SEMANA: Milho teve quedas em julho com safrinha e paridade de exportação

    Porto Alegre, 02 de agosto de 2019 – O mercado brasileiro de milho teve um mês de julho de baixas nos preços. A entrada de uma safrinha recorde pesou sobre as cotações, que também foram pressionadas pela paridade de exportações. A recente queda nos preços do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) determinou quedas nas cotações nos portos e afetou também o mercado doméstico ao produtor.

   Na Bolsa de Chicago, entre outros fatores, o milho foi pressionado pelas indicações de uma demanda menor. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a paridade de exportação ditou o ritmo do mercado ao longo das últimas semanas. “A queda da CBOT levou a um quadro de redução sistemática dos preços nos portos, que chegaram a recuar ao patamar de R$ 36,00. Esse tipo de indicação tende a pressionar o mercado doméstico”, avalia.

    Já a colheita da safrinha está em sua fase final no Centro-Oeste do país, e os problemas de armazenamento são bastante comuns, principalmente no Mato Grosso. Com uma safrinha recorde, há falta de espaço para a armazenagem do milho, o que pressiona ainda mais o mercado, à medida que mais do cereal acaba ficando à disposição dos compradores.

    No balanço mensal, o milho no Porto de Santos, na base de compra, caiu de R$ 41,50 para R$ 36,00 a saca em julho. Em Campinas/CIF, a cotação na base de venda caiu no mês de R$ 40,00 para R$ 38,50 a saca. Na região Mogiana paulista, as cotações baixaram no comparativo mensal de R$ 38,50 para R$ 34,00.

   Em Cascavel, no Paraná, o preço caiu de R$ 35,00 para R$ 34,00 a saca na base de venda. Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação se manteve estável em R$ 28,50. Já em Rio Verde, Goiás, o mercado caiu de R$ 33,00 para R$ 30,00 a saca. Em Uberlândia, Minas Gerais, cotação recuando de R$ 36,00 para R$ 34,50.

Exportações

    As exportações de milho do Brasil apresentaram receita de US$ 1,126 bilhão em julho (23 dias úteis), com média diária de US$ 49 milhões. A quantidade total de milho exportada pelo país ficou em 6,316 milhões de toneladas, com média de 274,6 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 178,40.

    Na comparação com a média diária de junho, houve uma elevação de 242,1% no valor médio exportado, uma alta de 281,2% na quantidade média diária e perda de 10,3% no preço médio. Na comparação com julho de 2018, houve ganho de 426,5% no valor médio diário exportado, elevação de 416,4% na quantidade média diária de volume e valorização de 2% no preço médio.

    Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS