Com oferta apertada e demanda firme, soja segue subindo no Brasil

A combinação de falta de produto, necessidade da indústria e postura retraída do vendedor segue sustentando os preços da soja no mercado brasileiro. Sem disponibilidade, os negócios são escassos. Há operações pontuais para 2022 com preços na faixa de R$ 110,00 em São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná.

    O desempenho dos preços domésticos está descolado das oscilações dos principais referenciais. Hoje, Chicago andou de lado e fechou com preços perto da estabilidade e o dólar caiu. Mas as cotações internas seguiram firmes.

   Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 123,50 para R$ 125,00. Na região das Missões, a cotação avançou de R$ 123,50 para R$ 124,50. No porto de Rio Grande, o preço seguiu em R$ 127,00.

    Em Cascavel, no Paraná, o preço aumentou de R$ 119,50 para R$ 120,00 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca passou de R$ 124,50 para R$ 125,00.

    Em Rondonópolis (MT), a saca subiu de R$ 120,00 para R$ 121,00. Em Dourados (MS), a cotação permaneceu em R$ 120,00. Em Rio Verde (GO), a saca avançou de R$ 118,00 para R$ 120,00.

     Conab

   A produção brasileira de soja deverá totalizar 120,936 milhões de toneladas na temporada 2019/20, com aumento de 5,1% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 115,03 milhões de toneladas. A projeção faz parte do décimo primeiro levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

   Na comparação com a estimativa anterior, houve quase estabilidade. A Conab indicava em julho safra de 120,883 milhões de toneladas. A Conab trabalha com uma área de 36,949 milhões de hectares, com elevação de 3% sobre o ano anterior, quando foram cultivados 35,874 milhões de hectares. A produtividade teve sua previsão elevada de 3.206 quilos para 3.273 quilos por hectare.

     Chicago

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a terça-feira com preços mistos, perto da estabilidade. O dia foi de consolidação, com os agentes buscando posicionar carteiras frente ao relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado amanhã.

    O Departamento deverá elevar a sua estimativa para a safra de soja dos Estados Unidos em 2020/21. O relatório de agosto do Departamento será divulgado às 13hs da quarta, 12.

    Analistas consultados pelas agências internacionais apostam em safra de 4,278 bilhões de bushels. Em julho, o número era de 4,135 bilhões. Na temporada passada, a safra ficou em 3,552 bilhões de bushels.

    Para os estoques de passagem, a aposta é de 527 milhões de bushels para 2020/21. Em julho, o número ficou em 425 milhões. Para 2019/20, o USDA deverá reduzir sua previsão de 620 milhões para 615 milhões de bushels.

    Hoje, parte dos contratos recebeu suporte da boa demanda pela soja americana, com os exportadores privados vendendo mais 132 mil toneladas para a China. Em contrapartida, a melhora nas condições das lavouras americanas pressionou. Segundo o USDA, 74% das lavouras estão entre boas e excelentes condições. O mercado esperava número de 72%.

    Os contratos da soja em grão com entrega em setembro fecharam com alta de 0,50 centavos ou 0,05% em relação ao fechamento anterior, a US$ 8,70  por bushel. A posição novembro teve cotação de US$ 8,73 1/2 por bushel, com ganho de 0,25 centavo ou 0,02%.

   Nos subprodutos, a posição dezembro do farelo fechou com baixa de US$ 0,10 ou 0,0,03% a US$ 289,50 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em dezembro fecharam a 30,51 centavos de dólar, baixa de 0,24 centavo ou 0,78%.

     Câmbio

    O dólar comercial encerrou a sessão em baixa de 0,95%, sendo negociado a R$ 5,4160 para venda e a R$ 5,4140 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,3730 e a máxima de R$ 5,4640.

     Agenda

– Reino Unido:  A balança comercial de junho será publicada às 3h pelo departamento de estatísticas.

– Reino Unido:  A leitura preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2020 será publicada às 3h pelo departamento de estatísticas.

– Reino Unido: O índice de produção industrial de junho será publicado às 3h pelo departamento de estatísticas.

– Eurozona:  A produção industrial de junho será publicada às 6h pela Eurostat.

– EUA: O índice de preços ao consumidor de julho será publicado às 9h30 pelo Departamento do Trabalho.

– A posição dos estoques de petróleo até sexta-feira da semana passada será publicada às 11h30min pelo Departamento de Energia (DoE).

– Relatório de oferta e demanda mundial e dos Estados Unidos para soja, milho, trigo, algodão e arroz de agosto – USDA, 13hs.

– Resultado financeiro da BRF.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS