MERCADO: Preços da soja tem forte baixa no Brasil, seguindo dólar

Porto Alegre, 26 de maio de 2020 – Os preços da soja caíram forte em algumas praças do país nesta terça-feira, acompanhando o recuo de quase 8% do dólar comercial desde quarta passada. A reação de Chicago hoje apenas limitou as perdas, em mais um dia praticamente travado em termos de negócios e de referenciais nominais.

   SAFRAS identificou hoje movimentação de pequenos volumes em algumas regiões: cerca de 2 mil toneladas no Mato Grosso do Sul, 15 mil em Minas Gerais e outras 15 mil em Goiás. Alguns produtores vendem o necessário para aproveitar o dólar mais baixos e comprar insumos.

    Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos baixou de R$ 107,00 para R$ 103,00. Na região das Missões, a cotação recuou de R$ 106,50 para R$ 102,50.No porto de Rio Grande, o preço caiu de R$ 109,00 para R$ 107,00.

   Em Cascavel, no Paraná, o preço passou de R$ 102,00 para R$ 98,50 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca recuou de R$ 108,50 para R$ 105,50.

    Em Rondonópolis (MT), a saca seguiu em R$ 99,00. Em Dourados (MS), a cotação baixou de R$ 94,00 para R$ 93,00. Em Rio Verde (GO), a saca passou de R$ 98,00 para R$ 97,00.

     Plantio EUA

   O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou relatório sobre a evolução de plantio das lavouras de soja. Até 24 de maio, a área plantada estava apontada em 65%. O mercado apostava em 69%. Na semana passada, os trabalhos cobriam 53% da área. Em igual período do ano passado, a semeadura era de 26%. A média é de 55%.

     Chicago

    Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a terça-feira com preços em forte alta. Um movimento de cobertura de posições vendidas colocou a soja nos melhores níveis em mais de duas semanas, com os contratos encerrando perto das máximas do dia.

    A expectativa de reabertura da economia americana trouxe otimismo ao mercado financeiro. Petróleo e bolsas de valores subiram, enquanto o dólar recuou. As commodities agrícolas foram contagiadas pelo otimismo global, que tomou conta do mercado após o feriado.

   Sinais de demanda chinesa pela oleaginosa americana foram reforçados após a confirmação de nova venda feita pelos exportadores privados aos asiáticos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 264 mil toneladas foram negociadas entre os dois países.

    Os contratos da soja em grão com entrega em julho fecharam com alta de 13,75 centavos ou 1,65% em relação ao fechamento anterior, a US$ 8,47 por bushel. A posição agosto teve cotação de US$ 8,48  por bushel, com ganho de 12,25 centavos ou 1,46%.

    Nos subprodutos, a posição julho do farelo fechou com baixa de US$ 0,20 ou 0,07% a US$ 283,90 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em julho fecharam a 27,27 centavos de dólar, alta de 0,63 centavo ou 2,36% na comparação com o fechamento anterior.

     Câmbio

    O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com baixa de 1,68%, sendo negociado a R$ 5,3650 para venda e a R$ 5,3630 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,3370 e a máxima de R$ 5,4030.

     Agenda de quarta

– EUA: O Livro Bege, relatório com uma avaliação da situação econômica, será publicado às 15h pelo Federal Reserve.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS