MILHO: Preço reage em SC aos patamares mais elevados desde janeiro de 2017

Porto Alegre, 20 de junho de 2018 – Os preços da saca de milho seguem em
alta pelo quarto mês consecutivo em Santa Catarina. A cotação ficou na média
de R$ 35,58/saca pagos ao produtor em maio – um aumento de 4,84% sobre o
mês anterior e de 51,2% se comparado o mesmo período de 2017. Em relação
ao preço da soja, o milho ganha vantagem e se torna mais competitivo para os
produtores catarinenses.

Os preços do milho praticados em maio são os maiores desde janeiro de
2017 e o grão volta a ser atrativo para os agricultores. Em Santa Catarina, o
milho disputa a mesma área da safra de verão com a soja e o preço acaba
influenciando a escolha dos produtores. Existe uma relação entre preço de
milho e soja que auxilia na tomada de decisões: quando o preço da soja é 2,3
vezes maior do que preço do milho é mais rentável plantar soja, quando o
valor é menor, o milho é mais atrativo. Com a valorização do milho, o grão
toma força na comparação e se torna uma opção mais competitiva.

O secretário de Estado da Agricultura e a Pesca, Airton Spies, ressalta
que os produtores devem levar em conta ainda os custos de produção, a
produtividade e a resistência às mudanças climáticas. No caso do milho e da
soja, os custos para produzir um hectare de milho de alta tecnologia são
maiores do que para produzir um hectare de soja. E mesmo com um rendimento
maior, o milho é mais sensível às mudanças de clima, principalmente à
estiagem.

“Para os produtores que planejam plantar milho na safra 2018/19, as
perspectivas são boas. O grão está em alta pela demanda crescente e pelas
exportações de um terço da produção brasileira. Os produtores devem fazer
uma análise criteriosa de todos esses fatores e escolher a melhor opção para
usar sua área”, destaca Spies.

Rotação de Culturas

O analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola
(Epagri/Cepa), Haroldo Tavares Elias, inclui ainda outro fator que deve ser
considerado pelos produtores: a rotação de culturas. “Na última safra, nós
observamos uma grande presença de mofo branco em algumas áreas destinadas
ao cultivo de soja, o que diminuiu a produtividade. Para reduzir os riscos
de infestação, o produtor pode destinar de 10 a 20% dessa área ao cultivo
de milho. A rotação de culturas favorece também o sistema plantio direto e
a conservação do solo”, explica.

Safra em Santa Catarina

A colheita de milho está praticamente finalizada. E as expectativas são
de uma redução de 19,7% em relação à safra anterior, fechando em 2,5
milhões de toneladas. Uma colheita menor, mas com uma produtividade maior. O
rendimento deve chegar a oito toneladas/hectare. Santa Catarina é extremamente
dependente de milho para abastecer as cadeias produtivas de carnes e leite,
todos os anos o estado consome em média seis milhões de toneladas do grão –
mais do que o dobro do que produz.

“Santa Catarina continua com um déficit de 50% na produção de milho,
portanto não faltará mercado para quem produzir esse valioso cereal”, afirma
o secretário Spies.

Principal concorrente do milho, a área cultivada de soja é cada vez maior
em Santa Catarina. A produção nesta safra deve ser recorde e chegar a 2,44
milhões de toneladas. Com um aumento de 6,84% na área plantada – decorrente
da redução da área plantada com milho, pastagens, fruticultura, feijão e
outras culturas, ao longo dos anos.

Milho silagem

Ao contrário do milho grão, o cultivo de milho para produção de silagem
vem crescendo a um ritmo de 13,8% ao ano em Santa Catarina. Na safra
2017/18 a área total estimada para plantio de milho silagem foi de 228,3
mil hectares, concentrados principalmente na região Oeste.

As informações partem da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca
de Santa Catarina.

Edição: Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS