,55 milhões de toneladas, enquanto o mercado apostava em número em torno de 22,26 milhões. No relatório anterior, a previsão era de 795 milhões de bushels ou 21,63 milhões de toneladas.

    Para 2018/19, o USDA elevou sua projeção de 1,05 bilhão de bushels – 28,6 milhões para 1,07 bilhão de bushels – 29,1 milhões de toneladas. O mercado apostava em 1,069 bilhão de bushels ou 29,09 milhões de toneladas.

    O USDA projetou safra mundial de soja em 2019/20 de 341,83 milhões de toneladas. No relatório anterior, a previsão era de 347,04 milhões.

   Os estoques finais estão estimados em 101,74 milhões de toneladas. O mercado esperava por estoques finais de 106,2 milhões de toneladas. Em julho, a previsão era de 104,5 milhões.

   A projeção do USDA aposta em safra americana de 100,2 milhões de toneladas, contra 104,64 milhões previstos em julho. Para o Brasil, a previsão é de uma produção de 123 milhões de toneladas. A Argentina deverá produzir 53 milhões de toneladas.

   A produção em 2018/19 teve sua projeção indicada em 362,85 milhões de toneladas. Os estoques finais foram elevados de 113 milhões para 114,5 milhões de toneladas. O mercado apostava em número de 113,4 milhões de toneladas.

    A safra brasileira foi mantida em 117 milhões de toneladas, enquanto a produção argentina teve sua estimativa inalteradas em 56 milhões de toneladas. Nos dois casos, o mercado já apostava nestes movimentos.

    A estimativa para as importações chinesas em 2019/20 foi reduzida de 87 milhões para 85 milhões de toneladas.

     Câmbio

    O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com alta de 1,11%, sendo negociado a R$ 3,9830 para a compra e a R$ 3,9850 para a venda. Durante o dia, amoeda norte-americana oscilou entre a máxima de R$ 4,0140 e a mínima de R$ 3,9760.

     Agenda de terça

– Reino Unido: A taxa de desemprego do trimestre até junho será publicada às 5h30 pelo departamento de estatísticas.

– EUA: O índice de preços ao consumidor de julho será publicado às 9h30 pelo Departamento do Trabalho.

– Dados semanais sobre a safra de grãos e café do Paraná (Deral), na parte da manhã.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS